quinta-feira, 27 de junho de 2019

Automutilação juvenil: o sangue que escorre e grita por socorro


É cada dia maior os relatos de casos de automutilação entre a juventude. Porém, esse fenômeno não é novidade da geração atual. Dados da CPI do Senado Federal “Automutilação: um problema de saúde pública?” apresentado pelo doutor Carlos Henrique de Aragão Neto em 2017, consta que na década de 1980 – começo (400 casos para cada 100 mil habitantes) e final da mesma década (750 casos) – já havia essa prática nas suas mais diversas modalidades.
     Os adolescentes praticantes da mutilação dos próprios corpos geral e infelizmente são taxados de “os que querem aparecer” porque é ainda hoje mais comum (e fácil) julgar do que entender e ajudar. As razões que levam um jovem a se morder, cortar – na maioria dos casos com lâminas – , machucar-se de diferentes e variadas formas são diversos e complexos.
     O Bullying cada dia mais presente nas escolas sem dúvida contribui para que muitos se mutilem. Não aceitação de si, dos / por outros, problemas familiares são grandes contribuintes para que a prática da mutilação ocorra. Relatos de alunos por meio de conversas informais, formais, momentos de desabafos ou escrita de redações mostram isso. O adolescente é alguém ainda tentando se entender consigo e o mundo (a realidade) em que está inserido. Para alguns a adolescência é uma fase tranquila, para outros conturbada e há aqueles que seja uma fase de meio termo. O fato é que sem sombra de dúvidas é fase de descobertas e necessidade ou obrigação de aceitações. E se aceitar e ser aceito é um processo que desencadeia outros processos que para cada pessoa tem e traz suas particularidades.
     O que é preciso entender é que cada ser humano é único e inigualável. Como tal, o que um sofre, passa ou enfrenta provocará em si diferentes reações do que se fosse com outra pessoa que também é única e sem igual. Não se pode querer que todos ajam e reajam da mesma maneira a situações tão complexas ainda que em proporções de semelhanças. O fato é que o tempo que se perde tentando culpabilizar o jovem que se automutila e julgando-o não contribui em nada com o processo de entendimento da situação / problema e a construção de uma ação para o enfrentamento.
     As escolas – professores e aluno e funcionários e a família que forma essa comunidade escolar – precisam urgentemente se debruçar sobre essa realidade ao invés de ignorá-la, setorializá-la pensando ser caso isolado ou ainda e pior, julgar e condenar a quem todo dia se culpa e condena e como forma de “pagamento” derrama gotas de seu sangue pedindo socorro e vendo seu derrame de sangue ser ignorada e sua ação supervalorizada para a sua responsabilização condenatória.
     Os passos fundamentais para o enfrentamento a automutilação é:
1.      Entender o que ela é e as causas – possíveis – que a levam a existir;
2.      Não julgar e sim ajudar;
3.      Ouvir o adolescente que se corta sem expô-lo / expô-la;
4.      Mostrar para ele / ela e para os / as demais que a lâmina não é a amiga que deve acompanhar esse adolescente em seus momentos difíceis;
5.      Requer também como ação, que a família esteja mais próxima e pratique a escutatória desse adolescente;
6.      Realização de rodas de diálogo e palestras com profissionais e pessoas que tenham relevante contribuição a dar sobre a temática (como um grupo denominado Help – Não te julgo, te ajudo que gratuitamente visita escolas falando sobre o tema até com a participação de jovens que antes se mutilavam e superaram e dão seus depoimentos de como enfrentar e vencer essa dura – mas não impossível – batalha), dentre outras ações que devem ser pensadas.
     O que não se pode é fechar os olhos. Ignorar ou transformar em “mimimi” não ajudará a nenhuma parte envolvida, principalmente não ajudará a vítima.

Law Araújo
Professor de Literatura, Redação e Língua Portuguesa – Licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador – UCSal;
Historiador – Licenciado em História pela UCSal;
Especialista em Educação em Gênero e Direitos Humanos pela Universidade Federal da Bahia – UFBA onde defendeu TCC sobre “Bullying na Escola” tendo obtido nota 10.0 da Banca Examinadora;
Palestrante e Blogueiro – Blog do Law Araújo – www.blogdolawaraujo.blogspot.com

Escola nova para mentalidades antigas


Do que adianta uma escola moderna e toda equipa com a mais alta e potente tecnologia se as mentes dentro dela são mais antigas que a velha máquina de datilografar e o mimeógrafo cheirando a álcool das escolas de outrora?
     Hoje é comum ouvir as reclamações de necessidade / obrigação do (a) professor (a) se atualizar, “estar por dentro”, ser antenado, ter o poder de fazer altos e incríveis links e logicamente, saber manusear as novas tecnologias que ajudarão a fazer das aulas mais dinâmicas e interessantes. É inegável que a tecnologia é um advento necessário e que bem usada só traz benefícios, no campo da educação então, nem se fala. Porém, a mais inovadora tecnologia não consegue vencer a distração do (a) aluno (a) que considera a escola como uma instituição chata e inútil e pensa muito mais em que horas acabará a aula do que o que está aprendendo nela.
     Por outro lado, do que adianta “presentear” professores com tablete IPAD, etc. se o mesmo é um mero reprodutor de informações e não um educador colaborativo que deseja o aprimoramento de suas aulas. A tecnologia não vence o cansaço dos que lecionam há anos e sofrem da síndrome de Gabriela (cravo e canela – obra de Jorge Amado) repetindo o mantra do “Eu sempre dei aula assim, meus alunos sempre aprenderam assim e não há porque mudar” (no original seria: “eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo assim: Sempre Gabriela”).
     Existe entre os que ensinam e os que aprendem (ou deveriam ensinar e aprender) um confronto que nenhuma arma tecnológica consegue romper ou liquidar. Há queixas de professores que informatizaram suas aulas e viram as mesmas virarem bagunça; por outro lado, ouvem-se reclames de que a tecnologia está lá e o professor não usa, ou ainda, de que o professor é especialista, mestre, possui doutorado, mas para lançar as notas no sistema demora um século e ainda o clássico mau uso e exagero dos slides. Aulas que anteriormente eram de um quadro lotado de informações escrita a giz ou no piloto, deram lugar a intermináveis leituras de slides em sala. Antes, os estudantes iam apresentar trabalhos e tinha aqueles que só seguravam a cartolina enquanto os outros falavam, lembra? Tinha amigos assim? Ou será que a pessoa da cartolina era você? Hoje, esse aluno ou aluna da cartolina é justamente aquele que fica sentado passando os slides enquanto a equipe se esmera em explicar os conteúdos para que o que passará os slides no computador ou notebook possa também ter uma boa nota.
     Não adianta mudar nada se não mudamos quem somos. Não adianta cobrar do professor que “atualize” sua aula se seus alunos não entendem o porquê estudam o que estudam e qual a real importância da educação em suas vidas. Não adiantará nada também WIFI em salas de aulas e computadores de ponta se o educador não souber como (re) transmitir o saber. Compartilhar o saber e saber como disse um dia Paulo Freire que existem saberes diferentes, nenhum maior ou menor e nem melhor ou pior, mas diferentes e de fato fazer com que essa diferença, aliada a tecnologia possa de fato e efetivamente contribuir para uma real e concreta renovação / revolução educacional.  
     Por fim, precisamos repensar a educação e o que dela (e com ela) fazemos. O aluno (a) repensar o porquê de estar em sala de aula e o mesmo exercício ser feito pelo (a) professor (a).  Enquanto tivermos retransmissores de conteúdos em sala e estudantes desmotivados, nossa nova educação esbarrará nas velhas mentes. Mas quando transformarmos a maneira de pensar como o Apóstolo Paulo (antes Saulo cuja mentalidade se renovou) disse aos Romanos em sua carta “Transformai-vos pela renovação de suas mentes” ninguém alcançará à boa, perfeita e agradável forma (arte) da educação.

Law Araújo
Professor de Literatura, Redação e Língua Portuguesa – Licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador – UCSal;
Historiador – Licenciado em História pela UCSal;
Especialista em Educação em Gênero e Direitos Humanos pela Universidade Federal da Bahia – UFBA onde defendeu TCC sobre “Bullying na Escola” tendo obtido nota 10.0 da Banca Examinadora;
Palestrante e Blogueiro – Blog do Law Araújo – www.blogdolawaraujo.blogspot.com

domingo, 28 de abril de 2019

Os Problemas da Educação nos dias atuais: OS PAIS



Tenho me dedicado – como sempre me propus a pensar a educação e não somente ensinar em sala de aula – e ser verdadeiramente educador. A educação hoje passa por inúmeros problemas. Vou me debruçar numa série (micro ou não, depende) sobre a realidade dos dias atuais na e para educação.
    Existem problemas dentro e fora dos muros da escola. Drogas, violência, indisciplina, cargas e sobrecargas que alunos trazem. Bullying, depressão juvenil, automutilação são alguns casos sobre os alunos e alunas. No campo docente, desestimulo, desvalorização, baixa remuneração, o descrédito de ver a sua profissão afundada em desrespeitos diversos. Enfim, a lista é grande.
    Mas por que começar pelos pais? Porque sempre narramos os problemas dos lados docente e discente. E porque a raiz de tudo está ainda hoje na família. Não é clichê e não é discurso moralista e / ou religioso. Os alunos antes de sê-los são filhos. Filhos de alguém e esse alguém anda cada vez mais fragilizado em sua representação. Impotentes e em profundo desequilíbrio. Vi uma palestra do pastor Cláudio Duarte (disponível no YouTube) onde ele fala dos “pais placas” e “pais radares”. Em resumo, a placa avisa a velocidade máxima, mas como é uma placa você nem liga, ultrapassa. Já o radar lhe faz tremer na base – como diz o dito popular – e você obedece aos limites que ele impõe. Antes o pai e a mãe tinha autoridade de um radar. Muitos pais hoje são verdadeiras placas e sua voz não lhe é atendida.
     Pais que não vão à escola dos filhos e quando chamados, consideram tal ação indigesta e inoportuna. Famílias que não dão limites e excedem em libertinagem, porque, liberdade é uma coisa, libertinagem outra, e quando falo em libertinos é no sentido de serem ousados ao extremo. Mal educados. Desrespeitosos e indisciplinados.
    É apenas o começo de um debate, mas que pai / mãe tem sido você? De que maneira você contribuiu com a educação do seu filho e o corpo docente da escola em que ele estuda?

Law Araújo
Professor de Literatura, Redação e Língua Portuguesa licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador (UCSal)
Historiador licenciado em História pela UCSal
Especialista em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) com o TCC sobre “Bullying na Escola” tendo obtido nota 10.0 da Banca Examinadora.

sábado, 8 de dezembro de 2018

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

“Meu filho não é bandido, ele é doente”, diz mãe de Geddel a agentes da PF


A Polícia Federal realizou buscas no apartamento da mãe de Geddel Vieira Lima (PMDB), dona Marluce Quadros Vieira Lima, na manhã desta sexta-feira (08). O apartamento de dona Marluce fica no mesmo prédio onde Geddel estava cumprindo prisão domiciliar.


De acordo com o site Brasil 247, a mãe de Geddel ficou irritada com a situação. “Meu filho não é bandido, ele é doente”, teria dito. A PF chegou ao prédio, em Salvador, no bairro Jardim Apipema, por volta de 5h40. Geddel saiu em um carro da PF por volta de 7h direto para o Aeroporto de Salvador.
De acordo com O Antagonista, a PF encontrou digitais de Geddel Vieira Lima e Gustavo Ferraz, coordenador-geral da Defesa Civil de Salvador, nos maços de dinheiro, malas, paredes e maçaneta da porta do apartamento onde foram achados R$ 51 milhões na terça-feira. Gustavo Ferraz também foi preso nesta sexta-feira. (FONTE: 247)

sábado, 22 de abril de 2017

A novinha é uma criança


     É muito comum principalmente em solo soteropolitano, em especial nos pagodes e disputas de paredões o uso da expressão “novinha” para classificar / enquadrar / nomear as garotas da festa e do bairro.
     São diversas músicas (focando ainda no pagode baiano e fazendo um link com a ideia de músicas que colaboram com a cultura do estupro) que falam das “novinhas” e o que se deve fazer com as mesmas. O que não é mostrado – nem se quer ver – é que essa novinha sexualizada e hiper sensualizada é sim, na esmagadora maioria dos casos, uma criança. No máximo, uma pré adolescente ainda não distante de sua infância.
     Quem desenha / idealiza essa novinha como mulher e/ou como objeto sexual, vai de anônimos a famosos, estudantes com ou sem diploma. Maduros, idosos ou jovens. Casados ou não. Pode ser qualquer um e estar em (todo) qualquer lugar. Recentemente li no Jornal Folha Universal (de grande circulação nacional) a denúncia sobre o Coronel do Exército, pedófilo e financiador / agenciador da pedofilia na comunidade dele. De um coronel a um aposentado, de um (pseudo) educador a um religioso – visto os inúmeros processos lançados contra Igrejas em especial a Católica Apostólica Romana ou ainda um vizinho “legal” do bairro, livre de qualquer suspeita, a ação / prática da pedofilia ocorre em qualquer momento, pois é notório nos relatos e denúncias, que o abusador sempre (ou quase sempre) é um conhecido da vítima, quando não é um familiar.
     O porquê é injustificável. Alguns alegam transtornos enquanto a sociedade e a mídia os acusarão de descaração; E buscar-se-á enquadrar a violência sexual, abuso como um problema de saúde de quem abusa. Há casos onde se tenta justificar com o histórico, alegando por exemplo, que o abusador no passado já sofreu abuso, sendo portanto, apenas reprodutor da violência outrora sofrida. Há ainda – nos casos domésticos, envolvendo familiares é possível se notar isso – a teoria de que exista no familiar e sobre o mesmo, um atenuante que lhe conceda direito e prerrogativa para o abuso, tipo, “se vai ser de alguém, então que eu coma primeiro” ou “é minha filha, o primeiro a “usar” serei eu”.
     Outra raiz de “como” se dá é a auto indústria da pornografia voltada a atender esse “fetiche” (para alguns que o classificam dessa forma), pois muitos buscam naturalizar. Um simples e fácil exemplo é a questão da “tag” colegial em diferentes sites pornôs nacionais e estrangeiros. Contudo, não podemos esquecer-nos das novelas e determinadas propagandas tão estimulantes quanto e que, sorrateiramente buscam (e vão) passar despercebidas para atender a interesses diversos.   
     O fato é que o tema é polêmico e rende diversas análises. Toda e qualquer forma de combate e estimulo à denúncia – #primeiroassédio, campanha dos Ministérios Públicos estaduais e Federal e governos e igrejas – são essenciais. Muito a sociedade no mundo todo têm a contribuir para além do pedido de prisão, morte e castração que são comuns ouvirmos e lermos nas redes sociais, a despeito do qual nesse último 12 de outubro (2016, ano da escrita do texto) o governo da Indonésia decretou pena de castração aos pedófilos.
     O que não se pode perder de vista, embora as formas para parar e punir sejam diversas (e controversas) é que o primeiro ato – de quem quer que seja e onde for – tem que ser denunciado, enfrentado. O combate ao silêncio é vital para enfrentar o que alguns vêem como instinto animal.

Law Araújo
Professor de Literatura, Redação e Língua Portuguesa formado em Letras Vernáculas (2011) pela Universidade Católica do Salvador – UCSal;
Historiador formado em História (2016) pela Universidade Católica do Salvador – UCSal;
Bacharelando do Curso Estudos de Gênero e Diversidades (2016 –) da Universidade Federal da Bahia – UFBa;
Pós Graduando em Especialização em Educação em Gênero e Direitos Humanos pela Universidade Federal da Bahia – UFBa.

Texto escrito em 2016.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Quem é Ciro Gomes?

Ciro Racista Machista Gomes


Conheça o homem - #machista e #racista - (#CiroGomes) que lança uma frente em defesa de Dilma (e da democracia ?). São 12 pontos que reuni. E se coloca como paladino da moral e dos bons costumes. O homem que a "militância" de esquerda resolveu compartilhar nos últimos dias no facebook.... Compartilhar, quase tudo, isso, ninguém fala:

01 - Em 1979 disputou as eleições da UNE, onde concorreu para vice-presidente na chapa Maioria, que na época era vista como uma tentativa da direita de buscar influência no âmbito estudantil.

02 - Iniciou a carreira política no PDS, sucessor da Aliança Renovadora Nacional, a Arena, partido que dava sustentação à Ditadura Militar Brasileira.Em 1980 a agremiação passou a se chamar PDS, partido pelo qual disputou seu primeiro pleito, tendo se filiado ao partido poucos meses antes, elegendo-se deputado estadual em 1982.

03 - Em 1983 trocou de partido, passando para o PMDB, partido pelo qual reelegeu-se deputado estadual em 1986.

04 - Em 1988 migrou ao PSDB e conseguiu ser eleito, neste mesmo ano, prefeito de Fortaleza. Na eleição presidencial de 1989 apoiou no primeiro turno Mário Covas, candidato de seu partido, e Lula, no segundo turno.

05 - Em 1990 foi eleito governador do Ceará vencendo Paulo Lustosa. Foi o primeiro governador a ser eleito pelo PSDB. Ficou no posto entre 1991 e 1994.

06 - Deixou o cargo para assumir o Ministério da Fazenda em 6 de setembro de 1994 a convite do então presidente Itamar Franco. Sucedeu, nesta ocasião, Rubens Ricupero, flagrado confidenciando ao jornalista Carlos Monforte que havia problemas no Plano Real no instante em que a Rede Globo estava se preparando para colocar no ar um programa jornalístico (no episódio conhecido como escândalo da parabólica).

07 - Foi membro do PSDB até 1996, quando filiou-se ao recém-criado PPS (do antigo Partido Comunista Brasileiro, presidido por Roberto Freire - fundado em 19 de março de 1992) para concorrer à presidência da República em 1998.

08 - Em 16 de setembro de 2015, após breve passagem pelo PROS, filiou-se ao PDT. No final de agosto de 2015, afirmou em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, que poderá ser candidato nas eleições presidenciais de 2018.

09 - Em 2007 foi divulgado que Victor Samuel Cavalcante da Ponte, amigo pessoal de Ciro e responsável pela arrecadação da campanha dele e de seu irmão Cid Gomes em 2006, e diretor-administrativo do Banco do Nordeste, respondia a processo administrativo por reduzir, por meio de acordo, sem possuir os poderes legais, uma dívida do banco com a empresa Frutas do Nordeste do Brasil S.A. (Frutan) de 65 milhões para 6,6 milhões de reais. Na época do acordo, Ciro havia enviado cartas a empresários dizendo que Ponte falava em seu nome e de seu irmão em relação à contribuição para suas campanhas políticas.

10 - Em 2010, a revista Veja divulgou uma investigação da Polícia Federal sobre o suposto desvio de 300 milhões de reais de verbas do Ministério da Integração Nacional, entre 2003 e 2009, quando Ciro era o titular da pasta, para financiar campanhas políticas. A investigação também levantou o suposto envolvimento de Cid Gomes e do político cearense Zezinho Albuquerque no esquema de desvio de recursos.

11 - 
#CiroMachista: "Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental."

12 - 
#CiroRacista: "Só porque ele é um negro lindo vai dar o microfone pra ele?". Ciro Gomes em 2002

O presidenciável Ciro Gomes (PPS) chega amanhã a Campo Grande. Por volta das 20 horas ele desembarca no Aeroporto Internacional da capital e não vai encontrar somente simpatizantes de sua candidatura. Um grupo de cerca de 100 pessoas ligadas ao Conselho Estadual de Desenvolvimento e Defesa dos Direitos do Negro vai estar no local, fazendo uma manifestação contra algumas declarações que o candidato fez durante um debate na UnB (Universidade de Brasília).
Na ocasião, Ciro fazia uma palestra e uma das regras do evento era que perguntas deveriam ser feitas por escrito. Um estudante negro tentou quebrar o protocolo, Ciro não gostou e perguntou: "Só porque ele é um negro lindo vai dar o microfone pra ele?".

Aleixo Paraguassu, presidente do Conselho do Negro de MS, considerou a atitude preconceituosa: "Se fosse um japonês ou um aluno branco ele provavelmente não faria isso. Estaremos fazendo um protesto civilizado, contra uma atitude discriminatória", afirmou. Ele ainda disse que pretende entregar ao presidenciável um documento do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), que contém dados mostrando a situação da população negra: "64% dos pobres e 69% dos indigentes país fazem parte da etnia afro-brasileira", concluiu. 


Em 2002 Ciro dizia isso sobre a sua então esposa (atriz) Patrícia Pillar ""Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental."" :

Cenas de machismo explícito

Rede Feminista de Saúde (*)

A imprensa monitorada cobriu intensamente a repercussão das declarações machistas dos candidatos a presidente e a vice pela Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB). No fim de agosto, o candidato Ciro Gomes (PPS) declarou que o principal papel de sua companheira, a atriz Patrícia Pillar, em sua campanha era o de dormir com ele. No início de setembro, seu candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, chamou de "mal- amada" a ministra-chefe da Corregedoria Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, que rejeitara a prestação de contas da Força Sindical quando Paulinho era presidente da entidade.

Ciro constrange Patrícia, jornalistas e a si mesmo (FSP/GLO/JB/OESP-31)

Perguntado sobre a importância de Patrícia Pillar em sua campanha, Ciro respondeu: "Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental."

Na avaliação dos repórteres da Folha e do Estadão, a declaração criou imediato constrangimento para Patrícia e para o próprio Ciro. Segundo o Estadão, após a afirmação do candidato "os jornalistas presentes olharam uns para os outros e em seguida para a atriz", que não falou nada, mas estava com expressão de constrangimento. Já a versão do repórter do Globo é de que Patrícia "riu quando ouviu a declaração do marido".

O jornalista da Folha escreveu que Ciro, "ao perceber a gafe, visivelmente envergonhado, reformulou a resposta", dizendo: "Evidentemente, eu estou brincando." Daí, o candidato passou a fazer elogios à companheira.

Diferentes manchetes sobre a frase machista (FSP/GLO/OESP/JB-31)

No dia seguinte à declaração de Ciro Gomes, os jornais trouxeram as seguintes manchetes:

Folha: "Ciro cria situação constrangedora ao falar de Patrícia"

Globo: "Ciro dá declaração de mau gosto sobre Patrícia e depois recua"

Estadão: "Mais uma ‘brincadeira’ pode complicar Ciro"

O JB não deu destaque ao fato, que foi apenas mencionado em algumas linhas, como uma "brincadeira".

Feministas reagem indignadas (OESP-31)

A reportagem do Estadão procurou algumas feministas de São Paulo para colher reações à declaração de Ciro Gomes.

"Isso não é brincadeira que se faça, (...) é lamentável, é colocar a mulher como um corpo a serviço de um homem que está buscando o posto mais alto do país", criticou a socióloga Heleieth Saffioti, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

"Espero que todas as pessoas conscientes juntem estas pérolas e vejam quem é o Ciro", declarou Sílvia Pimentel, professora de Filosofia do Direito da PUC de São Paulo.

"É lamentável que a visão que ele tem sobre o papel dela na campanha seja essa, e ele não ressalte a função dela como cidadã. Foi uma colocação infeliz e imprópria", criticou Dulce Xavier, do grupo Católicas pelo Direito de Decidir.

Patrícia defende Ciro e ofende feministas (FSP-1)

No dia seguinte à declaração de Ciro, Patrícia Pillar afirmou à imprensa não ter se sentido ofendida com a frase do candidato. "Meu marido é maravilhoso", disse Patrícia, que rebateu as críticas das feministas: "Se tivessem o marido que tenho não saíam falando isso."

Na ocasião, Ciro Gomes aproveitou para dizer que pedira desculpas à mulher, não pela "brincadeira", mas pelo fato de Patrícia estar vendo de perto o que é a imundice da política brasileira. Para o candidato, a reação à "brincadeira" não passava de intriga dos adversários.

O senhor e a senhora de engenho (O Tempo-4)

Em seu espaço semanal no jornal O Tempo (BH), a médica Fátima Oliveira, futura secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde, também condenou as declarações de Ciro Gomes e de Patrícia Pillar. Sobre a crítica que a atriz fez às feministas, usando argumentos preconceituosos (feministas = mal-amadas), Fátima escreve: "Putz! Que falta faz um roteiro! Uma assessoria de gênero, mediana, não permitiria tanta imundície patriarcal e de Senhora de Engenho! Quem deu a ela o direito de fazer de conta que conhece a vida privada das feministas, de mulheres do quilate de Heleieth Saffioti, Sílvia Pimentel e Dulce Xavier, a quem a luta democrática deve tanto, e fazer comentários estereotipados sobre elas?"

Fátima Oliveira termina seu artigo lembrando o alerta da socióloga Heleieth Saffioti, de que os oligarcas têm desprezo pelas mulheres: "Se ele trata a própria mulher assim, imagine as outras."

Candidato dá explicações e tenta consertar estrago (OESP-2)

Durante um compromisso em São Paulo, Ciro Gomes foi abordado pela ex-deputada Irma Passoni (PT), que perguntou ao candidato quantas vezes ele teria afirmado que Patrícia era importante porque dormia com ele. Ciro afirmou que dissera isso apenas uma vez. Irma Passoni declarou então que, se a TV mostrou Ciro repetindo a mesma declaração três vezes, pode ter havido manipulação.

Ciro deu à ex-deputada a seguinte explicação: "Usei a frase apenas uma vez, no contexto de que durmo com Patrícia, mas me referindo à figura da mulher importante para a família, que faz os filhos dormirem, que põe as crianças na cama, um contexto mais amplo, e não a figura da mulher como uso sexual." Segundo o Estadão, Irma Passoni recomendou ao candidato que desse maior precisão às palavras em suas declarações. "Não pode dar conotação de que a mulher é para uso de cama, mesa e banho", disse Irma.

Uma voz solitária em defesa de Ciro e Patrícia (EP-9)

Afirmando que "o feminismo brasileiro importou da vanguarda americana uma detestável parcela de puritanismo sexual" e que "dar prazer ao homem é fundamento da vida amorosa", a psicanalista Maria Rita Kehl criticou a indignação gerada pelo caso e elogiou a atitude de Patrícia Pillar, de sair em defesa do marido. "Em público, [Patrícia] foi disciplinada e levou no bom humor. Soube, como poucas mulheres, colocar o interesse público (supondo que a candidatura Ciro represente interesses públicos) à frente de suas reivindicações privadas."

A psicanalista escreveu também que não sabe se Patrícia teria razões para se sentir ofendida, pois "o preconceito só atinge quem se identifica com ele". Na opinião de Maria Rita, "não se trata, como pensam algumas feministas, de evitar a todo custo o papel de objeto sexual, e sim de não se confundir com ele".

Pesquisa aponta queda de Ciro entre eleitoras (VJ-11)

Em reportagem de três páginas sobre o que pensam e como votam as mulheres, a revista Veja informou que uma pesquisa do Ibope, realizada nos três dias seguintes à declaração de Ciro Gomes, mostrava que o candidato havia caído de 21% para 16% na preferência das eleitoras.

Além das afirmações de Ciro e Patrícia, a Veja destacou alguns comentários sobre a declaração do candidato:

"Ela reduz a mulher à condição sexual", Luiza Eluf, procuradora do Ministério Público de São Paulo

"Credo! A frase é tão ruim que nem precisa de comentários", Marta Suplicy, prefeita de São Paulo

"É uma ofensa a todas as mulheres" - Luiza Erundina, deputada federal (PSB-SP)

"Não espanta, porque vivemos esse regime há 5 mil anos", Regina Lins, psicanalista e sexóloga.

Vice de Ciro chama ministra de "mal-amada" (todos os jornais-7)

Uma semana depois da declaração do candidato Ciro Gomes, foi a vez de seu vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, dar uma demonstração de machismo explícito.

Após prestar depoimento no Ministério Público Federal sobre supostas irregularidades durante sua gestão na Força Sindical, Paulinho discursou para manifestantes que o aguardavam na saída do prédio. Segundo a imprensa, Paulinho estava "visivelmente nervoso" e atacou a ministra-chefe da Corregedoria Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, que havia reprovado as contas da Força Sindical. Em seu discurso, o candidato a vice afirmou que "quando ela (Anadyr) fala todo mundo percebe que é mal- amada, é uma mulher amarga".

Procurada pela imprensa, a ministra recusou-se a comentar "insultos pessoais".

O homem caricato (JB/OESP-7)

A jornalista Dora Kramer dedicou a maior parte de sua coluna no JB e Estadão ao insulto dirigido por Paulinho à ministra Anadyr. "O homem caricato reage com grosseria quando é enfrentado por uma mulher", escreveu a colunista.

"Paulo Pereira da Silva resistiu o quanto pôde, mas ontem se revelou por inteiro integrante dessa espécie de subcategoria do sexo masculino", ao incorrer no "velho cacoete da cafajestada", critica Dora Kramer.

(*) Publicação eletrônica quinzenal da Rede Feminista de Saúde (Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos). Este Boletim contém notas sobre notícias e artigos publicados pela grande imprensa escrita brasileira sobre fatos e eventos relacionados à saúde da mulher, aos direitos reprodutivos e aos direitos sexuais. As opiniões aqui contidas não representam o posicionamento da Rede Feminista de Saúde sobre esses temas, mas apenas reproduzem a cobertura realizada pela imprensa acompanhada. Jornais: CB=Correio Braziliense; FSP=Folha de S.Paulo; GLO=O Globo; JB=Jornal do Brasil; OESP=O Estado de S.Paulo. Revistas: EP=Época; IE= IstoÉ; VJ=Veja. E-mail: <saudereprodutiva@uol.com.br>

Agora é do PDT, líder da campanha em defesa de Dilma e é SANTO. Canonizado pela esquerda. E alguns defendem ele como vice de Lula ou o futuro presidente do país :P #MeBataUmAbacate!