quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Comunicado de DESFILIAÇÃO DO PT

CARTA DE DESPEDIDA E ENCERRAMENTO DE MILITÂNCIA DENTRO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES – PT / SALVADOR / BAHIA / BRASIL

Salvador, 12 de dezembro de 2012.

     Depois de uma convicta decisão de me filiar ao Partido dos Trabalhadores, por ideal, sonho e metas a serem construídas coletivamente e depois de ter por várias vezes tentado me filiar, e acabar, por ironia do destino indo parar no Partido Socialista Brasileiro – PSB Bahia, acabei junto com um grupo de amigos e companheiros decidindo pelo nosso ingresso em conjunto no Partido dos Trabalhadores.

     Jamais “lulista”, sempre petista, vi – junto com meu grupo – que o PT era o instrumento necessário para que pudéssemos mudar a sociedade. Desencadear as mudanças necessárias e estruturantes à educação pública brasileira desde a pré escola até a universidade, garantindo a educação pública e de qualidade mais com a garantia de reconhecimento e valorização – respeito – aos professores imprescindíveis a esse projeto de elevação da nação pela educação. Vi ainda no PT o instrumento necessário de combate ao racismo e as descriminações raciais e sociais excludentes e que ainda hoje atemoriza povos no mundo inteiro. Cri também ser o PT a arma da juventude, para que esta pudesse estar munida de instrumento solucionador e garantidor de construções eficazes de políticas públicas reais e condizentes com as demandas e necessidades nossas.

     O que muitos lá foram julgam como uma verdadeira bagunça era um dos pontos para mim mais atrativos no partido. O direito de Tendência que muitos julgam “partidos dentro do partido” para mim sempre soou como o direito real de organização e de prevalência do diferente. Mesmo num projeto de esquerda, racial, educacional e das mais diversas frentes de empoderamento há divergências quanto à melhor forma de se alcançar o objetivo. O PED – Processo de Eleições Direta é outra formula fabulosa de exercício da democracia a qual o PT sempre pregou e defendeu como utopia a ser perseguida.  

     As experiências dos governos Lula (mesmo com o episódio do “Mensalão” e outros fatores) e do governo Dilma, de certa forma ainda são animadores, embora não alcance nem de longe o que se projetou nos programas petistas de outrora que motivaram a juventude a qual fiz parte a crer e ver nessa sigla – maior da América Latina, o nosso ponto essencial de revolução. Apresentamos mais reformas que uma revolução verdadeira. Na realidade, apresentamos somente reformas e ainda assim, reformas pontuais.

     A experiência do primeiro e agora do segundo governo Jaques Wagner foram a meu ver as piores possíveis. Uma terra que foi tanto castigada por um regime autoritário e antiquado tinha que ser substituído por algo realmente revolucionário. No entanto o que vemos com o governo Wagner é uma troca literal de seis por meia dúzia. Nem Antônio Carlos Peixoto de Magalhães – ACM conseguiu uma bancada tal qual Wagner. Nunca se reelegeu tanto um presidente de Assembleia e se foi tão submisso a uma base (pseudo) política fazendo com que militantes históricos do PT fossem substituídos e escanteados por interesses diversos onde para o governador tudo continua bem.

     Uma política ineficiente de Segurança Pública, uma péssima ação educacional, uma falta de estrutura e respeito aos educadores e à educação pública seja a estadual de ensino médio, ou seja, as degradadas Universidades Estaduais – UNEB, UESC, UESB e UEFS. Não há reconhecimento, valorização e nem respeito aos educadores nem da escola e nem das universidades. Não reconhecimento e compensação financeira e nem disposição de mudar tal história, tai a greve de mais de cem dias aonde vimos claramente o desinteresse do governador em conduzir o processo em respeito à categoria, aos alunos e seus pais. Desde o primeiro dia não houve por parte da pessoa do Sr. Jaques Wagner interesse de realizar qualquer tipo de revolução político – pedagógica em nosso Estado. A prova passa desde a equipe de transição da área de educação do governo Paulo Souto – Jaques Wagner e os secretários da Educação que o mesmo nomeou e quanto insistiu em nomes como no caso de Adeum Hilário Sauer que a categoria pedia que saísse e ele mantinha por simples prazer, picuinha. Quando já no início poderia ter nomeado um homem mais engajado e com visão de revolução educacional tal qual era o ex – deputado e hoje Conselheiro Zilton Rocha ou outra pessoa que pudesse conduzir o processo. Não tenham dúvida que o peso dessa greve educacional, para além das políticas mesquinhas de autopromoção do PCdoB, do coordenador da entidade APLB Sr. Rui Oliveira e ainda os famigerados ditos partidos de ultra esquerda radical PSOL e PSTU, me fez e faz realmente repensar todo o conteúdo em que depositei crença. Um partido de Paulo Freire (secretário da educação na gestão Luiza Erundina em São Paulo), de Florestan Fernandes e Sérgio Buarque de Hollanda e Cristovam Buarque seria realmente o mesmo partido de Jaques Wagner, Adeum Sauer, greve de cem dias, corte de salário e perseguição em escolas? Penso eu que não. Tenho convicção de que não.

     Para além desse capítulo da educação, que merece destaque ainda a demora para a realização de adoção do Projeto “Quero eleger minha diretora” de autoria do ex – deputado Zilton Rocha, passando antes por nomeação de aliados e correntes internas a direção de colégios a fim de que os mesmos pudessem se garantir e assim quando a eleição fosse marcada se garantirem como vitoriosos numa farsa de processo eleitoral democrático pelo qual a comunidade escolas deveria passar. Mas para, além disso, a matança da juventude negra, que parlamentares negros do PT que sempre caminharam ao lado da negrada fingem não ver para manter seus espaços no governo, sua ridícula secretaria de uma inexistente secretaria de promoção de uma cada vez mais distante igualdade racial. O governo Wagner mata dia a pós dia os jovens negros desse Estado e não garante a juventude um real espaço de organização e desenvolvimento humano, intelectual, educacional, esportivo, social, com condições de igualdade de raça / gênero / etnia. O que o governo garante é uma ante sala para que jovens do partido possam de roupa social, terno e gravata brincarem de gestores de políticas públicas de juventude consumindo o café, a água e o condicionador de ar das repartições públicas de nosso Estado.

     Desmembraram-se nesse governo as secretarias de Cultura e Turismo, divergindo de uma lógica carlista que entendia a nossa cultura como elemento puro e simples de atração de turistas a fim de alimentar os cofres públicos de governo e prefeituras; criei esperança de uma política verdadeira de cultura, desenvolvimento cultural, no entanto o que recebemos de cara foi um Sr. Márcio Meirelles que por mais apelos que se fizessem pela sua exoneração, o governador relutava para não dar o braço a torcer. E qual é a nossa valorização de cultura? O que traz e deixará os governos Wagner como herança de formulação cultural?

     Por fim, sua reeleição casada a um carlista de primeira linhagem (Sr. Vice governador Otto Alencar, antes do PP – Partido Progressista e agora dono dessa “empresa fantasia” PSD – Partido Social Democrático que nada mais é do que um PMDB sem ideologia e com sede de cargos nos mais variados governos sejam esses de partidos tido de direita ou tidos de esquerda. E ainda a submissão a avanços que o PT poderia ter tido a fim de nomear e espalhar nos órgãos e espaços de governos os P.G’s – Parasitas de Gabinetes das demais siglas, como por exemplo ao recuar sem ao menos dar uma palavra de solidariedade ao deputado estadual e fundador da sigla Rosemberg Pinto para agradar a vaidade do Sr. Marcelo Nilo, ex – PSDB e hoje PDT para que o mesmo se reelege ad infinitum.

     Eu poderia discorrer por horas sobre os equívocos desse pseudo governo. Os equívocos do governador em 2008 quando impôs a candidatura do Sr. Walter Pinheiro a prefeitura em desmerecimento a uma candidatura mais forte e viável do deputado Nelson Vicente Portela Pelegrino e ainda a subida do governador nos palanques de João Henrique – PMDB que depois deu forças ao Sr. Geddel Vieira Lima de ser candidato a governador em 2010 contra o próprio Wagner; a subida ao palanque do Sr. Antônio Imbassahy do PSDB e por fim e não com menor intensidade, por que não falar da demissão de Geraldo Simões da maneira que foi e da tentativa de acariciá-lo nomeando sua esposa para suplente (segunda suplente) de Senado na chapa de Lídice da Mata e Souza? Por que não falar do desrespeito ao homem e companheiro Zezéu Ribeiro e sua demissão da maneira que ocorrera e ainda da tentativa desrespeitosa de jogá-lo no Tribunal de Contas a fim de matar e enterrar a vida pública daquele que era candidato ao governo contra ACM quando ser candidato era tarefa e não simples prazer e muito menos certeza de vitória? E óbvio quem me conhece sabe que não deixaria de citar, o que dizer da forma grossa, desumana, animalesca e covarde e preconceituosa com a qual se jogou doutor Waldir Pires para fora da chapa do senado em prol de um Sr. César Borges que não veio e compôs com Geddel contra o governador e o PT e depois quando decidiu acolher o que a militância queria que era um senador do petista, adotou e tirou da cartola um Walter Pinheiro que quando o PT precisou votava contra e ia a sindicatos e imprensa dizer que era contra e ameaçou sair da sigla e ir fundar  o Partido do Socialismo e Liberdade. E doutor Waldir Pires, fiel ao PT, fiel aos seus ideais, firme na luta contra o carlismo e a sua voracidade teve que ler na imprensa coisas do tipo “governador prefere construir um busto em homenagem ao ex – governador Waldir Pires do que tê-lo como companheiro de chapa”, mas depois souberam ir atrás dele pedir que declarasse apoio a essa chapa.

     Recordo-me de dias antes da eleição de uma reunião na Casa do governador – Palácio de Ondina, a qual fiz parte com diversas lideranças do Movimento Negro onde dissemos que não apoiaríamos e nem votaríamos em Walter Pinheiro e por isso fizemos campanha para Lídice da Mata – 400 e Edvaldo Brito 147 por recusar as imposições do governador que desde sempre mostrou desrespeito ao PT, seus filiados e membros históricos.

     Saio do PT com inúmeras críticas ao governo estadual. Reconheço no PT ainda alguns companheiros aos quais são merecedores de meu respeito e admiração. Não saio do PT atirando para todos os lados, dizendo que todos não prestam e são mensaleiros, traidores e coisas do tipo. Saio sabendo que muito aprendi, desenvolvi e ensinei. Saio sabendo que inúmeras amizades e inimizades fiz mais que tudo valeu a pena porque minha alma – para parafrasear o poeta – nunca foi pequena. É uma decisão dura. É ainda dura a escrita dessa carta e do pedido de desfiliação e sua entrega na Sede do PT e no Tribunal Regional Eleitoral – TRE e sua publicação em meu Blog – www.blogdolawaraujo.blogspot.com e minhas páginas nas redes sociais: no facebook e ainda repartir essa informação no meu twitter. Disse diversas vezes a amigos e a mim mesmo que quando morresse teria em cima de meu caixão a bandeira do PT aliada a do meu time, o Esporte Clube Vitória. Entretanto, alguém já disse que nada era para sempre e eis que o final que não imaginei que ocorresse, ocorrera. Tive que com dor jogar fora jornais, cartazes, bandeiras, livros e cadernos de resoluções de coisas que defendi mesmo quando discordava por pensar que o PT era maior do que tudo. E querem saber a verdade? O PT é maior do que as coisas mesquinhas tais qual Jaques Wagner e seu pífio governo. Mas por desacreditar no governo em primeiro e absoluto e irrestrito lugar e por também não ver mais a estrela brilhar e desacreditar no partido e na maioria dos homens e mulheres dessa legenda que de maneira submissa se mantém refém desse medíocre governo e forma de fazê-lo me despeço da legenda por não aguentar mais lutar só contra os que negaram seus próprios ideais.

     Agradeço a acolhida, a vivência e a fantasia que me deram e na qual quis acreditar por algum tempo e depois, sabendo da realidade, alimentei no diálogo para fora enquanto dentro sabia que deveríamos viver de uma aparência de radical, revolucionário e de diferente dos demais. Eu particularmente e algumas pessoas que conto nos dedos das mãos somos diferentes. Mais a maioria não se distingue em nada dos que estão em outras siglas – conservadoras e que servem como moeda de troca de tempo de TV e rádio – e pessoas das mais baixas espécies. Hoje, e não só eu que digo os maiores articulistas petistas, próximos e ex – filiados é que dizem e escrevem visto o último artigo de Mino Carta e as declarações do ex – governador gaúcho Olívio Dutra, o PT não se diferem em nada mais do PSDB e do PMDB. O PT e seus governos não fazem além do necessário e não querem ir além para manter a mesma estrutura que outrora negara mais que hoje abraça. O sentido de democracia dia a dia se perde para que seja feita a vontade do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva e olha que um dia lembro-me de ouvir no meu recrutamento (coisa antiga ? Desatualizado no PT de hoje; recrutamento este feito por Nelson Pelegrino e Sandra Gama, ambos ex – Força Socialista e hoje Esquerda Democrática e Popular) dizerem que Lula era apenas um voto igual a mim. E hoje Lula é uma imposição. Um peso nesse partido. Relembremos a imposição ainda que vitoriosa do Sr. Fernando Haddad em São Paulo em detrimento da ministra Marta Suplicy; do caso da ex – senadora Serys Slhessarenko; do deputado Maurício Rands em Pernambuco e da absurda candidatura imposta do senador Humberto Costa em Recife e do Senador e ex – governador Wellington Dias em Teresina, ridicularizando até mesmo estes companheiros expondo-os as essas falidas campanhas. Sem obviamente deixar de destacar que Lula passou a valer mais que uma prévia que ele enfrentou contra o senador Eduardo Suplicy em 2002 quando impôs o nome de Dilma Vana Rousseff em detrimento de um debate que poderia ter ocorrido no seio do partido com nomes valorosos como o da companheira e ex – senadora e ex – ministra Marina Silva, do senador Paulo Paim e quem mais quisesse se lançar para o debate de ideias. O mesmo modelo que ocorrerá na Bahia quando o governador resolver impor um nome contra todo e qualquer debate que possa se pensar em formar em torno de nomes como de José Sérgio Gabrielle, Luiz Carlos Caetano, Moema Gramacho e o que ele – o governador – já insinua como atrativos aos seus olhos azuis Rui Costa e/ou Walter Pinheiro ou ainda quem sabe, sem que ninguém espere mais esteja pronto afazer a defesa um nome de fora como Otto Alencar que não era candidato a nada mais que declara esperar hoje ser senador ou um sempre reeleito Marcelo Nilo. No entanto com minha saída agora, não viverei e nem sofrerei esse tormento. Não verei mais de dentro a descaracterização do partido ao qual dediquei crença, confiança, amor e esperança e para o qual dispus de meu melhor, em tempo, ideias perdendo até namorada que afirmava que eu pensava mais no PT que nela. Foram sábados de reuniões e domingos também. Foram noites saindo tarde da Ladeira da Independência e da Mouraria e do Tororó e ainda longas viagens à Brasília, São Paulo e pelo interior do Estado na defesa desse partido, dos mandatos, homens e mulheres dessa agremiação política sem nada em troca receber. Porém sempre disposto a ceder à luta que cria valer à pena e hoje mais do que ontem vejo não ter sentido e nem muito menos valor.

     No entanto não só de críticas viverá a minha carta de despedida. Agradeço a amigos que militaram comigo, que me respeitaram e acreditaram em mim e aqueles que comigo brigaram e serviram como instrumento para que me mantivesse ativo na luta interna e externa, mais interna que externa já que vivemos num verdadeiro “Butantã” vermelho. Obrigado aqueles que ao longo dessa caminhada morreram e deixaram ensinamentos, mesmo que fosse o ensinamento de nunca faça isso que ele fez.

     Agradeço aos que me acompanharam quando quis entrar no PT, os que vieram no primeiro momento Romário Santos Júnior, Thiago Americano, Thalisson Coutinho e Thiago Sodré e o que veio depois Rodrigo Coelho; Agradeço a Sandra Gama, Marta Rodrigues, Nelson Pelegrino, Mário Scaldaferry, Augusto “Marvin” e ao conjunto da EDP; Obrigado a Construindo Um Novo Brasil – CNB pela acolhida e crédito. Obrigado a Zezéu Ribeiro, doutor Waldir Pires, Thiagão Carvalho e Thiago Rios e Luciene Reis e Gilberto Leal e a Fernanda Mattos, obrigado a Juliana Borges da CNB nacional; Obrigado ao Comandante José Dirceu da Silva de Oliveira e aos companheiros guerreiros Benedita da Silva e José Genoino e até quem já havia dado o primeiro passo sentido à porta da rua como a companheira Marina Silva; Obrigado a Lila, Nando e aos demais dos setoriais de Cultura, Meio Ambiente, Educação e Combate ao Racismo – estes dois últimos que militei, os dois primeiros admirei e apóie. Obrigado a Débora Cristina pelos papos, pelas risadas e por compartilhar da irritação ante a tantos dirigentes idiotas, medíocres e quem o Estatuto do partido que dirigem sequer conhecem. Obrigado a dona Reni e família. Obrigado aos vigilantes da sede do PT a exemplo de Anderson. Obrigado a Sassá pelos risos. Obrigado ao companheiro Bruno Costa do PT e do Movimento PT – e aos demais companheiros e companheiras do Movimento PT, corrente que sempre tive um carinho – pelos apoios e pela luta; Obrigado a todos que filiei e cujas fichas abonei, perdão por depois de levá-los sair. Um abraço a Ednaldo Minervino do PT de Alagoas e a Rubens Camelô do PT de Belém do Pará e Lilian Lima do PT de Seabra / Palmeira dos Índios / Bahia. Obrigado a todos os petistas da minha sempre importante Universidade Católica do Salvador – UCSal e um abraço agradecido aos petistas das UNEB’s, da UESB e UESC e UEFS a exemplo de Rogério Cedraz. Obrigado aos/as professores/as que se mantém firmes na luta e agradeço na pessoa da combativa companheira professora Edenice Santana. Obrigado a Almir “Odun – Ará” pelos papos, pelas confabulações que em lugar algum chegou e nem chegaria. Obrigado a Tárcito Fernando Vivas e a Laina Crisostomo. E um obrigado especial a José Edízio Nunes que me ensinou a conhecer do Estatuto e história do PT.

     E em um parágrafo separado e especial: Obrigado a Cristina Lobo. Quando eu era da EDP aprendi a não gostar de Cris Lobo porque ela era a Articulação Unidade na Luta / Campo Majoritário em pessoa. Sai fogo dos olhos de Cristina quando defendia a Articulação dos 113. Ela era sozinha os 113 numa articulação que dava certo. Depois amadureci e a conheci melhor e vi quem era essa mulher que igual a mim era sonhadora e apaixonada por esse partido que mais mal nos fez do que bem. Cuida-se garota, juízo. Sai do PT porque ele já saiu de você e de seus ideais há muito tempo. Obrigado por tudo; todas as conversas, viagens em terra e no ar. Obrigado pelos almoços e pelos petiscos no bar do Dias aonde tudo vai a dias bons e ruins.

     Aos que mal fiz peço perdão até por ser um ensinamento do meu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, 13 vezes obrigado. Veremos-nos nas lutas raciais e sociais e educacionais. Aguardo as críticas e reclamações no meu blog quando escrever contra esse governo e os erros futuros. Certamente nos esbarraremos em restaurantes e festas. Acabou o vínculo partidário, mas não a amizade e o campo do respeito estará sempre delimitado e a bandeira do respeito de pé.

     Aos que ainda acreditam por mais pouco que seja – porque nem eu sei mais o quanto creio em que e em qual quantidade – nos ideais que nos uniram, disse um dia Ernesto Che Guevara, se nos comovêssemos com a mesma dor seriamos companheiros em qualquer parte desse mundo e das suas Américas. Como sempre gostei de citar o Pastor Martin Luther King Júnior – “Eu tenho um sonho” e sei que alguns que ficam, os que saíram e os que sairão também o têm. E veremos realizados.

     Porém não poderia deixar de na minha saída lembrar que:

“As leis não bastam.
Os lírios não nascem da lei,
Meu nome é tumulto
E escreve-se na pedra”

Carlos Drummond de Andrade.

sábado, 13 de outubro de 2012

Todos Juntos na Hora de Defender Salvador?

Chegando hoje (sábado 13/10) em casa no bairro do Uruguai, ao me dirigir ao Mercado para fazer compras, deparei-me com esse carro com essa plotagem. Não acreditei no que vi, ri e não resisti, fotografei. Seria essa a ideia do povo da cidade, "todos juntos para defender Salvador"?As Urnas dirão.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Tenho Medo

Tenho Medo*

     O poeta Lenine – permita-me assim chama-lo em sua canção “Miedo” diz dentre outras coisas: “Tenho medo de parar e medo de avançar, tenho medo de amarrar e medo de quebrar, tenho medo de exigir e medo de deixar, medo, que dá medo do medo que dá...” Eu também tenho medo. Medo dessa política – campanha – calcada no medo, do amedrontamento de pessoas que tem e que não tem consciência política.
    Em 1989 o Brasil vivia sua primeira eleição pós Ditadura e o medo – que já não era pequeno nos anos de chumbo – voltara a imperar naquela eleição. Diziam “Se Lula for eleito, tomará as fazendas dos fazendeiros e distribuirá no que ele chamará de ‘reforma agrária’”; “Se você tiver dois apartamentos, um será tomado”; “Lula é comunista e comunista come criancinha”. Anos se passaram e o medo continuou a ser a arma que faz com que as pessoas não avancem como diz Lenine. A esquerda dizia “Eles vão vender o Brasil” e a direita afirmava “Eles vão dá o calote e transformar isso aqui em Cuba”. Em 2002 o tucano José Serra usou a atriz global – sempre a globo e os seus – Regina Duarte, a eterna Viúva Porcina, no horário político para que ela dissesse sobre Lula “- Eu tenho medo”.  Lembro-me de ter visto uma deputada baiana comunista na TV Record Bahia em um programa de televisão do meio dia enfurecida dizer que Regina Duarte “não era mais a namoradinha do Brasil”. Vi ódio nos olhos dos que não se conformavam com a política do medo que Regina usara ao bel serviço de Serra e do tucanato.
     Lembro-me de crescer vendo ACM usar essa tática e todos se lembrando de quando Lídice da Mata e Souza foi prefeita e perseguida. Agora, para meu medo e espanto, Lula, o maior democrata (?) do país vem a Salvador e ao invés de projetos e propostas concretas, de fazer a meia culpa e mostrar a realidade usa da política do medo para tentar elevar seu candidato ao segundo turno e assim fazê-lo vencer o candidato que está na frente. Não sou Neto, não voto nele e nem o apoio. Mas cá entre nós, o medo é o caminho? Segundo ainda, a opinião de Lenine, “... o medo é uma brecha que fez crescer a dor...”. Salvador já sente inúmeras dores – dor de parto, dor de Cruz – e não merece mais essa dor. Precisamos de fato e de verdade de debate de ideias. Eu não quero saber que um disse que ia dar uma surra – surra até hoje não dada – no presidente (hoje ex) da República; Eu não quero saber quem disse sim e quem disse não. Eu, como soteropolitano e apaixonado por minha terra quero saber quem vai fazer por essa cidade.
     O reverendo pastor Martin Luther King Júnior disse um dia “Eu tenho um sonho...” e eu também o tenho. Sonho com um país maduro, consciente politicamente de seu voto. Sonho com um país onde candidatos andarão nos bairros e cidades debatendo projetos e propostas viáveis. Um dia Gonzaguinha disse “É, agente não tem cara de panaca...”. Eles – direita (ainda há?), esquerda (um dia houve?) precisam entender isso. Por favor, não digam que para ser prefeito tem que ser do partido do governador e da Presidenta porque o partido do Lula só chegou ao poder em 2003 e antes disso Erundina foi uma excelente prefeita para São Paulo e outras cidades – lembram-se do O.P do PT em Porto Alegre? – foram também sem alinhamento estadual e/ou federal geridas pelo PT. A pergunta que faço é: Se Neto ganhar, Dilma, que sofreu com a Ditadura vai perseguir Salvador por Neto ser do DEM? Wagner que prega a democracia e o respeito aos aliados e diz que Salvador o acolheu quando fugindo da Ditadura para cá veio, perseguirá Neto como ACM fez com Lídice e tantos outros? “É a volta do cipó de arueira no lombo de quem mandou dar” – só para não dizer que não falei em Chico Buarque de Holanda – onde Salvador sem metrô, asfalto, iluminação, saúde e educação e reparação racial terá que pagar? Senhor Lula, política do medo não. Eu tenho medo de que Salvador nunca mude – olha Chico Buarque ai de novo – mais eu não posso ter medo e votar sob a ordem do “coroné”. Chega de medo! “Medo de fugir da raia na hora H, medo de morrer na praia depois de beber o mar, medo, que dá medo do medo que dá.” Ideias candidatos. A mesmice não nos eleva.

*Law Araújo
Professor Licenciado em Letras Vernáculas pela UCSal, graduando de História Licenciatura pela UCSal, Blogueiro (www.blogdolawaraujo.blogspot.com) e filiado ao PT de Salvador – licenciado durante essas eleições.  

segunda-feira, 16 de julho de 2012

COMUNICADO: Me licenciei hoje do PT

Depois de muito refletir e ante uma necessidade particular, protocolei na data de hoje 16 de julho de 2012 na Sede do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores - PT o meu pedido de licença temporária com data final em 31 de dezembro de 2012. O que portanto, ocorrerá depois das eleições, me deixando desobrigado de marchar com o partido nessas eleições municipais.

A conjuntura pessoal e coletiva - jeito de Wagner governar e tratar os professores, a coligação feita em torno de Nelson Pelegrino, a ausência de debates de ideias e uma hegemonia pura e simplesmente baseada na hegemonização - me fazem refletir e me licenciar. Todos que me conhecem sabem que amo o PT. Não estou saindo, jogando a toalha, me desfiliando. Estou me licenciando, o Estatuto me garante esse direito e assim o fiz.

Salvador, Bahia, 16/7/2012

Lázaro Araújo (LAW)

militante da 9ª Zonal (por opção de militância) cadastrado no TRE como 18ª zonal, PT/Salvador-Bahia-Brasil.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Dia 29/6 PMDB homologa M.K

Será dia 29 de junho, às 9h da manhã no Bahia Café Hall a Convenção do PMDB de Salvador que homologará M.K candidato a prefeito da capital baiana. O evento contará além da presença dos irmãos Vieira Lima, com o presidente nacional do PMDB Valdir Raupp e do vice presidente da República Michel Temer, dentre outras lideranças do PMDB. Hoje, dia 22, M.K se reuniu com os vereadores e pré - candidatos a vereador juntamente com Lucio e Geddel.

(Foto.: Facebook de M.K)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Só se vê na Bahia: ex- líder da oposição poderá ser líder do governo

O deputado estadual Gildásio Penedo (PSD) disse que se sentiria "à vontade" na liderança da bancada do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, apesar de ter comandado a oposição no biênio 2007-2008, quando era filiado ao DEM. O parlamentar é o principal cotado na Casa para assumir o lugar de Zé Neto (PT), que deixará o posto para se dedicar à corrida eleitoral pela prefeitura de Feira de Santana. "Eu fico lisonjeado pela lembrança do meu nome, mas no momento, tudo é mera especulação. A decisão [de um novo indicado para a liderança] virá na hora certa e será fruto da vontade do próprio governador e da bancada. Mas se for esse o desejo da bancada, vou assumir com muito entusiasmo", avaliou, em entrevista ao Bahia Notícias. Questionado sobre suas antigas relações partidárias e a ávida atuação na ala da minoria, Penedo minimizou. Segundo ele, houve uma "reengenharia política" no Estado. "Lógico que hoje o cenário é outro. Eu sempre havia sido filiado ao mesmo partido até então, o DEM [antigo PFL], e, como o meu partido era de oposição, procurei cumprir com o meu papel de parlamentar. Mas nos últimos anos tive um processo de decantação e já vinha me afastando do próprio Democratas. E hoje o PSD é uma realidade. Sempre tive uma relação muito estreita com o vice-governador Otto [Alencar] e quando o movimento do PSD se iniciou houve uma publicidade muito grande do governador em relação ao seu projeto político e acabamos nos conduzindo a um processo de alinhamento com o PT", afirmou. Nos últimos meses, o legislador já tem arcado com o ônus de defender o governo do Estado em plenário. Nesta terça-feira (19), o deputado foi vaiado por representantes dos professores estaduais, em greve há quase 70 dias, ao afirmar que o movimento estava "contaminado" com interesses políticos. (Bahia Notícias / Google Imagens)

13 + 12 = 25

Sem a definição de apoio do PP e muito menos o cumprimento de parte do acordo pelo partido para integrar a chapa majoritária – como a garantia de adesão do PTN – o deputado federal Marcos Medrado (PDT) pode ser a opção de Nelson Pelegrino (PT) para compor a sua chapa. Informações de bastidores dão conta de que as negociações para a formação do mapa astral entre as duas agremiações estão avançadas. O petista corre contra o tempo para fechar a vaga de vice, já que a sua homologação está marcada para o próximo dia 30, última data do calendário eleitoral. Sem o recebimento do pacote esperado, o postulante se vê obrigado a reavaliar o posicionamento dos pepistas em sua coligação. Além disso, um possível ingresso de Medrado resolveria tanto a questão do prazo, quanto atenderia ao pleito da legenda parceira, que colocou a aliança com o PT como prioridade em sua convenção. Caso firmada, uma cabeça de pule 13-12 somaria votos importantes para Pelegrino, sobretudo no Subúrbio, e botaria água no chope do rival ACM Neto (DEM), que ainda cogitava atrair a sigla para si. Apesar de o cenário demonstrar muitos pontos positivos, o prefeiturável do PT preferiu se esquivar. “Não tem nada certo. Nesta eleição, tudo pode mudar a qualquer tempo. Quem vai definir é a frente [conjunto de partidos que integram a sua coligação]. Todas as possibilidades são possíveis. Não descarto nada, pois continuamos conversando com todos  os partidos que compõem a base do governo”, pontuou Pelegrino, em entrevista ao Bahia Notícias. Segundo ele, até os 45 minutos do segundo tempo, ou seja, a data final para as convenções, pode pintar um vice do PDT, do PP e até mesmo do PCdoB, que no último domingo (17) homologou a candidatura da parlamentar Alice Portugal. Se a escolha for mesmo pelo PDT, o principal problema seria da ordem da numerologia, pois 13 e 12 somam 25, número da legenda do oponente democrata. (Bahia Notícias / Google Imagens)

Neto "verde"

Charge do Borega / Bahia Notícias

Kertész diz que terá dificuldade em apoiar ACM Neto em possível segundo turno

Pré-candidato do PMDB à prefeitura de Salvador, o radialista Mário Kertész reiterou nesta quarta-feira (20) que não teria “dificuldade” em apoiar o petista Nelson Pelegrino em um possível segundo turno e admitiu que poderá ter “alguma” [dificuldade] em apoiar o democrata ACM Neto. “Isso não quer dizer que seja intransponível”, completou. Apesar de negar qualquer mágoa com o deputado federal – com o argumento de que “mágoa é uma coisa muito pessoal” – o peemedebista apontou o parlamentar como o responsável pelo naufrágio da união das oposições. “Acho que ele errou politicamente, em função dos projetos que ele me disse que tinha. Ele disse que o projeto dele era ser governador em 2014. A partir daí, Geddel, Imbassahy e ele começaram a negociar para que esse grupo pudesse enfrentar o PT em 2014”, declarou Kertész em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM. No entanto, segundo o radialista, Neto teria “destroçado” a aliança com o PMDB e o PSDB. “De repente, sem dizer nada a ninguém, ele armou essa história de Agripino Maia vir aqui. Agora, qualquer que seja o resultado destas eleições, dificilmente ele conseguirá reconstruir esse projeto”, disse. Kertész falou ainda sobre um encontro no qual Neto teria prometido não lançar candidatura a prefeito desde que tivesse o apoio do PMDB para disputar o governop estadual em 2014. “Geddel apoiou [a ideia] e disse que sim. Eles chegaram a ir conversar com Michel Temer. Mas Neto foi muito pressionado pelo partido dele e o projeto passou a ser salvar o DEM. Repare que todas as inserções nacionais foram dadas a ele”, observou. (Bahia Notícias e Google Imagens)

MK apresenta propostas e critica prefeito: 'Mais uma vez, ele trai o PP'

O vice na chapa do PMDB poderá ser definido até a manhã desta quinta-feira (21), segundo o radialista Mário Kertész, pré-candidato do partido a prefeito de Salvador. Em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM, o peemedebista repetiu o que já havia dito o presidente estadual da legenda, Lúcio Vieira Lima: o nome será um dos quadros da sigla. No entanto, já se sabe que o presidente do Esporte Clube Bahia, Marcelo Guimarães Filho, não deverá preencher o posto. Ao comentar a decisão do PMDB em formar uma chapa puro-sangue, Kertész minimizou a ausência de alianças. “A prefeitura não merece ser retalhada entre cinco, seis, sete partidos. Sou contra isso. A gente tem que pegar as melhores pessoas, independente de indicação política”, afirmou. Sobre o atual gestor, não faltaram críticas. “Eu acho que ele [João Henrique] alcançou vários objetivos. Mais uma vez, ele trai o PP. Tirou o tapete de João Leão e da articulação de que ele levaria o PP e o PTN para o PT”, disse Kertész, ao comentar a viagem do prefeito em um período de definição de alianças. A ida do prefeito à Espanha ainda foi classificada pelo peemedebista como uma “encenação” – já que as informações são de que JH passará a maior parte do tempo de sua viagem na Disney – e o pepista foi acusado de fugir mais uma vez. “Ele foge das definições, das decisões políticas, das vaias do Dois de julho”, enumerou. Ao falar como candidato, Kertész fez uma lista do que considera como medidas imediatas mais importantes para a capital baiana. Entre elas, citou a requalificação da Transalvador, a revisão e cumprimento do Decreto de Carga e Descarga, a fiscalização severa do trânsito com advertência e multa, a requalificação da Estação da Lapa e alguns dos corredores exclusivos, além de obras em áreas de estrangulamento e melhorias na segurança. “A prefeitura tem que trabalhar com o governo do Estado e fazer algo parecido com o que já existe no Rio e em São Paulo: uma grande central onde estejam trabalhando juntos diversos órgãos como a Polícia Militar, Polícia Civil, Samu, Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal – uma parte armada”, afirmou.

(Bahia Noticias / Google Imagens)

Geraldo Júnior afirma que PTN ainda pretende atrair PP para apoio a ACM Neto

O presidente municipal do PTN e vice-líder do governo na Câmara de Vereadores, Geraldo Júnior, afirmou ao Política Livre que ainda pretende trabalhar para atrair o PP de João Henrique para acumular forças para a campanha do candidato ACM Neto (DEM). O PP ainda não se definiu sobre qual postura vai adotar: se sai com João Leão como candidato próprio ou se participa, de alguma forma, da campanha do petista Nelson Pelegrino. “Ainda vou tentar que o prefeito possa encabeçar o apoio a ACM Neto”, disse, durante evento realizado nesta quarta-feira (20), no qual foi oficializado o apoio do PTN à candidatura do democrata. Geraldo Júnior disse ainda que vai continuar com a fidelização da gestão de João Henrique, independente da postura que o PP adotar. “A respeitabilidade foi sinalizada por mim, independente do rumo. Vamos continuar sendo fiéis ao prefeito”, finalizou. (Amanda Barboza/Política Livre)

PP dá adeus a Pelegrino e PT em Salvador

Estava tudo certo, costurado nos bastidores para que o Partido Progressista (PP) declarasse apoio à candidatura do petista Nelson Pelegrino à Prefeitura de Salvador, mas as pedras no caminho fizeram o partido do prefeito João Henrique mudar de posição.

Uma reunião realizada nesta segunda-feira (18) deveria definir o dia para que os caciques do PP anunciassem o apoio a Pelegrino e a consequente indicação do ex-secretário de Transporte e Infraestrutura, José Mattos, para vice da chapa. Entretanto, corre nos bastidores que a união não vai mais acontecer graças a um desentendimento entre o deputado e presidente estadual do PP, Mário Negromonte, e o governador Jaques Wagner. Com a desistência, o Partido Progressista mantém, momentaneamente, a candidatura própria à prefeitura.

Vice de Pelegrino

Após o fracasso na tentativa de unir PP e PT no mesmo palanque, os articuladores da campanha de Pelegrino decidiram voltar suas conversas para o PTN, partido do secretário municipal de Educação João Carlos Bacelar. Sabendo que a sigla está inclinada a apoiar ACM Neto (DEM), os petistas ofereceram ao vereador Geraldo Júnior (PTN) a vaga de vice na chapa de Pelegrino. A preferência do PT seria pelo próprio Bacelar, mas isso é impossível, já que o prazo de desincompatibilização do secretário venceu no dia 7 de junho.

(Google Imagem e Metro1)

PTN e Bacelar vão de Neto em Salvador

O PTN oficializou, na tarde desta quarta-feira (20), o apoio à candidatura do deputado federal ACM Neto (DEM) à prefeitura de Salvador, lembrando o avô do candidato, o ex-senador ACM. O vereador Geraldo Júnior (PTN) pediu ao candidato compromisso com a educação. "A nossa preocupação é  a defesa do interesse da cidade de Salvador, tendo como bandeira a educação", afirmou.

Júnior elogiou o deputado por não esquecer o legado de ACM. "A gente conhece a árvore pelo fruto e vossa excelência nunca negou sua origem", disse.

Já o secretário municipal de Educação João Carlos Bacelar lembrou que foi no escritório do deputado ACM Neto que o PTN "ganhou corpo e cresceu". Bacelar afirmou ter feito exigências ao pré-candidato e alfinetou a gestão do atual prefeito João Henrique (PP). "Transforme a cidade de Salvador e melhore a vida das pessoas. Isso não é tapar buraco, nem construir praça. Somente a educação pode transformar", criticou.

*com redação de Amanda Palma - Metro1

Erundina: Maluf contamina qualquer pessoa

Deputada federal desmente declarações de Fernando Haddad e lamenta posição tomada por Lula


A deputada federal Luiza Erundina (PSB) afirmou nesta quarta-feira que não teria condições de fazer campanha ao lado de Paulo Maluf para o candidato Fernando Haddad, em coletiva em Brasília. Ela deixou o cargo de vice na chapa do PT depois da aliança assumida com o PP para a disputa das Eleições em São Paulo.

“Não dá para conviver com o Maluf. Ele contamina qualquer pessoa”, declarou Erundina, que lamentou o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter tirado foto ao lado de Maluf. “Você vai à casa da pessoa quando você tem amizade com ela... Julgo muito sacrifício por poucos minutinhos de horário na TV.”

Erundina afirmou que não esperava pelo acordo entre PT e PP quando aceitou ser vice de Haddad. O ex-ministro da Educação havia dito que a deputada do PSB sabia da possibilidade. “Ele [Haddad] disse que não havia nada de concreto”, declarou Erundina.

Com a saída de Erundina, o PSB deixou a definição para a vaga de vice para o PT. O nome de Netinho de Paula, do PCdoB, chegou a ser cogitado,
mas o vereador afirmou nesta quarta-feira que não desistiria de sua pré-candidatura.

(Google Imagens / Fonte:
http://www.band.com.br/noticias/eleicoes2012/sao-paulo/noticia/?id=100000511645 )

Para Erundina, Lula passou dos limites ao apertar mão de Maluf

Após sair da chapa de Fernando Haddad (PT), a deputada Luiza Erundida (PSB) declarou nesta quarta-feira (20) que o ex-presidente Lula (PT) passou dos limites ao fazer aliança com o deputado Paulo Maluf (PP).

A avaliação do PSB foi de que a aliança poderia ter sido firmada de forma institucional e não expressa na figura de Maluf.

"Aquele gesto foi ruim. O preço foi alto por uma coisa muito pequena. A mídia é importante, mas não determina o processo eleitoral se não vier somado a outras condições", disse.

As informações são da Folha/Metro 1 / Google Imagens

Erundina diz que está feliz por ter saído da chapa de Haddad

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) disse nesta quarta-feira que está feliz por ter saído da chapa de Fernando Haddad (PT), pré-candidato a prefeito pelo PT, após o acordo feito com o PP, de Paulo Maluf.
"Estou muito tranquila porque, quando a gente faz algo que corresponde ao anseio da sociedade, não tem erro, a gente fica feliz", afirmou a deputada.
"Não serei vice do Haddad", diz Netinho de Paula via Twitter
Após Luiza Erundina desistir de concorrer como vice-prefeita de Fernando Haddad surgiu a possibilidade de uma aliança com o PSB, com a sugestão de um nome para ocupar o lugar de Erundina. Para a parceria, o pré-candidato Netinho de Paula teria que abrir mão de sua candidatura. Porém, Netinho já adiantou via Twitter que não irá desistir de ser prefeito de São Paulo: "Não serei vice do Haddad", postou na rede social.
A desistência de Erundina aconteceu após uma aliança do PT com Paulo Maluf (PP). De acordo com o secretário nacional de organização do PT, Paulo Frateschi, "Existe tanto a possibilidade do PCdoB indicar um nome, como o PSB. O PSB tem preferência nesse caso, eles devem estar discutindo a substituição do nome", disse.
O PSB deixou caminho livre para o PT escolher o novo vice e garantiu apoio durante a campanha. A assessoria de imprensa do partido informou que existe interesse do PT em fazer uma aliança com o PCdoB, assim como com todos os partidos que fazem parte do governo Dilma Roussef.
O PSB ainda mantém a intenção de lançar Netinho como pré-candidato a prefeito de São Paulo e não cogitou apontar um nome como vice de Haddad, informou a assessoria de imprensa do partido. "Não passa por nossa ideia desistir do Netinho, a desistência da Erundina foi uma surpresa", informou. Para o partido, o convite ao cargo de vice-prefeito deve partir do candidato, no caso Fernando Haddad, e não como iniciativa do PSB.

Com Portal Terra / Jornal do Brasil (http://www.jb.com.br/eleicoes-2012/noticias/2012/06/20/erundina-diz-que-esta-feliz-por-ter-saido-da-chapa-de-haddad-em-sp/ ) / Google Imagem

Erundina pula fora da chapa de Haddad

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desistiu de ocupar a vice da chapa de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, segundo o presidente municipal do PSB, vereador Eliseu Gabriel, que foi informado nesta terça-feira (19). "Não temos plano B", disse Gabriel.

A deputada se reuniu na tarde desta terça-feira (19) com integrantes de seu partido em Brasília para discutir sua permanência na chapa encabeçada por Haddad

Após o encontro entre o ex-presidente Lula (PT) e Paulo Maluf (PP) que selou a aliança entre as duas siglas, nesta segunda (18), Erundina deu declarações conflitantes, ora ameaçando deixar a chapa por conta do apoio de Paulo Maluf, do PP, ora dizendo que "não recuaria" da indicação como vice, embora incomoda com o apoio pepista.

O desconforto de Erundina foi evidenciado em entrevistas aos sites da revista "Veja" e do jornal "O Globo". "Meu partido tem outros a indicar. Eu pessoalmente não vou aceitar. Vou rever minha posição", afirmou ela à "Veja". "Não preciso ser vice para fazer política."

Na noite desta segunda, Haddad disse que pretendia conversar pessoalmente com a deputada Luiza Erundina (PSB) "para confortá-la" e mantê-la como sua vice.

As informações são da Folha/ Metro1 e Foto Google Imagem

segunda-feira, 18 de junho de 2012

DEM homologa ACM Neto na disputa em Salvador

O DEM homologou, na tarde desta segunda-feira (18), a candidatura do deputado federal ACM Neto à prefeitura e de Célia Sacramento (PV) à vice-prefeitura de Salvador. Correligionários movimentaram a frente do Espaço Unique. Políticos como Zé Ronaldo (DEM), Leo Prates (DEM), Heraldo Rocha (DEM) e Bruno Reis (PRP) marcaram presença no lançamento.

Esperado, o deputado federal Antônio Imbassahy não compareceu ao evento, ao contrário dos correligionários José Carlos Fernandes, presidente municipal do PSDB, e do vereador Paulo Câmara.

Ao discursar, Neto disse que aceita a indicação feita pelo DEM, PSDB, PPS e PV, e fez agradecimentos especiais ao PSDB (José Carlos Fernandes, Paulo Câmara, João Almeida, Jutahy e Sérgio Passos), além de Téo Senna (PTC), que, contrariando sua legenda, o apoiará. Imbassahy não foi citado no discurso.  "Chegou a hora de bater no peito e dizer que essa cidade voltará a ser respeitada, voltará a ser do seu povo", afirmou para, em seguida, atacar o PT. "Estão tentando impor um candidato contra a vontade do povo de Salvador. Só que o povo de Salvador vai deixar o coração falar mais alto e nós vamos ganhar", disse.

Ausência de Imbassahy

Imbassahy tinha chegada esperada por Jutahy Magalhães e pelo presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia, mas não deu o ar da graça. O deputado federal, que tinha candidatura posta até o partido decidir apoiar ACM Neto, não se pronunciou sobre o assunto,
já que se submeteu a uma intervenção cirúgica no final de maio. A decisão do apoio foi motivo de racha no PSDB, minimizada por Jutahy em entrevista ao Metro1. Questionado pela imprensa, Neto afirmou que aguarda o apoio do ex-prefeito. "Imbassahy não veio, mas no momento certo eu sei que ele vai se envolver com a campanha", disse.

Diante das especulações de que o ex-prefeito pode apoiar o candidato do PT, Nelson Pelegrino, Aleluia foi categórico ao afirmar que não acredita na possibilidade. "Tenho convicção de que Imbassahy não apoiará Pelegrino", disse.

O deputado Bruno Reis (PRP) foi ao evento confirmar o apoio ao democrata. "Infelizmente o meu partido resolveu fechar com Pelegrino, mas eu tenho que me manter fiel à minha trajetoria política", disse. Reis não quis falar sobre as pesquisas. "As pessoas vão ter resposta nas ruas e nas urnas, o povo realmente deseja ACM Neto", afirmou.

Paulo Souto

Ex-governador, Paulo Souto também participou do evento e foi questionado pelos jornalistas se o partido cometerá os mesmos erros que em 2008, quando liderava as pesquisas e não foi nem para o segundo turno. De acordo com Souto, que prefere não falar em erros, o que interessa no momento é a "vontade da população de mudar a situação da cidade".

Souto ainda
falou novamente sobre a greve dos professores estaduais, que já dura 68 dias. "Há um desgaste no governo, desgaste este que veio antes até do que se imaginava", alfinetou.

*com redação de Amanda Palma e Larissa Oliveira - Metro1 Imagem Metro 1.

"Não existe mais direita e esquerda", diz Maluf ao firmar acordo com PT

Com cara de "o que é que eu estou fazendo aqui" Lula aperta mão de Maluf que declara apoio ao preferido de Lula na disputa por SP.

O Partido Progressista (PP) oficializou na tarde desta segunda-feira (18) o apoio à chapa do pré-candidato à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT). O encontro entre o deputado federal Paulo Maluf (PP) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durou cerca de 30 minutos.

O evento foi realizado na residência de Maluf, no Jardim Europa, região nobre da capital paulista. Lula saiu sem dar entrevista. Acompanhado por Haddad, Maluf  falou com os jornalistas no portão de sua casa, nos Jardins e afirmou que não existe mais direita e esquerda na política brasileira.

Haddad afirmou que compreende as críticas a Maluf, mas afirma que hoje  o PT tem um projeto político no país que está dando certo.

As informações são do G1 e Metro1.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Silvia Cerqueira toma posse na Superintendência da Pesca na BA

O Auditório do Ministério da Fazenda em Salvador ficou lotado, na manhã desta sexta-feira, para o ato de posse da nova superintendente da Pesca e Aquicultura do Estado da Bahia, Silvia Cerqueira. A cerimônia reuniu autoridades, parceiros, amigos e representantes de associações e cooperativas de pescadores da capital baiana. O presidente Estadual do PRB, deputado José de Arimatéia, considerou a indicação de Silvia Cerqueira “um progresso”. “Dra. Silvia vai brilhar à frente da superintendência, assim como tudo que faz na vida. Precisamos realmente de pessoas com garra, que realmente estimulem ações voltadas à cultura e ao fomento da pesca. Ela, inclusive, pode contar comigo na Assembleia Legislativa da Bahia”, registrou Arimatéia. “Agradecemos ao superintendente anterior, Abelardo de Jesus Filho, pelas suas contribuições. Agora, Dra. Silvia assuma e trabalhe para o nosso Estado. Tenho certeza que a senhora atende a todos os pré-requisitos”, disse o deputado federal Márcio Marinho (PRB).

Informações e foto: Política Livre.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

PRB reafirma nome de Marinho na disputa pela prefeitura de Salvador

O pré-candidato do PRB à Prefeitura de Salvador, bispo Márcio Marinho, disse nesta segunda-feira (4), em entrevista à TV Itapoan, que a gestão de Salvador é desastrosa. Marinho deu nota três ao prefeito João Henrique (PP), afirmando que o mesmo é uma boa pessoa, mas não um bom prefeito.

"A minha avaliação é 70% do que o povo avalia. O prefeito é uma pessoa boa, mas do ponto de vista administrativo é uma gestão desastrosa. Se eu fosse dar uma nota seria três", ponderou Marinho, que garantiu ser candidato e não voltar atrás da decisão.

O bispo ainda afirmou que quer ser prefeito "para cuidar das pessoas". "Me encontro capacitado para tal coisa. O que me motiva a ser prefeito de Salvador é porque quero cuidar, como cuido da minha casa, dessa cidade maravilhosa", concluiu.
Diante disso e muito mais, o PRB enviou convite à imprensa para evento, que acontece nesta segunda-feira (4), a partir das 14h, no Hotel Fiesta. Apesar de não ter confirmado o teor do encontro, sabe-se que o presidente municipal da sigla, deputado estadual Sidelvan Nóbrega, confirmará a candidatura própria à Prefeitura de Salvador.

Não é novidade para ninguém que o nome escolhido pelo partido é o do deputado federal, bispo Márcio Marinho. Em tempo, o pré-candidato disse reiteradas vezes, hoje, em entrevista à TV Itapoan, que não vai desistir da candidatura, garantindo disputar o pleito no primeiro turno das eleições municipais.

Imagem: Google Imagem / Informações: Metro1.com.br

Lídice deixa em aberto 2012 e diz que está no páreo para 2014

Leia a entrevista da Senadora e possível pré - candidata do PSB soteropolitano ao Palácio Thomé de Souza. Ela critica um eventual apoio do prefeito João Henrique, fala sobre as candidaturas da base do governo - especialmente PT e PCdoB - e de 2014.


A executiva nacional do PSB tem pressionado pela candidatura da senadora Lídice da Mata em Salvador. No entanto, ela, que preside o PSB na Bahia, embarcou na última sexta para os Estados Unidos numa missão oficial da CPI do Tráfico de Pessoas do Senado, sem nada decidir. Já conversou com o presidente nacional Eduardo Campos e com o governador Jaques Wagner, mas nada. Diz que depende agora das condições “que criemos para que isso (candidatura) possa se viabilizar”. Nessa entrevista à Tribuna, apesar de fazer mistério sobre o posicionamento da sigla, ela dá indicativos de que pode apoiar uma candidatura da base do governo, leia-se PT ou PCdoB. A socialista diz ainda que o apoio do prefeito João Henrique nessa eleição será negativo e que seu nome está no páreo pelo governo do estado em 2014.
 
Tribuna da Bahia – Senadora, já existe alguma definição se o PSB vai ter ou não vai ter candidatura própria em Salvador?
Lídice da Mata – O PSB hoje trabalha com a hipótese de ter a minha candidatura, mas, eu volto a dizer, com uma hipótese. A hipótese de ter candidatura própria ou compor junto com uma candidatura, discutindo com a direção nacional do partido, que nesse momento comanda as conversas políticas.
 
Tribuna – Já existiu algum contato da senhora com o presidente nacional Eduardo Campos. Há algum entendimento?
Lídice – Claro, claro. Eu tive uma conversa de mais de duas horas com o presidente do partido. Sobre a política nacional, sobre política regional, sobre a situação de Salvador, a situação do partido. Obviamente, foi até por isso que nós pensamos nessa alternativa de candidatura.
 
Tribuna – Houve então algum apelo para que a senhora encabeçasse um projeto de candidatura única?
Lídice – Não, não é um apelo. O presidente do partido não precisa me apelar. Ele tem uma possibilidade maior que essa, que é de discutir, do que me convencer de uma posição política, de fortalecimento do partido. Isso não quer dizer que seja a única alternativa, que o partido só possa fazer essa candidatura própria. A hipótese de uma candidatura foi colocada para que o partido nacional decida que caminho ele vai trilhar nessa eleição.
 
Tribuna – Qual é esse caminho? Qual o sentimento da senhora, senadora?
Lídice – Não é uma questão de sentimento. Eu acho que o partido, ao estar se colocando em diversas importantes cidades do país, como aliado, principalmente, do PT, ele tem a hipótese de analisar em ser candidato ou de apoiar candidaturas. E, se nós queremos o apoio de alguma força, temos que ter capacidade de analisar a hipótese de apoiá-las. Então, pra nós, não há uma posição que seja ‘ou somos nós candidatos ou nada’. Não é isso. Nós podemos ser candidatos ou podemos trabalhar a hipótese de apoiar a candidatura de Nelson (Pelegrino, do PT), a candidatura de Alice (Portugal, do PCdoB), ou a candidatura de alguém que esteja no nosso campo de alianças.
 
Tribuna – Qual seria o time para acontecer essa definição?
Lídice – O time seria definido pelo limite legal. Ou seja, nós temos até o dia 30 para tomar essa decisão, 30 de junho. Mas eu acredito que, antes disso, nós teremos uma possibilidade de avaliar o quadro político. Logo que eu chegar dos Estados Unidos, eu já estarei em condição de voltar a conversar com o partido nacional.
 
Tribuna – A senhora viaja então com um indicativo mais pra ter uma candidatura ou para fazer uma aliança?
Lídice – Nesse momento não. Não há nenhuma hipótese de uma coisa ou outra assim. Não é isso. O partido discutiu comigo a possibilidade da minha candidatura. Nós estamos, portanto, neste momento, analisando. É possível, no entanto, reavaliar isso.
 
Tribuna – A senhora se coloca à disposição do partido...
Lídice – Depende das condições que criemos para que isso possa se viabilizar, de alianças possíveis, conjuntura política com que nós possamos encarar esse momento, ou, na verdade, como qualquer outro, eu creio que, no partido, nós desejamos o fortalecimento de nossa legenda com candidaturas de vereadores ou com candidatura de prefeito. Nem sempre ter uma candidatura a prefeito quer dizer que o partido cresceu, se fortaleceu. O partido pode sair de uma eleição derrotado, eventualmente, mas politicamente fortalecido. Ou vice-versa. Então, são essas as circunstâncias que nós vamos ter que analisar.
 
Tribuna – A senhora já teve alguma conversa recente com o governador Jaques Wagner sobre isso?
Lídice – Sim. Eu jamais tomaria qualquer decisão de anunciar uma posição eleitoral sem conversar com o governador, por quem tenho não só admiração, mas que reconheço como um líder do nosso projeto no estado da Bahia.
 
Tribuna – E em algum momento ele chegou a colocar a importância de unir a base dele em torno de Pelegrino?
Lídice – O governador colocou em todas as reuniões que tivemos, tanto pessoais, quanto coletivas, a importância de sua base sair unida. Não apenas em Salvador, mas em outras cidades importantes. É claro que essa análise já foi feita. 
 
Tribuna – A senhora avalia o estremecimento entre o PT e o PCdoB? Seria fruto do calor pré-eleitoral ou devido à tensão gerada pela greve dos professores?
Lídice – Sinceramente, não tenho visto este estremecimento. Tenho estado com o presidente do PCdoB ( deputado Daniel Almeida), com a deputada Alice Portugal. Não tem estremecimento algum. Eles continuam sendo tratados com todo o respeito pelo governador Jaques Wagner. Não sei de onde viria essa ideia de estremecimento.
 
Tribuna – O deputado Capitão Tadeu tem se colocado à disposição do PSB, caso a senhora não seja alçada à condição de candidata. Ele poderia ser indicado como um vice, numa composição, por exemplo, com Alice Portugal?
Lídice – Não sei. Tudo isso depende da análise, entendeu? Tadeu é um deputado valoroso, coloca seu nome à disposição do partido, mas cabe ao partido analisar. 
 
Tribuna – Como a senhora observa a fragmentação da oposição, com duas candidaturas colocadas até agora, do PMDB e do DEM? Isso facilita para a base do governo?
Lídice – Sim, sim. Claro. Eu acho que se a oposição estivesse unida, o governo buscaria também se unificar. Esse cenário de oposição unida, porque, afinal de contas, há uma oposição na Bahia, que não tem a mesma oposição em nível nacional. Ou seja, o PSDB e o DEM são partidos de oposição do atual governo da presidente Dilma. O PMDB não é um partido de oposição ao governo da presidente Dilma. E isso certamente faz com que haja dificuldades na formação de uma aliança sólida, por exemplo, para a prefeitura de Salvador.
 
Tribuna – A senhora acha que isso dá sinais de conforto então para que aconteça mais de duas candidaturas da base do governo Wagner, por exemplo...
Lídice – Creio que sim. Eu, na verdade, acho que nenhuma candidatura tem conforto. Nenhuma aliança numa eleição traz conforto. Toda eleição é tensa, é disputada. Em toda eleição há sempre uma série de imprevistos. Não é possível garantir hoje quem ganha uma eleição depois de amanhã. As análises técnicas de pesquisa, sejam quantitativas, sejam qualitativas, analisam situações, hipóteses, sinais. Mas na hora, quem decide é o povo. E isso está muito distante de termos qualquer tipo de certeza sobre qualquer candidatura. Acima de tudo, eu creio que as candidaturas do governo têm amplas possibilidades de saírem vitoriosas. O que não quer dizer que sejam.
 
Tribuna – Na avaliação da senhora, o que precisa mudar de mais imediato em Salvador?
Lídice – São tantas coisas. Nós temos hoje uma cidade profundamente entristecida. Eu tenho dito que Salvador precisa recuperar a sua capacidade de liderança sobre os negócios da cidade, sobre a ação pública da cidade e também a sua função de nortear, de dar limite. Eu acho que nós temos uma situação tão dramática na cidade hoje, que eu vejo, que nós estamos com uma crise de autoestima. Eu penso que a gente precisa, em Salvador, é recuperar a liderança de definição sobre os rumos da cidade. A autoridade sobre a cidade. A autoridade para gerir os espaços públicos e definir os limites também com relação aos espaços privados.
 
Tribuna – Qual será a maior dificuldade, na visão da senhora, do próximo prefeito que vier a assumir o comando de Salvador?
Lídice – Depende de quem seja o prefeito. Prefeito não é tudo igual. O prefeito que tenha um apoio do governo federal e do governo estadual terá um tipo de dificuldade. O prefeito que não tenha esse apoio terá outro tipo. Como eu disse, a cidade hoje se encontra numa crise profunda de identidade, uma crise profunda de autoridade sobre a cidade. Liderança sobre a cidade, para definir os seus rumos, definir o limite da atuação dos interesses privados. Colocar os interesses públicos acima dos interesses privados. Isso é a questão central, em todas as áreas. O povo já sabe. Isso pode ser visto tanto na área imobiliária, quanto no Carnaval. Tanto na área do trânsito, quanto no comando de uma política pública de educação ou de saúde.
 
Tribuna – A relação com a iniciativa privada então, a senhora define que seja mais clara do que é hoje?
Lídice – Que seja transparente e, principalmente, que seja delimitado o espaço.
 
Tribuna – Que saia inclusive do limite das quatro paredes e que a prioridade do público seja colocada em prática...
Lídice – Eu digo isso com relação ao PDDU, eu digo isso em relação, eu volto a dizer, às questões do comando do Carnaval. A devolução do Carnaval pro povo de Salvador, não é que o povo não participe, mas um modelo em que ele possa ampliar a sua participação. E assim por diante.
 
Tribuna – O apoio do prefeito João Henrique nessa fase vai ser mais positiva ou mais negativa?
Lídice – Aí depende da avaliação de qualquer um. Na minha opinião, no meu modo de entender, será negativa. Porque eu acho que a política exige de cada um de nós uma função didática. Nós saímos de um governo de João Henrique com diversas questões, entre elas o nosso entendimento, no caso do PSB, de que ele havia se distanciado dos compromissos que ele havia assumido no início de seu governo. Isso está expresso, por exemplo, no slogan essencial de sua candidatura, que foi “Prefeitura de participação popular”, e a mudança clara desse slogan e dos rumos do seu governo. Eu não posso, simplesmente, querer que o prefeito João Henrique me apoie se eu rompi com ele. Eu acho que o povo espera de nós uma posição de coerência, então, se eu terei o apoio do prefeito, mesmo se eu quisesse, eu teria que explicar para a população por que, para que ficasse claro para a população que tipo de acordo é que está sendo feito. Em que base esses acordos são feitos. Senão acaba ficando uma ideia de que é tudo igual, não tem diferenciação. E não é. Se nós queremos ter uma candidatura que tem um projeto crítico com relação ao projeto que aí está, então   eles são diferentes.
 
Tribuna – Como é que a senhora avalia os desgastes que o governo Wagner tem passado nos últimos dias?
Lídice – Eu não entendo. Muita gente diz que é porque tem greve. Eu não conheço nenhum governo do Brasil que não enfrente greve. O governador enfrentou uma greve da Polícia Militar que não foi só na Bahia. Começou no Maranhão, depois foi pro Ceará, depois foi pra Sergipe, depois chegou na Bahia e depois chegou no Rio de Janeiro, num movimento nacional. O governador está enfrentando um momento de dificuldade enorme com o movimento de professores que também foi um movimento nacional. Existiu esse movimento em diversos estados brasileiros. Eu tenho total solidariedade às reivindicações dos professores, mas como também tenho solidariedade ao governo, porque sei dos limites que o governo tem para viabilizar essas reivindicações. Eu lamento muito que nós tenhamos chegado a um impasse. E acho que o impasse só pode ser desfeito se há concessão dos dois lados. Não pode haver uma concessão só do lado do governo. Então é preciso que os dois movimentos possam encontrar a saída para esse momento. Eu não vejo como se fazer governo sem haver a possibilidade de enfrentar uma greve, por exemplo. Greve é fruto da existência da democracia no país. 
 
Tribuna – Essa questão das greves, a seca, isso pode impactar negativamente para os candidatos do governador nessa campanha? A senhora acredita que isso pode acontecer?
Lídice – Eu acho que pode, como também não pode. A seca não depende do governador. A seca depende do tempo, de chover ou não chover. Eu sou testemunha do quanto o governador tem trabalhado nessa questão de dotar a Bahia de sistemas de abastecimentos de água. Tanto que nós temos um programa, o Água para Todos, que está sendo, digamos assim, entre aspas, positivamente copiado pelo governo federal. 
 
Tribuna – Pra finalizar, eu sei que 2012 nem passou ainda, mas o nome da senhora está no páreo para 2014?
Lídice – Acho que sim. Acho que 2014, a própria construção de 2012, da unidade de 2012, desse campo liderado pelo governador Jaques Wagner cria o momento para que a gente possa ter uma renovação da política no estado e nomes importantes de todos os partidos ficarão colocados. E creio que o PSB, sem dúvida nenhuma, pode dispor do meu nome para esse debate.
 
Colaboraram: Fernanda Chagas e Fernando Duarte /
Osvaldo Lyra EDITOR DE POLÍTICA Tribuna da Bahia 4.6.2012