sábado, 9 de março de 2013

O jogo das eleições 2014 na Bahia



As articulações para as eleições de 2014 já começaram e as movimentações demonstram que as decisões tomadas no seio estadual serão cada vez mais influenciadas pelo cenário nacional.
A antecipação do debate tem impulsionado os pré-candidatos baianos, sustentados pelos seus partidos a buscarem espaço e articularem estratégias, que facilitem o caminho, rumo ao pleito do próximo ano. No entanto, fica cada vez mais claro que os resultados dependerão da arrumação das peças no contexto federal.
Nesse jogo estão, principalmente, o PT, o PMDB, o PSDB e o PSB, que se apresenta como o curinga, a partir da chance de o presidente nacional do partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ser candidato à Presidência da República. Há indicativos de que caso isso aconteça, a senadora Lídice da Mata, dirigente da sigla em solo baiano, terá que se candidatar a vaga na Governadoria, promovendo o palanque do pernambucano no Estado.
A própria Lídice e seus partidários afirmaram recentemente o desejo de apresentarem postulação ao Palácio de Ondina. A socialista eleita ao Senado, na chapa que reelegeu Jaques Wagner (PT) em 2010 ao governo do Estado, também admitiu que Campos tem “legitimidade” para discutir candidatura exclusiva.
Embora critique o que chama de “antecipação artificial”, a senadora destacou que a fase “é de disputa em torno do desejo”. Nos bastidores há uma compreensão do potencial de crescimento do governador de Pernambuco e da senadora.
De olho na possibilidade de o aliado arriscar voo solo, o PT, que deseja empenhar-se a todo custo para manter a presidência em poder de Dilma Rousseff, com verticalização na Bahia, ensaia manobras. Uma delas seria a de retirar a vice-presidência do PMDB, hoje com o líder do partido, Michel Temer, e ofertar a Campos, como forma de conter o apetite socialista.
A questão ainda não é admitida pelos dirigentes do PT, mas não deixa de ser especulada, à medida que o pernambucano amplia o campo de ação. O certo é que as definições nacionais terão peso, como antecipa o próprio presidente estadual do PT, Jonas Paulo. “A construção da chapa que será conduzida por Wagner, está umbilicalmente vinculada à candidatura de reeleição de Dilma.
A candidatura no Estado terá que ser um palanque dela. Essa é a matriz", ratifica Jonas. A suposta proposta de entregar a vice-presidência a Campos seria assunto de divisão entre a cúpula peemedebista.
Há quem aposte que a presença do líder socialista na chapa presidencial pode facilitar os caminhos do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que se sentiria à vontade para compor o palanque da oposição na Bahia, que tem como integrantes o PSDB e o DEM, principais adversários da chefe do Executivo nacional. Consequentemente, não se repetiria a situação de 2010, quando o PMDB deu o segundo palanque a petista.
Nesse caso, Geddel, que inaugurou, na noite da última quinta-feira, uma série de inserções televisivas com referências críticas ao combate à seca pelo governo baiano, faria palanque para a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB). Mas, na hipótese de o PMDB com Michel permanecer na vice, isso dificultaria a campanha do partido na Bahia, que teoricamente teria que sustentar a corrida de Dilma no Estado.
Na Bahia, a dupla PSDB/DEM fortalecida, após a conquista das duas maiores cidades, Feira de Santana e Salvador - com o apoio do PMDB -, vai impulsionar a candidatura de Aécio, que começou há mais de um ano a sua peregrinação. O tucano, inclusive, participou da campanha de ACM Neto à prefeitura da capital baiana, após desistirem de lançar projeto próprio de candidatura ao poder municipal, tendo como âncora o ex-prefeito e deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB). (Tribuna da Bahia)

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