Moradores do Conjunto Habitacional José Bonifácio, em Itaquera, Zona Leste, bloquearam a Rua Virgínia Ferni e atearam fogo em pneus para protestar contra a ação policial que resultou na morte de Yago Batista de Souza, 17 anos, morto no sábado (14/04), após levar um tiro de um policial militar.
O policial alegou que o disparo foi acidental, porém, a família do garoto contesta a versão. "A viatura chegou para abordar eles e um policial de dentro da viatura alvejou o meu irmão que estava sentado. Estavam os três sentados. Falaram que não deu tempo nem de levantar", disse Leandro Batista Lamires, irmão da vítima.
A família quer que tudo seja investigado e diz que não se conforma com a perda. "Ele não tirou a vida do meu filho, não. Ele tirou a vida de três, quatro, tem a mãe dele, tem eu, irmãos. E aí?", afirmou Evandro de Jesus Souza, o pai.
É o terceiro caso de jovem negro morto, que ganha repercussão na mídia, desde a morte de Eduardo Luiz Pinheiro dos Santos, de 30 anos, e de Alexandre Menezes dos Santos, os dois motoboys assassinados pela PM paulista.
O primeiro foi morto no dia 09 de abril dentro de um quartel da PM na Casa Verde, Zona Norte, e o segundo, foi vítima de espancamento no bairro de Cidade Ademar, zona Sul, onde morava, no dia 08 de maio, véspera do Dia das Mães, na frente da mãe, Maria Aparecida de Oliveira Menezes.
Indenização
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) lamentou a morte do adolescente e determinou que a Procuradoria Geral do Estado indenize a família. "Muito triste, foi uma tragédia. O policial já está preso, a polícia vai verificar se foi imprudência, imperícia ou negligência. Qualquer que seja o resultado da investigação, o Estado é responsável. Nós já determinamos à Procuradoria Geral do Estado que procure a família para indenizar a família. A família pode procurar a PGE que receberá toda a indenização. O policial está preso e vai responder a processo civil e penal", afirmou.
Nos dois casos anteriores, o Governo do Estado também adotou a posição de se antecipar a ações judiciais e indenizar as famílias das vítimas. (AFROPRESS)
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