sexta-feira, 8 de setembro de 2017

“Meu filho não é bandido, ele é doente”, diz mãe de Geddel a agentes da PF


A Polícia Federal realizou buscas no apartamento da mãe de Geddel Vieira Lima (PMDB), dona Marluce Quadros Vieira Lima, na manhã desta sexta-feira (08). O apartamento de dona Marluce fica no mesmo prédio onde Geddel estava cumprindo prisão domiciliar.


De acordo com o site Brasil 247, a mãe de Geddel ficou irritada com a situação. “Meu filho não é bandido, ele é doente”, teria dito. A PF chegou ao prédio, em Salvador, no bairro Jardim Apipema, por volta de 5h40. Geddel saiu em um carro da PF por volta de 7h direto para o Aeroporto de Salvador.
De acordo com O Antagonista, a PF encontrou digitais de Geddel Vieira Lima e Gustavo Ferraz, coordenador-geral da Defesa Civil de Salvador, nos maços de dinheiro, malas, paredes e maçaneta da porta do apartamento onde foram achados R$ 51 milhões na terça-feira. Gustavo Ferraz também foi preso nesta sexta-feira. (FONTE: 247)

sábado, 22 de abril de 2017

A novinha é uma criança


     É muito comum principalmente em solo soteropolitano, em especial nos pagodes e disputas de paredões o uso da expressão “novinha” para classificar / enquadrar / nomear as garotas da festa e do bairro.
     São diversas músicas (focando ainda no pagode baiano e fazendo um link com a ideia de músicas que colaboram com a cultura do estupro) que falam das “novinhas” e o que se deve fazer com as mesmas. O que não é mostrado – nem se quer ver – é que essa novinha sexualizada e hiper sensualizada é sim, na esmagadora maioria dos casos, uma criança. No máximo, uma pré adolescente ainda não distante de sua infância.
     Quem desenha / idealiza essa novinha como mulher e/ou como objeto sexual, vai de anônimos a famosos, estudantes com ou sem diploma. Maduros, idosos ou jovens. Casados ou não. Pode ser qualquer um e estar em (todo) qualquer lugar. Recentemente li no Jornal Folha Universal (de grande circulação nacional) a denúncia sobre o Coronel do Exército, pedófilo e financiador / agenciador da pedofilia na comunidade dele. De um coronel a um aposentado, de um (pseudo) educador a um religioso – visto os inúmeros processos lançados contra Igrejas em especial a Católica Apostólica Romana ou ainda um vizinho “legal” do bairro, livre de qualquer suspeita, a ação / prática da pedofilia ocorre em qualquer momento, pois é notório nos relatos e denúncias, que o abusador sempre (ou quase sempre) é um conhecido da vítima, quando não é um familiar.
     O porquê é injustificável. Alguns alegam transtornos enquanto a sociedade e a mídia os acusarão de descaração; E buscar-se-á enquadrar a violência sexual, abuso como um problema de saúde de quem abusa. Há casos onde se tenta justificar com o histórico, alegando por exemplo, que o abusador no passado já sofreu abuso, sendo portanto, apenas reprodutor da violência outrora sofrida. Há ainda – nos casos domésticos, envolvendo familiares é possível se notar isso – a teoria de que exista no familiar e sobre o mesmo, um atenuante que lhe conceda direito e prerrogativa para o abuso, tipo, “se vai ser de alguém, então que eu coma primeiro” ou “é minha filha, o primeiro a “usar” serei eu”.
     Outra raiz de “como” se dá é a auto indústria da pornografia voltada a atender esse “fetiche” (para alguns que o classificam dessa forma), pois muitos buscam naturalizar. Um simples e fácil exemplo é a questão da “tag” colegial em diferentes sites pornôs nacionais e estrangeiros. Contudo, não podemos esquecer-nos das novelas e determinadas propagandas tão estimulantes quanto e que, sorrateiramente buscam (e vão) passar despercebidas para atender a interesses diversos.   
     O fato é que o tema é polêmico e rende diversas análises. Toda e qualquer forma de combate e estimulo à denúncia – #primeiroassédio, campanha dos Ministérios Públicos estaduais e Federal e governos e igrejas – são essenciais. Muito a sociedade no mundo todo têm a contribuir para além do pedido de prisão, morte e castração que são comuns ouvirmos e lermos nas redes sociais, a despeito do qual nesse último 12 de outubro (2016, ano da escrita do texto) o governo da Indonésia decretou pena de castração aos pedófilos.
     O que não se pode perder de vista, embora as formas para parar e punir sejam diversas (e controversas) é que o primeiro ato – de quem quer que seja e onde for – tem que ser denunciado, enfrentado. O combate ao silêncio é vital para enfrentar o que alguns vêem como instinto animal.

Law Araújo
Professor de Literatura, Redação e Língua Portuguesa formado em Letras Vernáculas (2011) pela Universidade Católica do Salvador – UCSal;
Historiador formado em História (2016) pela Universidade Católica do Salvador – UCSal;
Bacharelando do Curso Estudos de Gênero e Diversidades (2016 –) da Universidade Federal da Bahia – UFBa;
Pós Graduando em Especialização em Educação em Gênero e Direitos Humanos pela Universidade Federal da Bahia – UFBa.

Texto escrito em 2016.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Quem é Ciro Gomes?

Ciro Racista Machista Gomes


Conheça o homem - #machista e #racista - (#CiroGomes) que lança uma frente em defesa de Dilma (e da democracia ?). São 12 pontos que reuni. E se coloca como paladino da moral e dos bons costumes. O homem que a "militância" de esquerda resolveu compartilhar nos últimos dias no facebook.... Compartilhar, quase tudo, isso, ninguém fala:

01 - Em 1979 disputou as eleições da UNE, onde concorreu para vice-presidente na chapa Maioria, que na época era vista como uma tentativa da direita de buscar influência no âmbito estudantil.

02 - Iniciou a carreira política no PDS, sucessor da Aliança Renovadora Nacional, a Arena, partido que dava sustentação à Ditadura Militar Brasileira.Em 1980 a agremiação passou a se chamar PDS, partido pelo qual disputou seu primeiro pleito, tendo se filiado ao partido poucos meses antes, elegendo-se deputado estadual em 1982.

03 - Em 1983 trocou de partido, passando para o PMDB, partido pelo qual reelegeu-se deputado estadual em 1986.

04 - Em 1988 migrou ao PSDB e conseguiu ser eleito, neste mesmo ano, prefeito de Fortaleza. Na eleição presidencial de 1989 apoiou no primeiro turno Mário Covas, candidato de seu partido, e Lula, no segundo turno.

05 - Em 1990 foi eleito governador do Ceará vencendo Paulo Lustosa. Foi o primeiro governador a ser eleito pelo PSDB. Ficou no posto entre 1991 e 1994.

06 - Deixou o cargo para assumir o Ministério da Fazenda em 6 de setembro de 1994 a convite do então presidente Itamar Franco. Sucedeu, nesta ocasião, Rubens Ricupero, flagrado confidenciando ao jornalista Carlos Monforte que havia problemas no Plano Real no instante em que a Rede Globo estava se preparando para colocar no ar um programa jornalístico (no episódio conhecido como escândalo da parabólica).

07 - Foi membro do PSDB até 1996, quando filiou-se ao recém-criado PPS (do antigo Partido Comunista Brasileiro, presidido por Roberto Freire - fundado em 19 de março de 1992) para concorrer à presidência da República em 1998.

08 - Em 16 de setembro de 2015, após breve passagem pelo PROS, filiou-se ao PDT. No final de agosto de 2015, afirmou em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, que poderá ser candidato nas eleições presidenciais de 2018.

09 - Em 2007 foi divulgado que Victor Samuel Cavalcante da Ponte, amigo pessoal de Ciro e responsável pela arrecadação da campanha dele e de seu irmão Cid Gomes em 2006, e diretor-administrativo do Banco do Nordeste, respondia a processo administrativo por reduzir, por meio de acordo, sem possuir os poderes legais, uma dívida do banco com a empresa Frutas do Nordeste do Brasil S.A. (Frutan) de 65 milhões para 6,6 milhões de reais. Na época do acordo, Ciro havia enviado cartas a empresários dizendo que Ponte falava em seu nome e de seu irmão em relação à contribuição para suas campanhas políticas.

10 - Em 2010, a revista Veja divulgou uma investigação da Polícia Federal sobre o suposto desvio de 300 milhões de reais de verbas do Ministério da Integração Nacional, entre 2003 e 2009, quando Ciro era o titular da pasta, para financiar campanhas políticas. A investigação também levantou o suposto envolvimento de Cid Gomes e do político cearense Zezinho Albuquerque no esquema de desvio de recursos.

11 - 
#CiroMachista: "Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental."

12 - 
#CiroRacista: "Só porque ele é um negro lindo vai dar o microfone pra ele?". Ciro Gomes em 2002

O presidenciável Ciro Gomes (PPS) chega amanhã a Campo Grande. Por volta das 20 horas ele desembarca no Aeroporto Internacional da capital e não vai encontrar somente simpatizantes de sua candidatura. Um grupo de cerca de 100 pessoas ligadas ao Conselho Estadual de Desenvolvimento e Defesa dos Direitos do Negro vai estar no local, fazendo uma manifestação contra algumas declarações que o candidato fez durante um debate na UnB (Universidade de Brasília).
Na ocasião, Ciro fazia uma palestra e uma das regras do evento era que perguntas deveriam ser feitas por escrito. Um estudante negro tentou quebrar o protocolo, Ciro não gostou e perguntou: "Só porque ele é um negro lindo vai dar o microfone pra ele?".

Aleixo Paraguassu, presidente do Conselho do Negro de MS, considerou a atitude preconceituosa: "Se fosse um japonês ou um aluno branco ele provavelmente não faria isso. Estaremos fazendo um protesto civilizado, contra uma atitude discriminatória", afirmou. Ele ainda disse que pretende entregar ao presidenciável um documento do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), que contém dados mostrando a situação da população negra: "64% dos pobres e 69% dos indigentes país fazem parte da etnia afro-brasileira", concluiu. 


Em 2002 Ciro dizia isso sobre a sua então esposa (atriz) Patrícia Pillar ""Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental."" :

Cenas de machismo explícito

Rede Feminista de Saúde (*)

A imprensa monitorada cobriu intensamente a repercussão das declarações machistas dos candidatos a presidente e a vice pela Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB). No fim de agosto, o candidato Ciro Gomes (PPS) declarou que o principal papel de sua companheira, a atriz Patrícia Pillar, em sua campanha era o de dormir com ele. No início de setembro, seu candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, chamou de "mal- amada" a ministra-chefe da Corregedoria Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, que rejeitara a prestação de contas da Força Sindical quando Paulinho era presidente da entidade.

Ciro constrange Patrícia, jornalistas e a si mesmo (FSP/GLO/JB/OESP-31)

Perguntado sobre a importância de Patrícia Pillar em sua campanha, Ciro respondeu: "Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental."

Na avaliação dos repórteres da Folha e do Estadão, a declaração criou imediato constrangimento para Patrícia e para o próprio Ciro. Segundo o Estadão, após a afirmação do candidato "os jornalistas presentes olharam uns para os outros e em seguida para a atriz", que não falou nada, mas estava com expressão de constrangimento. Já a versão do repórter do Globo é de que Patrícia "riu quando ouviu a declaração do marido".

O jornalista da Folha escreveu que Ciro, "ao perceber a gafe, visivelmente envergonhado, reformulou a resposta", dizendo: "Evidentemente, eu estou brincando." Daí, o candidato passou a fazer elogios à companheira.

Diferentes manchetes sobre a frase machista (FSP/GLO/OESP/JB-31)

No dia seguinte à declaração de Ciro Gomes, os jornais trouxeram as seguintes manchetes:

Folha: "Ciro cria situação constrangedora ao falar de Patrícia"

Globo: "Ciro dá declaração de mau gosto sobre Patrícia e depois recua"

Estadão: "Mais uma ‘brincadeira’ pode complicar Ciro"

O JB não deu destaque ao fato, que foi apenas mencionado em algumas linhas, como uma "brincadeira".

Feministas reagem indignadas (OESP-31)

A reportagem do Estadão procurou algumas feministas de São Paulo para colher reações à declaração de Ciro Gomes.

"Isso não é brincadeira que se faça, (...) é lamentável, é colocar a mulher como um corpo a serviço de um homem que está buscando o posto mais alto do país", criticou a socióloga Heleieth Saffioti, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

"Espero que todas as pessoas conscientes juntem estas pérolas e vejam quem é o Ciro", declarou Sílvia Pimentel, professora de Filosofia do Direito da PUC de São Paulo.

"É lamentável que a visão que ele tem sobre o papel dela na campanha seja essa, e ele não ressalte a função dela como cidadã. Foi uma colocação infeliz e imprópria", criticou Dulce Xavier, do grupo Católicas pelo Direito de Decidir.

Patrícia defende Ciro e ofende feministas (FSP-1)

No dia seguinte à declaração de Ciro, Patrícia Pillar afirmou à imprensa não ter se sentido ofendida com a frase do candidato. "Meu marido é maravilhoso", disse Patrícia, que rebateu as críticas das feministas: "Se tivessem o marido que tenho não saíam falando isso."

Na ocasião, Ciro Gomes aproveitou para dizer que pedira desculpas à mulher, não pela "brincadeira", mas pelo fato de Patrícia estar vendo de perto o que é a imundice da política brasileira. Para o candidato, a reação à "brincadeira" não passava de intriga dos adversários.

O senhor e a senhora de engenho (O Tempo-4)

Em seu espaço semanal no jornal O Tempo (BH), a médica Fátima Oliveira, futura secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde, também condenou as declarações de Ciro Gomes e de Patrícia Pillar. Sobre a crítica que a atriz fez às feministas, usando argumentos preconceituosos (feministas = mal-amadas), Fátima escreve: "Putz! Que falta faz um roteiro! Uma assessoria de gênero, mediana, não permitiria tanta imundície patriarcal e de Senhora de Engenho! Quem deu a ela o direito de fazer de conta que conhece a vida privada das feministas, de mulheres do quilate de Heleieth Saffioti, Sílvia Pimentel e Dulce Xavier, a quem a luta democrática deve tanto, e fazer comentários estereotipados sobre elas?"

Fátima Oliveira termina seu artigo lembrando o alerta da socióloga Heleieth Saffioti, de que os oligarcas têm desprezo pelas mulheres: "Se ele trata a própria mulher assim, imagine as outras."

Candidato dá explicações e tenta consertar estrago (OESP-2)

Durante um compromisso em São Paulo, Ciro Gomes foi abordado pela ex-deputada Irma Passoni (PT), que perguntou ao candidato quantas vezes ele teria afirmado que Patrícia era importante porque dormia com ele. Ciro afirmou que dissera isso apenas uma vez. Irma Passoni declarou então que, se a TV mostrou Ciro repetindo a mesma declaração três vezes, pode ter havido manipulação.

Ciro deu à ex-deputada a seguinte explicação: "Usei a frase apenas uma vez, no contexto de que durmo com Patrícia, mas me referindo à figura da mulher importante para a família, que faz os filhos dormirem, que põe as crianças na cama, um contexto mais amplo, e não a figura da mulher como uso sexual." Segundo o Estadão, Irma Passoni recomendou ao candidato que desse maior precisão às palavras em suas declarações. "Não pode dar conotação de que a mulher é para uso de cama, mesa e banho", disse Irma.

Uma voz solitária em defesa de Ciro e Patrícia (EP-9)

Afirmando que "o feminismo brasileiro importou da vanguarda americana uma detestável parcela de puritanismo sexual" e que "dar prazer ao homem é fundamento da vida amorosa", a psicanalista Maria Rita Kehl criticou a indignação gerada pelo caso e elogiou a atitude de Patrícia Pillar, de sair em defesa do marido. "Em público, [Patrícia] foi disciplinada e levou no bom humor. Soube, como poucas mulheres, colocar o interesse público (supondo que a candidatura Ciro represente interesses públicos) à frente de suas reivindicações privadas."

A psicanalista escreveu também que não sabe se Patrícia teria razões para se sentir ofendida, pois "o preconceito só atinge quem se identifica com ele". Na opinião de Maria Rita, "não se trata, como pensam algumas feministas, de evitar a todo custo o papel de objeto sexual, e sim de não se confundir com ele".

Pesquisa aponta queda de Ciro entre eleitoras (VJ-11)

Em reportagem de três páginas sobre o que pensam e como votam as mulheres, a revista Veja informou que uma pesquisa do Ibope, realizada nos três dias seguintes à declaração de Ciro Gomes, mostrava que o candidato havia caído de 21% para 16% na preferência das eleitoras.

Além das afirmações de Ciro e Patrícia, a Veja destacou alguns comentários sobre a declaração do candidato:

"Ela reduz a mulher à condição sexual", Luiza Eluf, procuradora do Ministério Público de São Paulo

"Credo! A frase é tão ruim que nem precisa de comentários", Marta Suplicy, prefeita de São Paulo

"É uma ofensa a todas as mulheres" - Luiza Erundina, deputada federal (PSB-SP)

"Não espanta, porque vivemos esse regime há 5 mil anos", Regina Lins, psicanalista e sexóloga.

Vice de Ciro chama ministra de "mal-amada" (todos os jornais-7)

Uma semana depois da declaração do candidato Ciro Gomes, foi a vez de seu vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, dar uma demonstração de machismo explícito.

Após prestar depoimento no Ministério Público Federal sobre supostas irregularidades durante sua gestão na Força Sindical, Paulinho discursou para manifestantes que o aguardavam na saída do prédio. Segundo a imprensa, Paulinho estava "visivelmente nervoso" e atacou a ministra-chefe da Corregedoria Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, que havia reprovado as contas da Força Sindical. Em seu discurso, o candidato a vice afirmou que "quando ela (Anadyr) fala todo mundo percebe que é mal- amada, é uma mulher amarga".

Procurada pela imprensa, a ministra recusou-se a comentar "insultos pessoais".

O homem caricato (JB/OESP-7)

A jornalista Dora Kramer dedicou a maior parte de sua coluna no JB e Estadão ao insulto dirigido por Paulinho à ministra Anadyr. "O homem caricato reage com grosseria quando é enfrentado por uma mulher", escreveu a colunista.

"Paulo Pereira da Silva resistiu o quanto pôde, mas ontem se revelou por inteiro integrante dessa espécie de subcategoria do sexo masculino", ao incorrer no "velho cacoete da cafajestada", critica Dora Kramer.

(*) Publicação eletrônica quinzenal da Rede Feminista de Saúde (Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos). Este Boletim contém notas sobre notícias e artigos publicados pela grande imprensa escrita brasileira sobre fatos e eventos relacionados à saúde da mulher, aos direitos reprodutivos e aos direitos sexuais. As opiniões aqui contidas não representam o posicionamento da Rede Feminista de Saúde sobre esses temas, mas apenas reproduzem a cobertura realizada pela imprensa acompanhada. Jornais: CB=Correio Braziliense; FSP=Folha de S.Paulo; GLO=O Globo; JB=Jornal do Brasil; OESP=O Estado de S.Paulo. Revistas: EP=Época; IE= IstoÉ; VJ=Veja. E-mail: <saudereprodutiva@uol.com.br>

Agora é do PDT, líder da campanha em defesa de Dilma e é SANTO. Canonizado pela esquerda. E alguns defendem ele como vice de Lula ou o futuro presidente do país :P #MeBataUmAbacate!

Os números do Bullying

Uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que um em cada dez estudantes de 15 anos é vítima frequente de bullying nas escolas. O dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos estudantes. O relatório contou com a participação de 540 mil estudantes de 15 anos que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos de 72 países. Em comparação com os demais países, o Brasil aparece com um dos menores "índices de exposição ao bullying". No ranking de 53 países, o Brasil ficou em 43º lugar. De acordo com os dados, 17,5% dos jovens brasileiros de 15 anos disseram sofrer alguma das formas de bullying “algumas vezes por mês”; 7,8% disseram ser excluídos pelos colegas; 9,3%, ser alvo de piadas; 4,1%, serem ameaçados; 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente. Outros 5,3% disseram que os colegas frequentemente pegam e destroem as coisas deles e 7,9% são alvo de rumores maldosos. “O bullying tem sérias consequências tanto para o agressor quanto para a vítima. Tanto aqueles que praticam o bullying quanto as vítimas são mais propensos a faltar às aulas, abandonar os estudos e ter piores desempenhos acadêmicos que aqueles que não têm relações conflituosas com os colegas”, apontou o estudo. O relatório ainda apontou que os estudantes brasileiros estão acima da média com relação a satisfação com a vida: 44,6% dizem que estão muito satisfeitos, enquanto a média dos países da OCDE é 34,1%.

sábado, 18 de março de 2017

Morte de Pessoas trans: O silêncio também mata


Até quando casos de homicídio de pessoas trans, gays e lésbicas passará impune e como se nada houvesse ocorrido? A foto representa Dandara, 42 anos, morta brutalmente em Fortaleza/CE. Mais aqui em Salvador outra trans foi morta violenta e absurdamente. Uma? São várias. O crime é diário. 

A pergunta é: até quando? A quem interessa o silêncio, negligência do Estado, das igrejas, em especial as evangélicas, que conhecedoras da Palavra de Deus sabem que:

1º devem amar seu próximo como a ti mesmo (tem um gay, uma lésbica, uma pessoa trans junto a você? Então esse próximo que Cristo Jesus se referiu é ele / ela);

2º no corpo trans, lésbico, gay há uma alma... Lembra? Jesus não veio em busca de corpos e do que se fez dele e com ele em terra, mas sim as almas, o corpo perece. A alma é eterna.

Esse silêncio não ajuda ninguém. Esse silêncio mata também. Só fazer testão, compartilhar foto, usar hastag não é o suficiente. É preciso uma cultura - política - de combate ao extermínio desse público e a repulsa (ao invés do riso, apoio e compartilhamento de fotos e vídeos) aos agressores.


Law Araújo é educador. Professor de Redação, Língua Portuguesa e Literatura, Historiador graduado em ambas as licenciaturas pela Universidade Católica do Salvador. É Bacharelando do Curso Estudos de Gênero e Diversidades pela Universidade Federal da Bahia.

sábado, 11 de março de 2017

Bullying não é coisa de criança ou da idade *


     Como ser humano racional e educador, me recuso a aceitar a ideia de bullying como algo que vem sendo dito e repetido por aí, de que seja algo “de criança” ou “coisa da idade”. Não! Mil vezes não.
     A prática do bullying não pode ser naturalizada porque não é natural / normal e nem aceitável que crianças e adolescentes sejam – principalmente no ambiente escolar – agredidas, ridicularizadas, vitimadas, ofendidas, excluídas com essa nefasta atitude e venhamos ouvir de educadores – colegas professores, coordenadores pedagógicos, direção, funcionários – e pais de estudantes que é uma coisa normal e que com o tempo passa.
     O bullying não passa. Fica e com marcas profundas nas três categorias envolvidas nele: 1 – a vítima; 2 – o agressor; 3 – as testemunhas que ora apóiam, incentivam, filmam, riem, aplaudem, ora se omitem, silenciam até por medo de serem as próximas vítimas.
     Quem foi e é vítima hoje, será amanhã um adulto com inúmeras dificuldades, traumatizado, impotente nas suas relações e modo de viver e conviver, além de depressivo e tendendo em inúmeros casos ao suicídio. Por isso, não passa, fica e mata até. O praticante de ontem e de hoje, o faz por buscar exercer uma liderança e obter medo e respeito dos demais, pesquisas e relatos mostram que esse agressor amanhã, é um jovem / adulto ainda mais problemático, drogado ou envolto ao universo das drogas. Aquele que sempre tem problemas com a polícia. O agressor dentro de casa. Por isso tudo, fica evidente que seu “filhinho” praticante de bullying não será como se diz no dito popular, “flor que se cheire” amanhã ou depois. Percebeu que não passa com a idade e só aumenta? Por fim as testemunhas, essas amanhã, tenderão a reproduzir casos de omissão quando a injustiça e a violência estiverem próximas das mesmas.
     Defendo que nenhuma escola – pública ou privada, da educação infantil a educação de nível médio – possa iniciar um ano letivo sem antes reunir a comunidade escolar e discutir sobre o bullying mostrando para todos a sua intolerância quanto à prática do mesmo. Sim, a palavra é intolerância. Não podemos como educadores, formadores de opinião permitir que nossos estudantes pratiquem e sofram tamanha violência dentro e fora da escola. Inclusive fora com o chamado ciberbullying que é também uma prática ainda mais violenta do bullying porque extrapola os limites das paredes da escola e ganha o campo virtual e a velocidade de difusão que a internet oferece.
     Por fim, defendo ainda que para além da palestra inicial que todos os colégios devam fazer, é preciso patrulhamento – palavra pesada mais necessária – durante todo o ano de práticas de violência em suas diversas formas: apelidos, violência física, verbal e psicológica, exclusão de grupos proporcionando um não entrosamento e aceitação do outro, discriminação por raça / cor, gênero e orientação sexual – ou ainda por trejeitos – às vezes o adolescente nem é gay, mas por se mostrar mais sensível,carinhoso, não gostar de praticar esportes, é apontado pelos demais como homossexual e encontra apoio dentro da escola para tal prática discriminatória. A escola – pessoas que a constituem – precisa desenvolver uma cultura contrária ao bullying e monitorar as suas insurgências. Defendo ainda a elaboração simples de uma cartilha explicando o que é e os malefícios do bullying para quem sofre, pratica e testemunha, que cada escola – as públicas ainda mais, pois dinheiro o governo tem – desenvolva a sua e distribua para estudantes e pais. Que cada encontro de professores/as e mães e pais seja pautada a questão e que se cobre dos responsáveis que ajudem a escola contra essa praga que vem deteriorando as relações dentro do colégio e fora dele e gerando os problemas que apontei acima e tantos outros mais.
     Porque uma escola verdadeiramente educadora é a que transforma violência em educação, a que desfaz preconceitos, forma seres humanos respeitados e respeitadores e de fato é ativa e não passiva ou inerte ao que está diante de seus olhos e é seu dever intervir. A escola que empurra o bullying com o barriga é assassina de seus próprios estudantes.


* Law Araújo é educador – professor de Língua Portuguesa, Redação, Literatura e Historiador licenciado em ambas as graduações pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e ensina na rede privada de Salvador. 

sexta-feira, 10 de março de 2017

Cultura do Estupro: Os fios que a tecem¹

Cultura do Estupro: Os fios que a tecem¹

     Foi comum ver nas redes sociais a hastag contra a Cultura do Estupro. Pessoas inclusive colocaram a frase como foto de perfil: “Eu luto / combato à cultura do estupro” (ou algo do tipo), mas, o sair do campo virtual ainda é problemático e o “x” da denominada questão. E por que não ir às ruas?
     Embora haja diversos setores dos movimentos sociais, há também uma desarticulação para o levantar-se e deixar o campo virtual para o real. E óbvio, também um enfraquecimento da organização contra a violência sofrida diariamente no Brasil – como o fato que iniciou nosso debate (isso em sala de aula) sobre a jovem carioca violentada por trinta e três homens e o caso ontem em São Gonçalo / RJ onde uma mulher foi violentada duas vezes na mesma noite, e o caso argentino que para além do estupro ocasionou o assassinato da vítima em decorrência da brutalidade e da forma com que ocorrera. Ou seja, no Brasil e no mundo cada dia é mais arriscado, perigoso ser mulher.
     A ideia do estupro (sua cultura), das diversas formas de violência, agressão, feminicídio são consideradas – pesquisas sobre o Mapa da Violência atestam sobre a temática – menos relevante do que se falar sobre. Quer dizer, pessoas, independente de classe, raça, status social e educacional acreditam que se fala sobre violência contra a mulher mais do que o tema “mereça” em relevância, segundo pesquisa dados do Mapa da Violência do ano 2015.
     Os fios que tecem a cultura do estupro perpassam como citei ao longo do curso (ver nota de rodapé) e no mesmo foi discorrido, por instituições que anulam vedando seus olhos ou descaracterizam, deslegitimam a luta e a causa. A instituição escola silencia. O governo negligencia com baixo orçamento e poucas delegacias especializadas e com pessoal preparado para o serviço e ação prática. A mídia ora abafa, ora deturpa discurso e informação. As músicas reforçam, incentivam e naturalizam. As novelas de TV romantizam o ato do estupro.
     Enfim, essas instituições acima citadas corroboram com fios da teia que dia a dia são tecidos e abarcam construindo um silenciamento da violência local e mundial que ocorre minuto após minuto. Hora a hora. Todos os dias e de maneira cada vez mais veloz e tida por corriqueira, banal, normal.
     O ato coletivo e o espírito de sororidade vistos na Argentina precisam ser urgentemente copiados e reproduzidos em todos os continentes onde haja – e bem sabemos que há – uma mulher sendo oprimida, violentada, agredida física, verbal, simbólica e psicologicamente falando.
    

Salvador, Bahia, 20 de outubro de 2016.

¹ Texto apresentado por mim no curso Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidades na disciplina de Metodologia – Universidade Federal da Bahia. 

quarta-feira, 8 de março de 2017

"Ah!... que mulher" um poema dedicado a Neide Souza



"Eu poderia dizer muitas coisas... Eu poderia nada falar... Poderia, quem sabe até mesmo de alguém plagiar... 
Mas o fundamental é não deixar passar em brancas nuvens a data que existe no mundo inteiro para reverenciar a mais bela, firme, idônea e singela criação divina: *#Mulher*. 
Sua existência provém a existência de outros. O filho que sou, os filhos que terei... 
Sou homem vindo de mulher, feliz e realizado por ter mulher...
Ah!! E que mulher.... Parabenizo minha amada e todas as mulheres desde esse mundo até a última galáxia! Feliz Dia a dia porque seu dia não se restringe a esse dia" 

poema "Ah!... que mulher"🌺  dedicado a Neide Souza...🌹escrito por Law Araújo