CARTA DE DESPEDIDA E ENCERRAMENTO DE MILITÂNCIA DENTRO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES – PT / SALVADOR / BAHIA / BRASIL
Salvador, 12 de dezembro de 2012.
Depois de uma convicta decisão de me filiar ao Partido dos Trabalhadores, por ideal, sonho e metas a serem construídas coletivamente e depois de ter por várias vezes tentado me filiar, e acabar, por ironia do destino indo parar no Partido Socialista Brasileiro – PSB Bahia, acabei junto com um grupo de amigos e companheiros decidindo pelo nosso ingresso em conjunto no Partido dos Trabalhadores.
Jamais “lulista”, sempre petista, vi – junto com meu grupo – que o PT era o instrumento necessário para que pudéssemos mudar a sociedade. Desencadear as mudanças necessárias e estruturantes à educação pública brasileira desde a pré escola até a universidade, garantindo a educação pública e de qualidade mais com a garantia de reconhecimento e valorização – respeito – aos professores imprescindíveis a esse projeto de elevação da nação pela educação. Vi ainda no PT o instrumento necessário de combate ao racismo e as descriminações raciais e sociais excludentes e que ainda hoje atemoriza povos no mundo inteiro. Cri também ser o PT a arma da juventude, para que esta pudesse estar munida de instrumento solucionador e garantidor de construções eficazes de políticas públicas reais e condizentes com as demandas e necessidades nossas.
O que muitos lá foram julgam como uma verdadeira bagunça era um dos pontos para mim mais atrativos no partido. O direito de Tendência que muitos julgam “partidos dentro do partido” para mim sempre soou como o direito real de organização e de prevalência do diferente. Mesmo num projeto de esquerda, racial, educacional e das mais diversas frentes de empoderamento há divergências quanto à melhor forma de se alcançar o objetivo. O PED – Processo de Eleições Direta é outra formula fabulosa de exercício da democracia a qual o PT sempre pregou e defendeu como utopia a ser perseguida.
As experiências dos governos Lula (mesmo com o episódio do “Mensalão” e outros fatores) e do governo Dilma, de certa forma ainda são animadores, embora não alcance nem de longe o que se projetou nos programas petistas de outrora que motivaram a juventude a qual fiz parte a crer e ver nessa sigla – maior da América Latina, o nosso ponto essencial de revolução. Apresentamos mais reformas que uma revolução verdadeira. Na realidade, apresentamos somente reformas e ainda assim, reformas pontuais.
A experiência do primeiro e agora do segundo governo Jaques Wagner foram a meu ver as piores possíveis. Uma terra que foi tanto castigada por um regime autoritário e antiquado tinha que ser substituído por algo realmente revolucionário. No entanto o que vemos com o governo Wagner é uma troca literal de seis por meia dúzia. Nem Antônio Carlos Peixoto de Magalhães – ACM conseguiu uma bancada tal qual Wagner. Nunca se reelegeu tanto um presidente de Assembleia e se foi tão submisso a uma base (pseudo) política fazendo com que militantes históricos do PT fossem substituídos e escanteados por interesses diversos onde para o governador tudo continua bem.
Uma política ineficiente de Segurança Pública, uma péssima ação educacional, uma falta de estrutura e respeito aos educadores e à educação pública seja a estadual de ensino médio, ou seja, as degradadas Universidades Estaduais – UNEB, UESC, UESB e UEFS. Não há reconhecimento, valorização e nem respeito aos educadores nem da escola e nem das universidades. Não reconhecimento e compensação financeira e nem disposição de mudar tal história, tai a greve de mais de cem dias aonde vimos claramente o desinteresse do governador em conduzir o processo em respeito à categoria, aos alunos e seus pais. Desde o primeiro dia não houve por parte da pessoa do Sr. Jaques Wagner interesse de realizar qualquer tipo de revolução político – pedagógica em nosso Estado. A prova passa desde a equipe de transição da área de educação do governo Paulo Souto – Jaques Wagner e os secretários da Educação que o mesmo nomeou e quanto insistiu em nomes como no caso de Adeum Hilário Sauer que a categoria pedia que saísse e ele mantinha por simples prazer, picuinha. Quando já no início poderia ter nomeado um homem mais engajado e com visão de revolução educacional tal qual era o ex – deputado e hoje Conselheiro Zilton Rocha ou outra pessoa que pudesse conduzir o processo. Não tenham dúvida que o peso dessa greve educacional, para além das políticas mesquinhas de autopromoção do PCdoB, do coordenador da entidade APLB Sr. Rui Oliveira e ainda os famigerados ditos partidos de ultra esquerda radical PSOL e PSTU, me fez e faz realmente repensar todo o conteúdo em que depositei crença. Um partido de Paulo Freire (secretário da educação na gestão Luiza Erundina em São Paulo ), de Florestan Fernandes e Sérgio Buarque de Hollanda e Cristovam Buarque seria realmente o mesmo partido de Jaques Wagner, Adeum Sauer, greve de cem dias, corte de salário e perseguição em escolas? Penso eu que não. Tenho convicção de que não.
Para além desse capítulo da educação, que merece destaque ainda a demora para a realização de adoção do Projeto “Quero eleger minha diretora” de autoria do ex – deputado Zilton Rocha, passando antes por nomeação de aliados e correntes internas a direção de colégios a fim de que os mesmos pudessem se garantir e assim quando a eleição fosse marcada se garantirem como vitoriosos numa farsa de processo eleitoral democrático pelo qual a comunidade escolas deveria passar. Mas para, além disso, a matança da juventude negra, que parlamentares negros do PT que sempre caminharam ao lado da negrada fingem não ver para manter seus espaços no governo, sua ridícula secretaria de uma inexistente secretaria de promoção de uma cada vez mais distante igualdade racial. O governo Wagner mata dia a pós dia os jovens negros desse Estado e não garante a juventude um real espaço de organização e desenvolvimento humano, intelectual, educacional, esportivo, social, com condições de igualdade de raça / gênero / etnia. O que o governo garante é uma ante sala para que jovens do partido possam de roupa social, terno e gravata brincarem de gestores de políticas públicas de juventude consumindo o café, a água e o condicionador de ar das repartições públicas de nosso Estado.
Desmembraram-se nesse governo as secretarias de Cultura e Turismo, divergindo de uma lógica carlista que entendia a nossa cultura como elemento puro e simples de atração de turistas a fim de alimentar os cofres públicos de governo e prefeituras; criei esperança de uma política verdadeira de cultura, desenvolvimento cultural, no entanto o que recebemos de cara foi um Sr. Márcio Meirelles que por mais apelos que se fizessem pela sua exoneração, o governador relutava para não dar o braço a torcer. E qual é a nossa valorização de cultura? O que traz e deixará os governos Wagner como herança de formulação cultural?
Por fim, sua reeleição casada a um carlista de primeira linhagem (Sr. Vice governador Otto Alencar, antes do PP – Partido Progressista e agora dono dessa “empresa fantasia” PSD – Partido Social Democrático que nada mais é do que um PMDB sem ideologia e com sede de cargos nos mais variados governos sejam esses de partidos tido de direita ou tidos de esquerda. E ainda a submissão a avanços que o PT poderia ter tido a fim de nomear e espalhar nos órgãos e espaços de governos os P.G’s – Parasitas de Gabinetes das demais siglas, como por exemplo ao recuar sem ao menos dar uma palavra de solidariedade ao deputado estadual e fundador da sigla Rosemberg Pinto para agradar a vaidade do Sr. Marcelo Nilo, ex – PSDB e hoje PDT para que o mesmo se reelege ad infinitum.
Eu poderia discorrer por horas sobre os equívocos desse pseudo governo. Os equívocos do governador em 2008 quando impôs a candidatura do Sr. Walter Pinheiro a prefeitura em desmerecimento a uma candidatura mais forte e viável do deputado Nelson Vicente Portela Pelegrino e ainda a subida do governador nos palanques de João Henrique – PMDB que depois deu forças ao Sr. Geddel Vieira Lima de ser candidato a governador em 2010 contra o próprio Wagner; a subida ao palanque do Sr. Antônio Imbassahy do PSDB e por fim e não com menor intensidade, por que não falar da demissão de Geraldo Simões da maneira que foi e da tentativa de acariciá-lo nomeando sua esposa para suplente (segunda suplente) de Senado na chapa de Lídice da Mata e Souza? Por que não falar do desrespeito ao homem e companheiro Zezéu Ribeiro e sua demissão da maneira que ocorrera e ainda da tentativa desrespeitosa de jogá-lo no Tribunal de Contas a fim de matar e enterrar a vida pública daquele que era candidato ao governo contra ACM quando ser candidato era tarefa e não simples prazer e muito menos certeza de vitória? E óbvio quem me conhece sabe que não deixaria de citar, o que dizer da forma grossa, desumana, animalesca e covarde e preconceituosa com a qual se jogou doutor Waldir Pires para fora da chapa do senado em prol de um Sr. César Borges que não veio e compôs com Geddel contra o governador e o PT e depois quando decidiu acolher o que a militância queria que era um senador do petista, adotou e tirou da cartola um Walter Pinheiro que quando o PT precisou votava contra e ia a sindicatos e imprensa dizer que era contra e ameaçou sair da sigla e ir fundar o Partido do Socialismo e Liberdade. E doutor Waldir Pires, fiel ao PT, fiel aos seus ideais, firme na luta contra o carlismo e a sua voracidade teve que ler na imprensa coisas do tipo “governador prefere construir um busto em homenagem ao ex – governador Waldir Pires do que tê-lo como companheiro de chapa”, mas depois souberam ir atrás dele pedir que declarasse apoio a essa chapa.
Recordo-me de dias antes da eleição de uma reunião na Casa do governador – Palácio de Ondina, a qual fiz parte com diversas lideranças do Movimento Negro onde dissemos que não apoiaríamos e nem votaríamos em Walter Pinheiro e por isso fizemos campanha para Lídice da Mata – 400 e Edvaldo Brito 147 por recusar as imposições do governador que desde sempre mostrou desrespeito ao PT, seus filiados e membros históricos.
Saio do PT com inúmeras críticas ao governo estadual. Reconheço no PT ainda alguns companheiros aos quais são merecedores de meu respeito e admiração. Não saio do PT atirando para todos os lados, dizendo que todos não prestam e são mensaleiros, traidores e coisas do tipo. Saio sabendo que muito aprendi, desenvolvi e ensinei. Saio sabendo que inúmeras amizades e inimizades fiz mais que tudo valeu a pena porque minha alma – para parafrasear o poeta – nunca foi pequena. É uma decisão dura. É ainda dura a escrita dessa carta e do pedido de desfiliação e sua entrega na Sede do PT e no Tribunal Regional Eleitoral – TRE e sua publicação em meu Blog – www.blogdolawaraujo.blogspot.com e minhas páginas nas redes sociais: no facebook e ainda repartir essa informação no meu twitter. Disse diversas vezes a amigos e a mim mesmo que quando morresse teria em cima de meu caixão a bandeira do PT aliada a do meu time, o Esporte Clube Vitória. Entretanto, alguém já disse que nada era para sempre e eis que o final que não imaginei que ocorresse, ocorrera. Tive que com dor jogar fora jornais, cartazes, bandeiras, livros e cadernos de resoluções de coisas que defendi mesmo quando discordava por pensar que o PT era maior do que tudo. E querem saber a verdade? O PT é maior do que as coisas mesquinhas tais qual Jaques Wagner e seu pífio governo. Mas por desacreditar no governo em primeiro e absoluto e irrestrito lugar e por também não ver mais a estrela brilhar e desacreditar no partido e na maioria dos homens e mulheres dessa legenda que de maneira submissa se mantém refém desse medíocre governo e forma de fazê-lo me despeço da legenda por não aguentar mais lutar só contra os que negaram seus próprios ideais.
Agradeço a acolhida, a vivência e a fantasia que me deram e na qual quis acreditar por algum tempo e depois, sabendo da realidade, alimentei no diálogo para fora enquanto dentro sabia que deveríamos viver de uma aparência de radical, revolucionário e de diferente dos demais. Eu particularmente e algumas pessoas que conto nos dedos das mãos somos diferentes. Mais a maioria não se distingue em nada dos que estão em outras siglas – conservadoras e que servem como moeda de troca de tempo de TV e rádio – e pessoas das mais baixas espécies. Hoje, e não só eu que digo os maiores articulistas petistas, próximos e ex – filiados é que dizem e escrevem visto o último artigo de Mino Carta e as declarações do ex – governador gaúcho Olívio Dutra, o PT não se diferem em nada mais do PSDB e do PMDB. O PT e seus governos não fazem além do necessário e não querem ir além para manter a mesma estrutura que outrora negara mais que hoje abraça. O sentido de democracia dia a dia se perde para que seja feita a vontade do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva e olha que um dia lembro-me de ouvir no meu recrutamento (coisa antiga né? Desatualizado no PT de hoje; recrutamento este feito por Nelson Pelegrino e Sandra Gama, ambos ex – Força Socialista e hoje Esquerda Democrática e Popular) dizerem que Lula era apenas um voto igual a mim. E hoje Lula é uma imposição. Um peso nesse partido. Relembremos a imposição ainda que vitoriosa do Sr. Fernando Haddad em São Paulo em detrimento da ministra Marta Suplicy; do caso da ex – senadora Serys Slhessarenko; do deputado Maurício Rands em Pernambuco e da absurda candidatura imposta do senador Humberto Costa em Recife e do Senador e ex – governador Wellington Dias em Teresina, ridicularizando até mesmo estes companheiros expondo-os as essas falidas campanhas. Sem obviamente deixar de destacar que Lula passou a valer mais que uma prévia que ele enfrentou contra o senador Eduardo Suplicy em 2002 quando impôs o nome de Dilma Vana Rousseff em detrimento de um debate que poderia ter ocorrido no seio do partido com nomes valorosos como o da companheira e ex – senadora e ex – ministra Marina Silva, do senador Paulo Paim e quem mais quisesse se lançar para o debate de ideias. O mesmo modelo que ocorrerá na Bahia quando o governador resolver impor um nome contra todo e qualquer debate que possa se pensar em formar em torno de nomes como de José Sérgio Gabrielle, Luiz Carlos Caetano, Moema Gramacho e o que ele – o governador – já insinua como atrativos aos seus olhos azuis Rui Costa e/ou Walter Pinheiro ou ainda quem sabe, sem que ninguém espere mais esteja pronto afazer a defesa um nome de fora como Otto Alencar que não era candidato a nada mais que declara esperar hoje ser senador ou um sempre reeleito Marcelo Nilo. No entanto com minha saída agora, não viverei e nem sofrerei esse tormento. Não verei mais de dentro a descaracterização do partido ao qual dediquei crença, confiança, amor e esperança e para o qual dispus de meu melhor, em tempo, ideias perdendo até namorada que afirmava que eu pensava mais no PT que nela. Foram sábados de reuniões e domingos também. Foram noites saindo tarde da Ladeira da Independência e da Mouraria e do Tororó e ainda longas viagens à Brasília, São Paulo e pelo interior do Estado na defesa desse partido, dos mandatos, homens e mulheres dessa agremiação política sem nada em troca receber. Porém sempre disposto a ceder à luta que cria valer à pena e hoje mais do que ontem vejo não ter sentido e nem muito menos valor.
No entanto não só de críticas viverá a minha carta de despedida. Agradeço a amigos que militaram comigo, que me respeitaram e acreditaram em mim e aqueles que comigo brigaram e serviram como instrumento para que me mantivesse ativo na luta interna e externa, mais interna que externa já que vivemos num verdadeiro “Butantã” vermelho. Obrigado aqueles que ao longo dessa caminhada morreram e deixaram ensinamentos, mesmo que fosse o ensinamento de nunca faça isso que ele fez.
Agradeço aos que me acompanharam quando quis entrar no PT, os que vieram no primeiro momento Romário Santos Júnior, Thiago Americano, Thalisson Coutinho e Thiago Sodré e o que veio depois Rodrigo Coelho; Agradeço a Sandra Gama, Marta Rodrigues, Nelson Pelegrino, Mário Scaldaferry, Augusto “Marvin” e ao conjunto da EDP; Obrigado a Construindo Um Novo Brasil – CNB pela acolhida e crédito. Obrigado a Zezéu Ribeiro, doutor Waldir Pires, Thiagão Carvalho e Thiago Rios e Luciene Reis e Gilberto Leal e a Fernanda Mattos, obrigado a Juliana Borges da CNB nacional; Obrigado ao Comandante José Dirceu da Silva de Oliveira e aos companheiros guerreiros Benedita da Silva e José Genoino e até quem já havia dado o primeiro passo sentido à porta da rua como a companheira Marina Silva; Obrigado a Lila, Nando e aos demais dos setoriais de Cultura, Meio Ambiente, Educação e Combate ao Racismo – estes dois últimos que militei, os dois primeiros admirei e apóie. Obrigado a Débora Cristina pelos papos, pelas risadas e por compartilhar da irritação ante a tantos dirigentes idiotas, medíocres e quem o Estatuto do partido que dirigem sequer conhecem. Obrigado a dona Reni e família. Obrigado aos vigilantes da sede do PT a exemplo de Anderson. Obrigado a Sassá pelos risos. Obrigado ao companheiro Bruno Costa do PT e do Movimento PT – e aos demais companheiros e companheiras do Movimento PT, corrente que sempre tive um carinho – pelos apoios e pela luta; Obrigado a todos que filiei e cujas fichas abonei, perdão por depois de levá-los sair. Um abraço a Ednaldo Minervino do PT de Alagoas e a Rubens Camelô do PT de Belém do Pará e Lilian Lima do PT de Seabra / Palmeira dos Índios / Bahia. Obrigado a todos os petistas da minha sempre importante Universidade Católica do Salvador – UCSal e um abraço agradecido aos petistas das UNEB’s, da UESB e UESC e UEFS a exemplo de Rogério Cedraz. Obrigado aos/as professores/as que se mantém firmes na luta e agradeço na pessoa da combativa companheira professora Edenice Santana. Obrigado a Almir “Odun – Ará” pelos papos, pelas confabulações que em lugar algum chegou e nem chegaria. Obrigado a Tárcito Fernando Vivas e a Laina Crisostomo. E um obrigado especial a José Edízio Nunes que me ensinou a conhecer do Estatuto e história do PT.
E em um parágrafo separado e especial: Obrigado a Cristina Lobo. Quando eu era da EDP aprendi a não gostar de Cris Lobo porque ela era a Articulação Unidade na Luta / Campo Majoritário em pessoa. Sai fogo dos olhos de Cristina quando defendia a Articulação dos 113. Ela era sozinha os 113 numa articulação que dava certo. Depois amadureci e a conheci melhor e vi quem era essa mulher que igual a mim era sonhadora e apaixonada por esse partido que mais mal nos fez do que bem. Cuida-se garota, juízo. Sai do PT porque ele já saiu de você e de seus ideais há muito tempo. Obrigado por tudo; todas as conversas, viagens em terra e no ar. Obrigado pelos almoços e pelos petiscos no bar do Dias aonde tudo vai a dias bons e ruins.
Aos que mal fiz peço perdão até por ser um ensinamento do meu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, obrigado, 13 vezes obrigado. Veremos-nos nas lutas raciais e sociais e educacionais. Aguardo as críticas e reclamações no meu blog quando escrever contra esse governo e os erros futuros. Certamente nos esbarraremos em restaurantes e festas. Acabou o vínculo partidário, mas não a amizade e o campo do respeito estará sempre delimitado e a bandeira do respeito de pé.
Aos que ainda acreditam por mais pouco que seja – porque nem eu sei mais o quanto creio em que e em qual quantidade – nos ideais que nos uniram, disse um dia Ernesto Che Guevara, se nos comovêssemos com a mesma dor seriamos companheiros em qualquer parte desse mundo e das suas Américas. Como sempre gostei de citar o Pastor Martin Luther King Júnior – “Eu tenho um sonho” e sei que alguns que ficam, os que saíram e os que sairão também o têm. E veremos realizados.
Porém não poderia deixar de na minha saída lembrar que:
“As leis não bastam.
Os lírios não nascem da lei,
Meu nome é tumulto
E escreve-se na pedra”
Carlos Drummond de Andrade.