sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ministra da SEPPIR diz que querem derrubá-la e CEN vê má fé

Brasília - Em resposta a denúncia da ministra chefe da SEPPIR, socióloga Luiza Bairros, feita em reunião com a bancada do PT, em Brasília, de que há um movimento de fora do Governo para derrubá-la, o coordenador geral do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Márcio Alexandre, disse nesta quinta-feira (24/11) "ver má fé na declaração" de Bairros.

"Quando vejo o CEN ser acusado de querer derrubar a ministra, aí vejo que começa a surgir certa má fé na compreensão dos nossos gestos. O fato é que o CEN não derruba ministras, nem aumenta orçamentos. Portanto, a ministra sai se a presidente quiser; ela fica, se a presidente quiser. Nós sabemos onde nossas mãos alcançam e temos a percepção bem nítida que não temos esse poder todo. Se tivéssemos, com certeza, optaríamos sempre por aumentar o orçamento e nunca por derrubar ninguém", afirmou.

A declaração da ministra aconteceu numa reunião com a bancada do PT logo após denúncia feita por entidades negras - vocalizada em Nota Pública assinada por Gualberto - em que acusa a gestão de Bairros de insensibilidade e de ter "aparelhado" o Encontro Íbero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes que aconteceu entre 16 e 20 de novembro passado, em Salvador.

Discutir política

Segundo Gualberto, a posição da entidade que dirige sempre foi a de construir e discutir política. "Assim foi com Matilde, com Edson e com a atual ministra", acrescentou.

Ele, porém, se disse cético com a disposição da ministra para um diálogo franco e leal com o movimento social. "Observamos que a atual equipe da SEPPIR é muito ruim de política e quando o time é ruim, a culpa sempre recai sobre o técnico ou técnica. O tempo todo dizemos à ministra que estamos à disposição para dialogar. No entanto, não vemos gestos nesse sentido", acrescentou.

Diálogo

Gualberto contou que durante a realização do Encontro em Salvador, ao chegar ao Centro de Convenções da Bahia, foi abordado por Luiza Bairros. "Quando conversamos?", tería perguntado a ministra na sua versão.

"A hora que a senhora quiser", foi a resposta, segundo ele, para quem a ministra é que deve tomar a iniciativa do diálogo. "Ela é a ministra, ela me convoca, portanto é ela quem deve chamar a conversa. Como sociedade civil, estou disposto a conversar a qualquer hora e em qualquer dia. Aí você pode perguntar, conversar para que? Para dizer que temos um problema na equipe atual. O fato de o sujeito ou a sujeita ser um excelente acadêmico não dará necessariamente um bom político. Está aí o Lula para comprovar a tese", frisou.

Viés acadêmico

Segundo Gualberto, o problema da equipe de Luiza Bairros é que tem um viés demasiado acadêmico e "se vê pairando acima das entidades do Movimento Negro".

"Há entidades com as quais a ministra tem um diálogo mais próximo e isso é compreensível. No entanto, nós entendemos que este diálogo deve ser extensivo a todas às organizaçoes e todos os setores do Movimento Negro. A ministra é uma de nós. Vem dos quadros históricos do MNU que reispeitamos como patrimônio nacional do Movimento Negro. Portanto, não consigo entender a dificuldade em sentar e dialogar conosco", sublinhou.

O coordenador do CEN disse que é equivocada a idéia de que a entidade tem uma posição de crítica pela crítica. "Para nós, do CEN, a SEPPIR é vital, sua permanência é essencial como estratégia para as discussões sobre as relações étnico-raciais dentro da esfera pública. O que vemos, no entanto, é que não compreendeu seu real papel e nós, como movimento social, tensionamos para que este papel seja favorável a nós. A SEPPIR surge para agir como um agente fortalecedor do Movimento Negro, se ela disputa com o próprio Movimento, um dos dois morrerão e, nesse caso, tal como no Candomblé, antiguidade é posto e a SEPPIR ficará numa situação desfavorável", acrescentou.

Para Gualberto, o papel da Secretaria, que tem status de Ministério desde 2008, "é caminhar no sentido de fortalecer o Movimento Negro em sua institucionalidade". "Quando eu vejo a ministra se retirar, antes mesmo de começar uma mesa de abertura de um evento da sociedade civil, a sensação que tenho é que ela não quer conversar. Mas por outro lado a ministra é inteligente e sabe que política só se faz de uma forma: conversando. Então, ou ela conversa, ou ela se fecha em copas. É uma escolha política e pessoal. Eu particularmente, torço pela segunda ", concluiu. (AFROPRESS)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Movimento Negro quer manutenção da SEPPIR mais sem Luiza no comando

Jornal Estado de São Paulo - Nacional
Movimento negro defende secretaria sob novo comando


Luiza Bairros, da Igualdade Racial, perde apoio de ativistas da área, que criticam falta de diálogo e rompimento com gestão passada

A presidente Dilma Rousseff enfrentará reações no movimento negro se forem confirmadasas informações de que pretende extinguir a Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Militantes de todas as tendências consideram a proposta um retrocesso político. Por outro lado, a presidente ganhará aplausos se, além de manter a secretaria, trocar a atual titular. Nomovimento negro e até em alguns setores do PT, é cada vez maior o descontentamento com a atuação de Luiza Bairros.

Na avaliação dos críticos da ministra,ela mostra pouca disposição para o diálogo com organizações sociais e ignora demandas petistas. Até circula em Brasília o comentário de que ela nem faz parte da cota do PT na Esplanada dos Ministérios. Na verdade, integraria a cota do governador baiano Jaques Wagner (PT), que, saiu das eleições de 2010 com cacife para indicar doisministros: Luiza e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).

Curiosamente, os dois frequentam todas as listas de apostas sobre nomes passíveis de serem substituídos por Dilma na esperada reforma ministerial
em janeiro.

Além da indisposição para o diálogo,vista como falta de habilidade política, Bairros é criticada pelo fraco desempenho da Seppir. Desde que assumiu, há mais de dez meses, o feito de maior repercussão da gestão foi uma polêmica com a Caixa Econômica Federal, por causa de um comercial deTV no qual Machado de Assis apareceu mais branco do que era na realidade.

Não houve quem discordasse da reação, mas surgiram críticas à forma pouco diplomática como foi tratada a polêmica entre dois órgãos federais. A questão poderia ter sido resolvida de forma mais discreta, especialmente porque a Caixa é uma tradicional patrocinadora de campanhas em defesa da igualdade racial.

Mal-estar. O descontentamento com Luiza começou logo após sua posse,com a decisão de promover uma ampla mudança no quadro de funcionários da pasta, deixando claro que sua gestão não seria uma simples continuidade da anterior. O mal-estar aumentou quando apresentou à Secretaria de Comunicação da Presidência a ideia de uma campanha com o seguinte mote: Igualdade Racial, Agora É Pra Valer.

Houve quem achasse que estava avançando demais na demarcação de governos, após toda a campanha de Dilma ter defendido a ideia de que seria um governo de continuidade. No final a campanha acabou entrando em cena com o título amaciado para: Igualdade Racial É Pra Valer.

As divergências ficaram restritas ao âmbito dos gabinetes até dias atrás, quando o presidente da Federação Nacional daTradição e Cultura Afro-brasileira, Walmir Damasceno, manifestou ao líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), seu descontentamento com Luiza. Na mesma ocasião, ele pediu ao petista que sugerisse a Dilma a destituição da ministra na esperada reforma de janeiro.

Na avaliação de Damasceno, a ministra só ouve alguns poucos assessores – na maioria, ligados a ONGs com as quais ela trabalhava na Bahia antes de ser indicada para o ministério. “Ela precisa ser mais republicana”, diz.

Luiza também é criticada por setores do PT. “A ministra age como se a secretaria tivesse começado com ela. Virou as costas para o movimento social e para o PT, partido que teve um papel fundamental nas lutas pela igualdade racial”, acusa Claudio Silva, da Secretaria do Combate ao Racismo do PT em São Paulo e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.“ Ela não está ouvindo nem o conselho.”

Na mesma medida em que engrossam as críticas à ministra, também aumenta o coro dos que se opõem à extinção da Seppir, que seria incorporada à Secretaria de Direitos Humanos, sob a batuta da ex-deputada e atual ministra Maria do Rosário (PTRS). “A Seppir é uma conquista histórica do movimento negro na luta contra o racismo”, observa Martvs Chagas, diretor de fomento da Fundação Cultura Palmares e membro do diretório nacional
do PT.
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Jornal Estado de São Paulo - Nacional
2) PC do B dá mais apoio à ministra que o próprio PT



Na avaliação deum ex-titular da Seppir, é possível que as críticas à atual ministra Luiza Bairros se devama interesses contrariados por sua gestão. O movimento negro está dividido em várias tendências e nem todas se afinam com a linha da ministra. Outra dificuldade seria o fato de Luiza ter proximidade com o PT da Bahia, mas relações fracas com os petistas de outros Estados.

Curiosamente,quem mais defende a permanência dela no cargo é o PC do B, partido que tem um braço forte no movimento negro e controla cargos importantes na Seppir desde que foi criada, em 2003.

Diante dos comentários de substituição de sua apadrinhada, o governador baiano Jaques Wagner (PT) também saiu em sua defesa. Ontem, em Salvador, na abertura do Encontro Iberoamericano do Ano Internacional dos Afrodescendentes,ele anunciou que dira à presidente Dilma Rousseff que Luiza tem apoio da base social e que a Seppir deve ser mantida. A fala de Wagner ocorreu logo após aministra ter sido entusiasticamente aplaudida
no encontro.

Wagner terá oportunidade de conversar sobre o tema com Dilma amanhã, quando ela participa da sessão de encerramento da reunião. Apesar do entusiasmo do governador, é notório que a secretaria, criada em 2003, perdeu visibilidade durante a atual gestão. Há quem atribua isso ao fato de Luiza ser avessa à mídia. Outros falam em ausência de propostas. E há também quem associe o encolhimento da Seppir ao estilo de governo de Dilma,
que define grandes projetos e metas e agrega a eles o conjunto dos ministérios. Nesse contexto. Luiza estaria encarregada,entre outras coisas, de fazer com que o programa Brasil Sem Miséria alcance o maior número possível de comunidades negras.

Além da indicação de Wagner, Luiza chegou a Brasília como parte do projeto de Dilma de engrossar a cota de mulheres em seu governo.A dúvida é se essas credenciais serão suficientes para mantê-la no cargo. / R.A.

IURD se mobiliza contra violência sofrida pelas mulheres

I Caminhada do Povo de Santo NE de Amaralina

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Formada comissão que vai conduzir a eleição do Conselho de Comunicação

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) publicou, na edição do Diário Oficial do Estado deste sábado e domingo, portaria criando a comissão eleitoral que vai conduzir o processo de eleição dos representantes da sociedade civil na composição do Conselho Estadual de Comunicação Social. “Estamos dando mais um passo no cumprimento das resoluções da Conferência Estadual de Comunicação Social”, destacou o secretário Robinson Almeida, lembrando que o edital de convocação da eleição foi publicado anteriormente, na edição do DO do dia 4 deste mês de novembro. A comissão é formada por Antonio Santos do Carmo, presidente, Rosely Fabrícia de Melo Arantes, assessores da Secom, e Iuri Mattos de Carvalho, assessor da Casa Civil do Governo do Estado. (Política Livre)

Deputado Popó inicia projeto de visita a escolas baianas

Parlamentar republicano conversa com estudantes sobre violência, bullying e uso de drogas
SALVADOR (BA) - O deputado federal Acelino Popó (PRB-BA) lançou o projeto “Bate papo com Popó nas escolas”, na capital baiana. O primeiro encontro com os alunos foi no auditório do SESI, no bairro Retiro. Cerca de 750 estudantes participaram do evento. O projeto surgiu a partir de uma visita do parlamentar em uma escola da rede pública de Brasília.

A direção do colégio se preocupou com o alto índice de violência e com o uso de drogas frequente por parte dos estudantes ao final das aulas e resolveu convidar o parlamentar para uma conversa com os alunos. O resultado foi positivo. Popó contou um pouco da sua trajetória de vida como pugilista, sua caminhada até o título mundial e sua eleição como deputado federal.

O debate no auditório do SESI focou vários assuntos como bullying, drogas, violência e outros problemas que atingem a adolescência. Ao final do evento, o deputado se juntou aos estudantes, que tiraram fotos e receberam autógrafos.

“Esse projeto deu certo porque estou muito próximo da realidade desses jovens. Durante a minha infância, fui vítima de bullying, convivi com pessoas que me ofereciam drogas. Enfim, conheço bem esse cotidiano nas escolas. Larguei meus estudos na quarta série do ensino fundamental e devido ao esporte não me envolvi com atividades ilícitas”, lembrou o parlamentar republicano, acrescentando que pretende desenvolver o projeto na maioria das cidades baianas.

Família e esportes

Em suas visitas às escolas, Popó sempre lembra que a família e o esporte são fortes aliados. Segundo ele, os pais precisam participar do cotidiano dos filhos, conversar sobre drogas, sobre a violência e discutir essas questões em casa. Ele ressalta que os pais precisam ajudar aos filhos a controlar as suas emoções. Ao mesmo tempo, o deputado afirma que no esporte os jovens encontram uma forma de aliviar o stress, criam responsabilidade porque começam a viver em grupo, e a cumprir regras e respeitar limites, incluindo os do próprio corpo.

Por Paulo Gusmão / PRB Nacional

EM CARTA CONEN SAÚDA LULA

Salvador,  01 / novembro / 2011
Estimado companheiro Lula

A Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN, através de todas as suas filiadas no Brasil, vem neste momento, te dizer que interagindo com os orixás, voduns, inkices, cablocos e encantados, temos a certeza de vossa recuperação, pois uma pessoa como você, um companheiro com elevada,  destacada e inabalável saúde política, psicológica e espiritual, tem nesses  elementos alicerces fundamentais para dar sustentação e vencer  a essa batalha pela sua saúde física, retornando brevemente ao nosso lado, para dar  continuidade ao   cumprimento da missão para  qual esta predestinado, no contexto dos/das oprimidos no mundo, dentre os quais a população negra na África, na diáspora, em especial no Brasil, este pais de maioria negra  que levamos você a presidir, cargo que ocupou com  dignidade.

Temos a certeza sim, que este é mais  um capítulo de muitos, com batalhas vencidas na sofrida porem brilhante trajetória de um nordestino filho da destemida mulher retirante  Dona Lindu.

Fique tranqüilo companheiro Lula, concentre-se na força da espiritualidade, pois este será mais um diploma de barreira vencida  que a vivida te entregará.

Guerreiro, não se preocupe, enquanto você se recupera para retornar, nós na condição inarredável de companheiros e companheiras, continuamos no fronte, compensando sua breve ausência  até o seu retorno .

Estamos juntos, agora no universo da sociedade civil no Instituto Lula, e bem representados por um dos companheiros da nossa rede, neste  potente centro de luta e inteligência política a serviço dos povos marginalizados e você voltara fortalecido para lidera - lo .

Na certeza de que estás protegido por todos os orixás, voduns, inkices, caboclos(as) e encantados(as),  conseqüentemente preparando para uma grande festa para o  seu retorno.

Axé panafricanista,
Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
Secretária Operativa Nacional
Gilberto Leal

CONEN fórum Bahia realiza dia 12 feijoada Zumbi-Dandara

“Eles estão aflitos diante da possibilidade de aliança da oposição”, diz ACM Neto

“Eles estão aflitos diante da possibilidade de aliança da oposição”, diz ACM Neto
“Eu acho que nós estamos tendo maturidade para reconhecer que estaremos muito mais fortes unidos do que divididos. Eles (aliados do governo) estão aflitos diante da possibilidade de uma aliança da oposição”, declarou o deputado federal ACM Neto (DEM) ao me conceder entrevista, hoje, no JBA. Neto deixou claro que é cada vez mais real a chance dos partidos de oposição a Jaques Wagner marcharem unidos nas eleições municipais de 2012. 

Foto: Darío Guimarães / Grupo Metrópole 

Ouça entrevista completa www.blogmk.com.br

Alice Portugal quer Pelegrino como vice

Alice Portugal quer Pelegrino como vice
Durante a convenção do PCdoB, o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) disse que o PT está no núcleo do processo que pretende construir alianças já no 1º turno na capital, em Feira de Santana e Vitória da Conquista. A deputada Alice Portugal (PCdoB), que pretende disputar a prefeitura de Salvador, ao se dirigir ao presidente regional do PMDB, Lúcio Vieira Lima, começou o discurso com uma “cutucada” aos companheiros da estrela vermelha. “O lugar do PMDB está preservado em qualquer mesa do PCdoB porque nós sabemos estender a mão para aqueles que estiveram conosco em momentos de dificuldade. [...] é preciso pensar na alternância nas três principais cidades da Bahia. Já fui vice de Nelson e porque ele não pode ser vice do PCdoB agora?”, declarou Portugal. 

Informações do Bocão News/Blog M.K

“Nesse momento não tenho possibilidade de sair do DEM”, afirma ACM Neto

“Nesse momento não tenho possibilidade de sair do DEM”, afirma ACM Neto
Durante a entrevista, hoje, com o deputado federal ACM Neto (DEM), questionei sobre a possibilidade dele mudar de partido, o que foi negada pelo deputado. “Em nenhum momento foi discutida mudança partidária. Não teria nenhuma lógica estar conversando sobre isso em ano de eleição. Nesse momento não tenho nenhuma possibilidade de sair do Democratas. Isso não passa de boato”, explicou.

Foto: Darío Guimarães / Grupo Metrópole

10% dos professores no país fazem 'bico'

Por volta de 266 mil professores da educação básica do país possuem uma segunda ocupação fora do ensino, um "bico", aponta estudo apresentado no mês passado pelos pesquisadores da USP Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto. A informação é da reportagem de Fábio Takahashi e Elton Bezerra publicada na edição desta segunda-feira da Folha. A reportagem completa está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
Os professores com segunda ocupação representam 10,5% do magistério nacional, índice bem acima do da população brasileira (3,5% têm outro trabalho). O estudo usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.
Alguns dos mais frequentes "bicos" dos docentes são os de vendedores em lojas e os de funcionários em serviços de embelezamento.
Para os autores do estudo, a maior incidência do "bico" entre os professores está relacionada aos baixos salários.
Tanto o Ministério da Educação quanto os secretários estaduais admitem que os salários dos professores estão longe do ideal. Afirmam, porém, que têm melhorado.  (Folha de São Paulo / Google Imagens)

Senado rejeita recurso e marca posse de Cunha Lima

A Mesa Diretora do Senado rejeitou nesta segunda-feira (7) um recurso que tentava adiar a posse de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que foi barrado antes de o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir que a Lei da Ficha Limpa não deveria ter sido aplicada nas eleições de 2010. Com isso, a posse do tucano fica marcada para o final da tarde de amanhã.
O recurso foi apresentado por Wilson Santiago (PMDB-PB), que atualmente ocupava a vaga. O peemedebista disse que vai recorrer ao STF e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para permanecer no cargo.
Ele alega que o tucano não pode assumir porque teve seu mandato de governador cassado em 2009 por abuso de poder econômico e político e por conduta vedada a agente público.
"O recurso já foi feito em cima da decisão judicial até porque a pergunta que se faz é como um senador pode ser senador se a própria lei diz que ele está inelegível. E isso que determina a lei", disse Santiago.
Mais votado para o Senado na Paraíba e barrado pela Ficha Limpa, Cunha Lima disse que não há mais como adiarem sua posse, determinada pelo STF.
"É a vitória da democracia. Prevaleceu a vontade do povo Paraíba que me elegeu com mais de 1 milhão de votos, isso fortalece as instituições e respeita a vontade popular."
A chegada de Cunha Lima reforça a bancada da oposição. O PSDB, terceira maior bancada, fica com 10 senadores. O PMDB, maior número da Casa, fica com 18 senadores.
Além de Cunha Lima, o Senado também deve empossar João Capiberibe (PSB-AP), outro barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Segundo o quarto secretário do Senado, Ciro Nogueira (PP-PI), a Casa ainda não foi informada oficialmente de que terá que dar posse a Capiberibe. (Folha de São Paulo / Google Imagens)

Haroldo Lima diz que PCdoB quer deixar de ser espectador para virar protagonista

Durante a conferência estadual do PCdoB hoje, no Hotel Fiesta, o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, destacou que a legenda não é mais um partido para bater palmas e pregar faixas para os outros, numa clara alusão ao papel de linha auxiliar do PT que a legenda vem historicamente desempenhando. Segundo Lima, o PCdoB quer agora deixar de ser espectador para ser protagonista. As declarações foram uma demonstração de incentivo explícito à pré-candidatura da deputada federal Alice Portugal à Prefeitura de Salvador. “Não é possível mais que a unidade seja só em torno deles. Por que a unidade não é feita em torno de nós?”, questionou Lima, referindo-se ainda a discurso do presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, que foi ao encontro – o segundo em menos de um mês realizado pelo PCdoB – exclusivamente reforçar a idéia de que seu partido pode apoiar alternativamente Alice na hipótese de não conseguir a unidade das oposições em torno do radialista Mário Kertész. (Política Livre)

Tatto se mantém pré-candidato do PT em SP

O deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) pretende manter sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Nesta manhã, ele disse que não há a menor possibilidade de desistir. A declaração foi feita na chegada do parlamentar à última “caravana zonal”, que é como o Partido dos Trabalhadores está chamando os debates entre os nomes cotados à sucessão do atual prefeito Gilberto Kassab. Além de Tatto, outros três candidatos estão na disputa à candidatura pelo PT: Carlos Zarattini; o senador Eduardo Suplicy; e o ministro da Educação, Fernando Haddad. Este último tem apoio direto do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. Dilma, inclusive, pediu à senadora Marta Suplicy que abandonasse a disputa. Tatto contou que já conseguiu mais de 8 mil assinaturas, das 3,18 mil necessárias para homologar sua pré-candidatura. Ele afirmou acreditar que a herança política da senadora Marta estará a seu lado. “Minha votação principal (nas últimas eleições) é no cinturão periférico da cidade, assim como Marta. Então, acho que o patrimônio político-eleitoral dela vem para mim”. (Agência Estado)

Protesto de camelôs em São Paulo

redacao@folhauniversal.com.br / Folha Universal

PCdoB - Bahia reelege Daniel Almeida

Em Conferência finalizada na tarde deste domingo, em Salvador, o PCdoB na Bahia reelegeu o deputado federal Daniel Almeida como seu presidente estadual. A eleição para a direção do Comitê Estadual aconteceu de forma eletrônica com a participação dos 667 delegados eleitos nas 305 conferências municipais, que mobilizaram mais de 17 mil pessoas em todo o estado. A escolha dos novos dirigentes finalizou, segundo o deputado, uma Conferência extremamente exitosa e representativa, que já no ato de abertura reuniu lideranças políticas de diversos partidos, como o governador Jaques Wagner, os senadores Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT), o presidente estadual do PMDB, Lúcio Viera Lima, dentre outras lideranças. O evento contou ainda com a presença do ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, que recebeu o apoio do governador e de todos os presentes. “O ato de abertura já revelou o tamanho da Conferência, no ponto de vista da representatividade política e dos compromissos que o partido tem e das relações políticas que construiu aqui na Bahia. A presença do governador, de representantes de tantos partidos aliados e os pronunciamentos de reconhecimento do papel, do respeito para com o partido e suas lideranças, nos enche de ânimo e de convicção de que saímos daqui com muito mais força, muito mais preparados para as batalhas do futuro, principalmente, a batalha de 2012”, destacou o presidente reeleito do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida. (Política Livre / Google Imagens)

Você sabe o que é casamento blindado?

Curso teve início no último dia 25 de outubro, em São Paulo, e contou com a presença de centenas de pessoas
Ivonete Soares
ivonete.soares@folhauniversal.com.br


Dinamismo, orientações imprescindíveis à vida a dois e muito bom humor compuseram a sala de aula situada no sétimo andar do prédio anexo ao Cenáculo de Santo Amaro (zona sul de São Paulo), onde, no último dia 25 de outubro, teve início a primeira etapa do curso Casamento Blindado, ministrado pelo bispo Renato Cardoso e sua esposa, Cristiane Cardoso.

Todos os participantes receberam uma apostila com ensinamentos e atividades a serem executadas no decorrer do curso, exceto os que optaram pela versão on-line, que acontece simultaneamente. Estes também tiveram acesso ao mesmo material, mas no formato digital.

Os alunos – casais, noivos, solteiros, divorciados, entre outros – chamaram a atenção do bispo Renato. Pessoas distintas, com histórias parecidas ou não, mas todas focadas no objetivo de manter ou construir um relacionamento conjugal bem-sucedido.

Na primeira aula, o bispo lembrou alguns pontos da sua vida pessoal, o passado sombrio que enfrentou, ainda na infância e adolescência, em função dos desentendimentos constantes dos pais e, depois, com a separação deles.

“Na época, o chão se abriu. Fiquei desesperado, queria morrer, mas foi graças a esse episódio que conheci a fé”, relembrou, acrescentando que, hoje, a situação da família é outra.

Os pais do bispo, Celso e Lilian Cardoso, respectivamente de 67 e de 64 anos, inclusive são alunos do curso, e fizeram questão de ressaltar a iniciativa,   brincando: “Os filhos, hoje, são quem nos ensinam”.

Outra família participante era a de Elainy Guiné Biral, que, ao lado do esposo, Luís, do filho Felipe e da futura nora, embarcou no curso. “Estamos felizes por termos essa oportunidade que, certamente, será bem aproveitada por cada um de nós”, disse.

“Aqui você vai aprender a lidar com os problemas e usar as ferramentas certas para solucioná-los. E, para aqueles que ainda não vivenciam o matrimônio, o curso funcionará como prevenção”, enfatizou o bispo. (Folha Universal)

Após 26 anos, militares voltam ao poder na Guatemala

A Guatemala volta a ser comandada por militares após a vitória do general Otto Perez Molina, de 61 anos, eleito presidente do país neste domingo (6), com 54,89% dos votos válidos. Perez é o primeiro militar a voltar à presidência depois que as Forças Armadas entregaram o poder, em janeiro de 1986. Considerado o “general da paz” por ter negociado e assinado acordos que colocaram fim à guerra civil que provocou a morte de 200 mil pessoas no país, Perez foi acusado de violações dos direitos humanos durante o conflito. Em discurso à população, o novo presidente assegurou que usará “mãos de ferro” no combate ao crime organizado e à pobreza no país. Dados oficiais colocam a Guatemala entre os países mais perigosos do mundo, com uma média de 18 homicídios por dia. (Bahia Notícias)

FORÇA JOVEM: Nas ondas do surfe

Força Jovem reúne esportistas nas praias de Santa Catarina

redacao@folhauniversal.com.br


A 60 quilômetros ao norte de Florianópolis está localizada a praia de Itapema, um dos principais pontos de encontro de surfistas em Santa Catarina. A cada ano, cresce o número de praticantes do esporte, na maioria jovens em busca de novos amigos e lazer para preencher as horas vagas com muita adrenalina. Na mesma medida, crescem os preços no mercado do surfe, desde a aquisição dos equipamentos às aulas de treinamento, dificultando o sonho de muitos jovens.

Por isso, o Força Jovem de Santa Catarina desenvolveu o projeto “Por sobre as águas”, que oferece aulas gratuitas de surfe. Criado por um grupo de surfistas que frequentam a Igreja Universal do Reino de Deus, o projeto também resgata vidas e aproxima os participantes da presença de Deus. Um deles é o estudante Guilherme Drumm, de 17 anos, um dos fundadores. Motivado por uma enorme vontade de surfar, ele treinava nos fins de semana, mas, sem ter como pagar instrutor, acabava praticando de forma errada.

“Logo que cheguei o projeto ainda estava no papel, mas batalhamos e conseguimos concretizá-lo. Unimos os jovens que mais gostavam do esporte, trouxemos gente nova e hoje é um dos projetos que mais cresce em nosso Estado. A amizade é o que mais conta, bem diferente das vezes em que praticava fora do Força Jovem. Eles são minha segunda família. Aqui eu me libertei dos vícios, adquiri estrutura para crescer na vida e ainda realizei meu sonho de surfar”, conta Guilherme.

Mais que técnicas e equilíbrio, o instrutor André Oliveira ensina lições de superação e autoconfiança. “Eles chegam apenas com o desejo de aprender a surfar, mas, pelo convívio e pelas amizades, acabam sendo tocados por Deus. Também incentivamos nossos atletas a estudar, aprender outros idiomas e futuramente participar de competições, apresentando-lhes as oportunidades profissionais do surfe”, explica.

Para participar das aulas de surfe, procure a Central do Força Jovem: Avenida Mauro Ramos, 1.310, Centro, Florianópolis – SC. O telefone é (48) 3039-4960. O e-mail: contato@forcajovemsc.com.br.


Colaborou: Rodrigo Rocha / Folha Universal

Mais de 40% das crianças alfabetizadas no Brasil não sabem ler e escrever

Mais de 40% das crianças alfabetizadas no Brasil não sabem ler e escrever
A Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, conhecida como Prova ABC, revela que 43,9% das crianças brasileiras que concluíram o 3º ano do ensino fundamental não atingiram o nível de leitura esperado e 46,6% delas não aprenderam a escrever de forma adequada ao nível de ensino. A prova, realizada pela primeira vez em todas as capitais do país, foi aplicada em escolas públicas e privadas no 1º semestre deste ano e mostrou que mesmo nas particulares nem todos os alunos atingem 100% de aproveitamento, apesar do melhor desempenho. Na rede particular, o percentual alcançado pelos estudantes foi de 79% de leitura e 86,2% de escrita. “Nenhuma criança pode concluir esse período, chamado de ciclo de alfabetização, sem estar plenamente alfabetizada. O que a prova mostra é que estamos ampliando a desigualdade educacional, já que muitos alunos não têm as ferramentas básicas para os anos seguintes”, concluiu Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, que realizou o exame em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Informações do jornal O Globo/Bahia Notícias.

Males da vida moderna

Pressa constante, ansiedade e dificuldade de se desligar da internet são sintomas de novas síndromes. É preciso saber relaxar e diminuir o ritmo
Kátia Mello
katia.mello@folhauniversal.com.br
“Quando um cliente me manda um e-mail, espera que em meia hora tenha uma resposta na caixa de entrada. Senão, são cinco ligações perdidas no meu celular com cobranças”, conta Tânia Oda, de 27 anos, produtora cultural. “A internet acelerou os processos e isso deixou as pessoas meio loucas. Está todo mundo mais ansioso, mais preocupado, quer tudo mais rápido”, diz. Tânia está, atualmente, fazendo terapia e tomando remédios para combater os diagnósticos de depressão profunda, depressão nervosa e estado de estresse, resultado de uma vida corrida que exige eficiência, soluções rápidas e o exercício de várias tarefas conjuntas, que geram um estado ansioso permanente. E a angústia se torna depressão.

“Hoje em dia, a pressa é muito comum. Vivemos em um ritmo mais rápido do que antigamente. Mas a síndrome da pressa traz características específicas: a sensação de urgência, de fazer mais coisa em menos tempo; a polifasia ou multitarefa,  quando a pessoa acumula tarefas e as executa ao mesmo tempo; e a hostilidade, isto é, quando a pessoa é interrompida por outra, se sente muito irritada e pode ter um comportamento hostil”, explica a psicóloga Marilda Lipp, professora da PUC-Campinas. Marilda fez um estudo com mais de 2 mil voluntários de idade superior a 25 anos e constatou que 65% deles vivem apressadamente.

A síndrome da pressa foi cunhada em 1959 nos Estados Unidos pelo médico cardiologista Meyer Friedman, mas parece fazer mais sentido nos dias de hoje, em que as pessoas estão constantemente conectadas e podem dar respostas rápidas a tudo, ou que as distâncias ficaram ainda maiores por conta do trânsito das grandes cidades.

“Quem vive apressado, deixa o corpo em alerta constante e produz altos níveis de adrenalina”, diz a professora. Entre os efeitos relatados por pacientes que vivem com pressa estão o aumento da pressão arterial, problemas de pele e de estômago, tensão muscular, sono agitado, falhas de memória, depressão, transtornos alimentares, além de problemas cardíacos mais graves.

Essas pessoas também costumam se tornar hostis e impacientes com terceiros, afetando seus relacionamentos sociais e profissionais. Um dos caminhos para combater a síndrome é determinar prioridades, cumprir uma tarefa de cada vez, fazer exercícios respiratórios e procurar atividades que causem relaxamento, como ioga, passeios e leituras.

Outro sintoma relacionado à ansiedade decorre da dificuldade de se desconectar da vida virtual. Celulares e aparelhos eletrônicos têm feito com que muita gente viva o tempo todo conectado à internet. Tal síndrome foi chamada de “fomo” (do inglês, fear of missing out, ou em tradução livre “medo de perder  algo”), estado de angústia relacionada às pessoas que assistem às vidas alheias nas redes sociais e sentem que estão perdendo grandes festas ou têm a sensação de que a vida do vizinho é sempre mais divertida.

“A sensação de felicidade alheia é relativa. Depende do olhar de quem está vendo. As redes sociais dão a sensação de que somos mais próximos das pessoas e acabamos nos comportando um pouco como a vizinha fofoqueira, não porque gostamos de fofoca, mas porque a internet possibilita essa troca intensa de informação”, defende a psicóloga Ana Luiza Mano, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP.

“Agora, se a pessoa está olhando a vida do outro e a achando mais interessante, ou sente essa angústia de estar perdendo algo, depende mais da autoaceitação, de saber que não se pode fazer ou ser tudo, e aceitar suas escolhas, além de aceitar que existem vidas diferentes da sua”, completa. (Folha Universal)

Após denúncias, oposição pede demissão de ministro do Trabalho

Após denúncias, oposição pede demissão de ministro do Trabalho
Lupi: denúncias de cobrança de propina
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), defendeu neste domingo (6) a demissão do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, envolvido em denúncias de cobrança de propina a organizações não governamentais. “Uma das atribuições do ministro Lupi é gerir o dinheiro que é recolhido do trabalhador para promover o emprego. Pelas sucessivas denúncias que estão sendo feitas, parte desses recursos ou está sendo desviada ou está abastecendo os cofres partidários”, afirmou. Segundo reportagem da revista Veja, funcionários da pasta exigiriam comissão de 5% a 15% do valor dos convênios para resolver pendências nos contratos. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), pedirá à Procuradoria Geral da República nesta segunda-feira (7) a abertura de inquérito para investigar as suspeitas. “Virou prática na Esplanada dos Ministérios a montagem de balcões de propina para cobrar 'pedágio' das empresas que assinam contratos com o governo. É uma corrupção desenfreada que, quando o dinheiro público não vai direto para o bolso de ministros e assessores, acaba parando no caixa dois de partidos”, reclamou o parlamentar. Após a publicação das denúncias, o ministro determinou a abertura de uma sindicância interna e afastou o coordenador-geral de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. Informações do jornal Folha de São Paulo. (Bahia Notícias)

Record garante uma década de PAN

Com Pan de 2019, Record garante uma década de cobertura de esportes
Da redação
redacao@folhauniversal.com.br
Em função da excelente cobertura dos Jogos Pan-Americanos de 2011, realizados em outubro em Guadalajara, e da disposição em seguir investindo na cobertura dos esportes olímpicos, a Record conquistou o direito de transmitir com exclusividade o Pan de 2019. Com isso, a rede firma-se definitivamente como o principal canal para transmissão de esportes olímpicos no Brasil. O planejamento feito pela empresa é superior a uma década, acompanhando com transmissões cada vez mais modernas os principais eventos do planeta. A emissora detém os direitos de transmissão das duas próximas Olimpíadas, em Londres, na Inglaterra, em 2012, e no Rio de Janeiro, em 2016, além  de também já ter garantido presença nos Jogos de Inverno de 2014, em Sochi, na Rússia, e na próxima edição do Pan, em 2015, em Toronto, no Canadá.

Ainda não há definição da cidade em que o Pan de 2019 será realizado. De acordo com o presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), Mario Vázquez Raña, entre as candidatas estão cidades de Chile, Colômbia, Estados Unidos e Peru. “Hoje estamos firmando o compromisso para os Jogos Pan-Americanos de 2019 com a Record, mesmo sem saber a cidade-sede. A primeira opção sempre foi a Record, e cumprimos com a nossa palavra. A emissora está realizando uma excelente cobertura em Guadalajara. Tenho absoluta certeza que em 2019 será igual”, afirmou o dirigente esportivo.

A estratégia de se consolidar como a principal emissora brasileira a acompanhar esportes olímpicos nesta década teve início com a transmissão exclusiva dos Jogos de Inverno de Vancouver, no Canadá, em 2010. O resultado de tal investimento tem sido níveis de audiência cada vez mais altos e o fortalecimento de modalidades antes pouco divulgadas no Brasil, fato que tem sido elogiado por quem defende que o País não pode se contentar em ser uma potência esportiva só no futebol. (Folha Universal)

Contra-ataque: PCdoB quer investigar ONGs da era FHC

Diretamente atingido pelo o escândalo dos convênios com ONGs no ministério do Esporte, o PCdoB promete contra-atacar. O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) apresentará à bancada federal de seu partido a proposta de fazer um levantamento de todos os convênios firmados, nos últimos 15 anos, com entidades sem fins lucrativos. O prazo escolhido visa atingir o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para Almeida, os contratos firmados na era FHC com este tipo de organização eram maiores. "O discurso do governdo FHC era de que o Estado devia ser mínimo e, portanto, fortalecer o terceiro setor", justifica, em entrevista ao A Tarde. (Fonte Bahia Notícias / Imagem: Google Imagens)

MATÉRIA ESPECIAL: República da Fifa

Fifa pede a suspensão de leis brasileiras durante a Copa de 2014. Especialistas alertam para retrocesso e quebra de soberania
Gisele Brito
gisele.brito@folhauniversal.com.br


A pressão é grande e o time da casa se defende. A expressão é frequentemente usada durante partidas de futebol em que a equipe visitante, sem  nada a perder, resolve pressionar para ganhar de qualquer jeito. Mas, dessa vez, trata-se de algo mais importante que final de campeonato. O time da casa é o Brasil, que precisa defender a todo custo os interesses de sua população contra uma pesada artilharia da Federação Internacional de Futebol (Fifa). A entidade privada que comanda o esporte e organiza a Copa do Mundo pressiona as autoridades para que a legislação  nacional seja atropelada de modo a garantir lucro máximo em 2014, ano em que o torneio será realizado no Brasil.

Desde meados de setembro um projeto de lei que trata das especificidades da Copa está sendo discutido no Congresso Nacional. De todos os 46 artigos propostos na Lei Geral da Copa, nenhum faz menção às responsabilidades da FIFA, que terá direito a exclusividade sobre bens e serviços relacionados ao torneio.

Entre as mudanças mais polêmicas está a possível suspensão da meia-entrada para estudantes e idosos (veja nos cartões vermelhos ao longo desta reportagem os retrocessos que podem acontecer). A presidente Dilma tem afirmado que o desconto de 50% garantido pelo Estatuto do Idoso, uma legislação federal, será mantido. Já a meia-entrada para estudantes, que tem diferentes regras de aplicação em Estados e municípios, deve ser negociada com os governos locais. Teoricamente, os estudantes já poderiam ter esse direito garantido por regras de âmbito nacional com a aprovação do Estatuto da Juventude. Mas a votação do projeto foi estrategicamente adiada para não criar mal-estar com a Fifa.

“A Fifa não pode chegar com o pé na porta no ordenamento jurídico brasileiro. A Lei Geral da Copa, do jeito que está, não pretende garantir a realização do evento, mas o beneficiamento máximo da Fifa”, afirma Guilherme Varella, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O Instituto enviou uma carta para a presidente Dilma, para os seus ministros e para o Congresso, chamando atenção para as diversas inconstitucionalidades do texto em debate. “Existem conflitos com leis trabalhistas, com o Código de Defesa do Consumidor, com o Estatuto do Torcedor. Restrições ao livre comércio e ao direito de ir e vir, entre outras coisas”, elenca.

O governo brasileiro tem dado sinais de que pretende resistir às investidas da entidade e, por isso, tem convivido com constantes ameaças de que o mundial pode ser transferido para outro País, se as mudanças não  forem efetivadas.

“Eles fazem exigências, mas o Brasil é um País livre e independente e faz o que quiser. O governo pode dizer não. Para onde eles levariam a Copa? A Fifa está apontando uma arma para vocês, mas ela não está carregada”, acredita Andrew Jennings, jornalista investigativo inglês. Jennings não pode participar de nenhuma entrevista coletiva organizada pela entidade máxima do futebol por já ter publicado diversas matérias com denúncias de corrupção envolvendo a entidade. Para ele, a Fifa “usa a paixão pelo futebol para extorquir dinheiro” dos países em que sedia seus eventos. “Eles impõem exigências ultrajantes a um país. Redução fiscal para si própria e seus patrocinadores, como na África do Sul. O contribuinte paga e a Fifa diz ‘tchauzinho’ no aeroporto e nunca mais se vê o dinheiro”, afirma, baseado em sua longa experiência investigando a entidade.

“Se for aprovado do jeito que está essa lei fere a soberania nacional. A Fifa conhecia a legislação brasileira. E essa lei foi elaborada para atender os interesses dessa entidade privada e estrangeira”, afirma o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Wadih Damous.

Já há várias sugestões de parlamentares para aprimorar o projeto de lei. Mas, diversos membros da comissão envolvida neste processo são ligados a Ricardo Teixeira, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol e aliado da Fifa. “Teixeira não está trabalhando para os brasileiros, está trabalhando para a Fifa”, afirma Jennigs.



“A Fifa é uma entidade autoritária. Tem regras que ferem os ordenamentos jurídicos nacionais. É pouco transparente e está sempre envolvida em escândalos. Eu tenho minhas dúvidas se nos Estados Unidos (sede da copa de 1994) ela fez essas mesmas exigências. Queremos receber o evento. Mas tudo tem limite e o nosso tem que ser a nossa soberania”, afirma Damous.

Além da discussão sobre a Lei Geral, diversas outras exigências da Fifa para a realização do torneio em 2014 têm mudado o cotidiano brasileiro. Em fevereiro o coordenador da comissão do governo para a segurança na Copa e na Olimpíada, Alexandre Aragon, declarou que existia no Ministério da Justiça um grupo escalado para trabalhar pela adequação da legislação para autorizar o trabalho de policiais de folga como seguranças privados durante a Copa do Mundo de 2014, uma espécie de oficialização dos “bicos”. Questionado sobre o assunto, a assessoria do Ministério disse que um grupo de trabalho foi montado em agosto, mas que ainda não há definições.

A Copa também tem servido como pretexto para a remoção de milhares de famílias de áreas onde serão construídos estádios ou vias de acesso em todo País. “A Copa é um argumento extremamente forte para que essa velha política brasileira seja realizada novamente. A competição justifica a violência e o desrespeito a uma série de tratados internacionais ligados ao direito à moradia”, aponta Marcelo Braga Edmundo, do Comitê Popular da Copa do Rio de Janeiro. Segundo ele, 20 mil famílias devem ser desapropriadas na capital fluminense. (Folha Universal)

Planalto diz ter alertado Lupi sobre convênios

Não foi por falta de aviso que o ministro Carlos Lupi (Trabalho) acabou na capa da revista Veja por acusações de corrupção devido a irregularidades em convênios firmados pela pasta com ONGs. "A gente fez um alerta de que era preciso cuidado porque não era possível continuar com essa política [de convênios]", disse o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. Carvalho disse ao jornal Folha de S. Paulo que a conversa ocorreu há cerca de três meses. "A gente fez um alerta geral na época, e ele assegurou que o que precisava ter sido feito foi feito", acrescentou. Logo após o alerta de Carvalho, Marcelo Panella, então chefe de gabinete de Lupi e tesoureiro do PDT, foi afastado da pasta por suposto envolvimento nas denúncias. Logo após a publicação da revista, Carvalho voltou a conversar com Lupi. "A nossa expectativa é que haja um roteiro diferente desta vez", afirmou Carvalho, que também acompanhou os casos que resultaram na saída de seis ministros do governo. (Bahia Notícias)

CIÚME: Perigosa obsessão

Há quem acredite que um pouco de ciúme não faz mal a ninguém. Mas, apesar de parecer normal em certos momentos, quando se torna exagerado, ele pode levar a atos violentos e até a assassinatos
Talita Boros
talita.boros@folhauniversal.com.br
O ciúme é um sentimento natural dos seres humanos. Todos nós cultivamos um pouco dele em nossas relações, e a maioria dos casais até convive bem com essa emoção. Quando fora de controle, porém, o ciúme pode levar pessoas a cometer atos extremos como violência física, tortura psicológica e até assassinato. A rotina de um ciumento patológico – considerado doente – envolve o medo de perder o parceiro, insegurança e desconfiança de rivais imaginários. Não faltam casos de relações afogadas em crises agudas de ciúme que terminaram em morte.

Thiago de Almeida, psicólogo especializado no tratamento das dificuldades nos relacionamentos amorosos, explica que o ciúme patológico ou obsessivo é baseado apenas em atitudes retalhadoras e em ações negativas para o relacionamento. “A pessoa obsessiva tem uma alta quantidade de comportamentos explosivos e intensos, como brigas. São sempre atitudes recorrentes”, afirma. Segundo o especialista, as características mais comuns das pessoas extremamente ciumentas são a insegurança e a baixa autoestima. “Todos nós somos ciumentos, mas os patológicos são os causadores de crimes”, completa.

Em março de 2009, Ana Cláudia Melo da Silva foi morta com mais de 20 facadas pelo marido, o ex-jogador do São Paulo Janken Evangelista, no apartamento do casal, no bairro Jardim da Saúde, zona sul de São Paulo. Horas antes do crime, Ana Cláudia havia recebido um convite do então goleiro do Santos, Fábio Costa, para assistir a uma partida do time contra o Corinthians. No mesmo dia, o ex-jogador Ronaldo, segundo Ministério Público Estadual, deu um beijo em Ana Claudia, o que também teria irritado o marido. A acusação garante que Janken agiu por ciúmes. Já a defesa, alega legítima defesa. O ex-jogador assumiu o crime e cumpre prisão preventiva em Tremembé (SP).

Outro caso que chocou o Brasil foi o de Paula de Souza Nogueira Farias, de 22 anos, torturada e queimada pelo ex-marido Neliton Carvalho da Silva, de 25 anos, na favela do Terreião, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. Paula contou que Neliton a torturou por cerca de 4 horas, suspeitando que ela o tivesse traído. Ela teve pernas, braços e rosto queimados e a polícia confirmou que a violência foi causada por ciúmes. Além das queimaduras, o ex-marido escreveu o próprio nome nas costas da jovem, com uma faca quente. Paula sofreu todas as agressões na frente do filho.

A procuradora Luiza Nagib Eluf, em seu livro “A Paixão no Banco dos Réus – Casos Passionais Célebres: de Pontes Visgueiro a Pimenta Neves”, afirma que todo crime passional é cometido por ciúme. “Se não houver ciúme, não é chamado de passional. É o ciúme possessivo, machista e descontrolado. O termo passional vem de paixão. Esse sentimento, a paixão, pode ser amoroso ou pode decorrer do sofrimento e gerar ódio”, destaca. Segundo a procuradora, o amor verdadeiro não leva ao crime. “A violência extrema, que é o assassinato, somente ocorre quando o agente não ama o outro e fica possuído de um desejo de vingança decorrente do amor próprio ferido”, aponta. “Em sua relação com a parceira, o homicida passional somente enxerga a si próprio. Para ele, pouco importam as necessidades, os anseios, os sentimentos de sua parceira. Trata-se de uma pessoa autocentrada que vê na mulher o espelho de sua vaidade”, completa.



Segundo Kelen de Bernardi Pizol, psicóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), além do patológico, existem outros dois tipos de ciúme: o normal e o excessivo. “O ciúme normal não é ruim. Ele funciona como um sensor de perigo da relação. Já o excessivo é aquele que a pessoa tem reações exageradas, mas que não ultrapassam a normalidade”, explica. Kelen afirma que o sentimento tem a ver com insegurança, com o modo em que a pessoa se vê, em como vê o parceiro e como ela enxerga o amor. De alguma forma, o enciumado acredita que está cuidando do parceiro e tomando conta da relação.

A assistente administrativo Claudia Ferreira, de 35 anos, lembra que brigava muito com o marido por causa de ciúmes. “Se ele colocava os óculos escuros, já achava que era para olhar alguém. Se o telefone tocava, eu já queria saber quem era”, conta. Hoje, depois de 5 anos de casamento, Claudia considera que superou o sentimento ruim e vive bem melhor com o marido. “A gente aprende a entender certas coisas. Hoje não brigamos mais”, afirma.

Para o escritor Ubiratan Rosa, autor do livro “Mais Amor, Menos Ciúme”, o ciúme é o instinto de posse ainda em pequeno grau de educação ou evolução espiritual, e é ligado por um forte impulso egoístico, quase sempre baseado em indícios imaginários, que realmente pode chegar a uma intensidade capaz de conduzir a crimes passionais. “Apenas com um equilíbrio saudável entre ciúme e confiança se pode ter certeza da devoção e do amor do parceiro.” Segundo ele, “vencer o ciúme” ou “curar o ciúme” são forças de expressão. “O possível é a vivência inteligente com ele, e, para isso, o sujeito precisa ter boa vontade e criar estratégias para o alívio dos tormentos do zelo excessivo. É indispensável um empenho contínuo no processo de autoconhecimento e transformação moral. Empenho esse que não dispensa a psicoterapia, e, não raro, a religião”, afirma.

O bancário Danilo Oliveira, de 23 anos, usa o humor para lidar com o ciúme da mulher, com quem é casado há 5 anos. “Quando chego em casa e ela pergunta onde eu estava, falo que estava com umas mulheres. Eu acho que é melhor assim, levar na brincadeira”, afirma. Oliveira acredita que um pouco de ciúme é bom, para mostrar que o outro se importa de verdade, mas nunca em excesso. “Eu sou liberal. Tenho ciúme normal, aquele que todo mundo tem. Assim é saudável”, completa.

Cleide Sales, analista de comunicação, de 29 anos, namora há 4 e assume que é ciumenta. “Tenho mais ciúmes dos amigos dele do que de mulher. Não gosto quando ele sai para a balada sozinho, só com eles. Coisa boa não é”, diz. “Acho que quando ele está sozinho e passa uma mulher, pode ser que nem olhe, mas na companhia dos amigos um cutuca o outro, sabe como é”, exemplifica.

O psicólogo Thiago Almeida diz que no Brasil essa ideia de que o ciúme funciona como termômetro do relacionamento é muito comum. “Erro nosso, isso não está certo”, destaca. O escritor Ubiratan Rosa concorda. “É  mentira. O ciúme é o túmulo do amor. Não o tempera. Na verdade, tira-lhe o sabor, nunca o fortalece, mas o enfraquece, e, finalmente, o destrói”, ressalta. (Folha Universal)

Arthur Maia reconhece que não deve apoiar ACM Neto

Arthur Maia reconhece que não deve apoiar ACM Neto
Apesar dos discursos das lideranças de oposição em favor da união para a eleição à Prefeitura de Salvador em 2012, sob a condição de que o pré-candidato melhor posicionado receba o apoio de todo o grupo, o deputado Arthur Maia (PMDB) evidenciou que é baixa a possibilidade de o PMDB apoiar ACM Neto (DEM), caso seu nome seja o que tenha maiores condições de vencer na capital. Mesmo ressaltando não falar em nome do partido, o parlamentar pontuou: “Eu teria uma dificuldade em fazer o apoio ao deputado ACM Neto pelo fato de eu fazer parte da bancada de apoio ao governo em Brasília. Eu não tenho como apoiar na capital da Bahia o líder da oposição ao governo que eu apoio na Câmara Federal. Eu teria que fazer uma opção. Ficar com o deputado ACM Neto pela Prefeitura de Salvador significaria eu ter que me desligar da base do governo, e eu não teria nenhum motivo para fazer isso”, disse, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia. O maior líder do partido na Bahia, Geddel Vieira Lima, ocupa um cargo no governo federal, o de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal. Seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, é um dos líderes do governo na Câmara. (Bahia Notícias)

Entrevista deputado Márcio Marinho ao Bahia Notícias

Márcio Marinho

por Evilásio Júnior e Juliana Almirante
Bahia Notícias - Como foi sua migração da religião para a política?
Márcio Marinho - Eu vim do interior do estado do Rio de Janeiro e sempre fazendo um trabalho religioso e acabei sendo transferido para a Bahia, também pelo fato de estar envolvido com rádio e televisão. Vim fazer um programa chamado Coisas da Vida. Tinha uma interatividade muito grande com a população, até porque me levava direto para as comunidades e, por conta desse trabalho, a gente recebeu o convite para participar da política. Então, não deixei e não deixo o trabalho religioso, ainda faço. Não como antes, porque hoje eu tenho a política para conduzir e o trabalho partidário do estado também. Concorri em 2002, para deputado estadual e, graças a Deus, ganhamos as eleições e demos um pontapé inicial politicamente.

BN - Devido à sua pré-candidatura a prefeito de Salvador, o senhor pretende aliar as duas funções, de religioso e político, se eleito?
MM - Não tem como dividir, não é? Até porque as pessoas sempre me cumprimentam, uns me chamam de pastor, outros me chamam de bispo, não tem como dividir, mas a pessoa do Márcio Marinho, evidentemente, sabe dividir as coisas. Vamos receber votos de todos os segmentos religiosos, de todos os segmentos da sociedade, mas eu tenho muita clareza da minha postura. Eu não vou confundir minha postura religiosa com a postura do candidato. Eu acho que isso tem que ficar muito definido na cabeça das pessoas e, certamente, que eu vou provocar isso. O Márcio Marinho político tem que fazer um trabalho de forma partidária e tirando a religião do meio.

BN - Aqui em Salvador, o senhor sabe que tem um movimento forte em relação ao candomblé e outras religiões de matrizes africanas. O senhor disse que sendo candidato a prefeito terá votos de diversos segmentos, mas, apesar de a gente ver na Igreja Universal algumas pessoas que combatem mais as religiões de matrizes africanas, o senhor assinou recentemente o prefácio da juíza Luislinda Valois, que é uma religiosa dessas culturas. O senhor acha que vai ter dificuldade em lidar com esse tipo de estigma de que a Universal faz esse combate ou o fato de o senhor já ter essa visão um pouco mais liberal, vai apaziguar os ânimos com relação a isso?
MM - Eu vou pela ótica do que está escrito na Constituição Federal, que diz que é nos dada a liberdade de expressão, a liberdade de religião, a opção sexual. Eu vou por esta questão. Eu acho que o respeito mútuo tem que estar na cabeça do pastor, mas também do pai de santo, da mãe de santa, do padre, de qualquer pessoa que hoje professa a fé. Isso é um direito que todos têm, mas nós não podemos confundir a questão religiosa com a questão política. Acho que a relação que tem que ser mantida é uma relação de respeito e, uma vez a gente chegando lá, o tratamento será esse. Eu mesmo prefaciei o livro da doutora [Luislinda], mostrando que eu não tenho nenhuma dificuldade de me relacionar com as pessoas de outras religiões. Digo, de passagem, que eu tenho uma relação muito boa. Eu fui [candidato a] vice em uma ocasião em que muitas pessoas que eram de uma religião de matrizes africanas vinham conversar comigo, com a maior naturalidade, não havia nenhuma “forçação de barra” nem delas nem minha; porque eu acho que tem que prevalecer o respeito. Certamente, terá o respeito do deputado e do político Márcio Marinho, sem sombra de dúvidas.
BN - O senhor citou essa vice-candidatura, como foi migrar de vice de ACM Neto, que é do DEM, para aliado da base do governador Jaques Wagner, que é do PT?
MM - Essa pergunta é boa. Nós temos um grupo político no Brasil inteiro. Onde o PRB, que foi fundado em 2005, já vinha, de um certo modo, na base do presidente Lula, que, para nós, foi muita honra ter o saudoso José Alencar no PRB. Eu estava no outro partido que era o PR. Nós, então, na ocasião, concorremos a vice pela agremiação do Partido da República. Quando passou o período eleitoral de 2008, a gente assumiu o mandato como deputado federal, porque eu estava na suplência. Assumi em janeiro de 2009 e, ao mesmo tempo, eu passei para o PRB, que já fazia parte do governo do presidente Lula. Por conta disso, acabei vindo para a base do governo Jaques Wagner. Até porque o partido já estava, em 2008 – a sigla não tinha parlamentar –, mas já estava na base do governador. Eu só fiz, realmente, assumir a minha postura de fiel ao partido, também por acreditar no projeto de Wagner, de estar participando efetivamente, então, foi essa mudança que muito honrou ao PRB e saímos muito fortalecidos.

BN - E atualmente, qual sua relação com Jaques Wagner? O senhor acredita que pode ser o candidato dele nas próximas eleições?
MM - O governador é uma figura importante que muito nos honra. Falo isso com o maior prazer. E quando o partido me convidou para uma pré-candidatura, evidentemente, como soldado, eu assumi, até porque o PRB tem um projeto que é de crescer, de dar a sua contribuição na administração municipal, estadual e federal. O partido viu, em mim, um dos nomes fortes, porque fui o candidato com maior número de votos na capital, com 83 mil votos, para assumir essa pré-candidatura para que o partido tivesse essa representatividade nessa capital importante para o projeto político-partidário. Evidente que você tem que fazer as coisas combinadas. Nós fomos até o governador e falamos da possibilidade do interesse do projeto do PRB de lançar uma candidatura a prefeito de Salvador. De forma que o governador, que é uma pessoa muito centralizada, equilibrada, que, certamente, reconhece a autonomia dos partidos, claro, que vem abençoar a nossa pré-candidatura. É evidente que tem um candidato do partido dele, não tem jeito. Nenhum de nós defenderia a candidatura de um membro do partido dele, mas ele também compreende que nossa pré-candidatura é da base dele e nos abençoou e pediu para que a gente se viabilizasse. E, quem sabe, a partir da concepção das pessoas, lá na frente, a gente possa realmente ser um candidato do governador.

BN - Muito é falado, nesse período de pré-candidaturas, que as pessoas se lançam com o objetivo de pleitear uma vice-candidatura, secretarias... O PRB tem uma candidatura mesmo para valer, até o final, ou poderá compor uma chapa como vice, por exemplo, do PT, depois das convenções em junho do ano que vem?
MM - A gente pensa o seguinte: se a eleição de Salvador se resolvesse em um turno só, certamente que nós deveríamos tomar certo cuidado para não ajudar a oposição, mas a história de Salvador demonstra que as eleições se resolvem em segundo turno, então, não tem por que agora pensar em compor chapa. Até porque está muito cedo e hoje quem está na frente poderá estar lá trás, quem está lá atrás poderá estar na frente. Acho que vai pesar na escolha das pessoas o passado de cada um. É evidente que a política partidária hoje passa por um processo de renovação, onde as pessoas querem gente nova, oxigenadas, com energia, com vontade de trabalhar, principalmente em uma cidade que, precisa ter, por parte do prefeito eleito, uma força de vontade para tocar uma cidade tão complexa como Salvador. Essa questão de composição no primeiro turno não tem nenhuma possibilidade. No segundo turno, certamente, a depender do resultado, cada um vai ter que procurar seu lado para se agrupar. Mas, nesse momento, nossa pré-candidatura não tem como ser diferente. Eu tive uma votação importante na capital. Eu considero, não por vaidade nem por egoísmo, que as pessoas me deram a votação que eu acho que é uma convocação. E eu não posso dizer não. Então, estou me colocando à disposição do partido e à disposição dessa população que votou em mim. Se eles acharem que tenho as condições, certamente que não vou me refutar.
BN - O senhor não declarou nenhum bem à Justiça Eleitoral. O senhor realmente não tem nenhum bem em seu nome? Por quê?
MM - Não tenho, porque eu sempre, na minha vida, abneguei de tudo. A nossa vida religiosa não permite a nós termos nenhum bem. Eu sempre trabalhei com o objetivo de ajudar as pessoas, a casa que eu morava era da Igreja, nunca tive casa própria, o carro que eu usava era da instituição, também, não era meu. A partir do momento que eu entrei para a política, realmente, eu vim sem bens nenhum.

BN - Tudo que o senhor utiliza hoje de posses, casa, automóvel, tudo está no nome da Igreja Universal?
MM - Não, hoje tudo é alugado, isso foi antes de assumir. O apartamento que eu moro é alugado no meu nome e eu pago com meu salário. O carro também é alugado e eu pago também. Nada hoje que eu utilizo é pago pela Igreja. Nada, nada, nada. É pago com meu salário e também com a ajuda que a Câmara Federal nos dá.

BN - Você não pensa no futuro? Se o senhor não conseguir se reeleger, que é uma coisa que pode acontecer com qualquer político, e ficar sem bens, não pensa em ter esse planejamento futuro? Um cantinho para dizer que é seu? Um automóvel? Algum tipo de bem que te dê estabilidade no futuro? Você é jovem...
MM - É lógico. Eu sempre tive isso tudo, pela minha fidelidade, pelo meu trabalho à Instituição [Universal]. Sempre tive por parte dela esse reconhecimento do meu trabalho e nunca me faltou isso. É evidente que se, um dia, eu perder eleição e sair da vida pública, certamente que eu vou ter o apoio da Instituição. Não vai me desamparar, como nunca me desamparou. Eu não tenho dúvida disso, que terei o meu canto para morar com a minha família e terei também o carro para usar. Isso não me preocupa, porque a Instituição certamente vai me amparar.

BN - No Congresso, a gente tem visto uma posição do pessoal mais conservador, ligado aos movimentos religiosos, contrário a questões de direitos de homossexuais, e outra visão mais liberal. Por exemplo, a gente viu, recentemente, um grande embate entre o Jair Bolsonaro, que é colega do senhor, do PP do Rio, e o Jean Wyllys que é baiano, mas é deputado pelo PSOL do Rio. Qual a posição do PRB em relação a esse debate?
MM - O partido tem uma posição de muito respeito e considera muito natural que cada um defenda aquilo que cada um acredita. A minha posição é de muito equilíbrio. Agora, se depender de nós para poder incentivarmos, certamente isso não vai acontecer. Nós temos muito respeito e achamos que a postura do Jair Bolsonaro, em alguns momentos, é muito radical. Muito radical mesmo. Tem determinados pontos polêmicos que não deveria [existir]. Na verdade, passa até por desrespeito. Uma coisa é você não concordar, outra coisa é você desrespeitar. No caso de Bolsonaro, ele passa por desrespeito. A opinião tem que ser respeitada, mas desrespeitar outra pessoa é uma atitude que eu censuro e o partido também. Com Jean Wyllys na Câmara Federal, eu tenho uma relação de muita tranquilidade. Até porque nós temos que ter coerência, temos que respeitar as pessoas e entender que elas estão ali para defender aquilo que elas acreditam. Se depender de mim para criar dificuldade, não terá, porque a minha atitude vai ser sempre respeitosa, não só aos homossexuais, mas aos idosos, às crianças, aos negros, a todas as pessoas. Não há, por parte de mim, nem do partido, nenhuma forma de discriminação.

BN - Aqui em Salvador, a maioria do pessoal que é ligado à Igreja Universal está no PRB, mas ainda tem algumas pessoas que estão dispersas. Uma delas é o vereador Isnard Araújo, que é do PR, o seu partido anterior. Pelas mãos dele, Léo Krét ingressou na política. O deputado Márcio Marinho elogia o mandato de Léo Krét enquanto vereadora de Salvador?
MM - É uma pessoa que a gente teve, em 2008, na nossa chapa, concorrendo junto com o bloco partidário. Ele é uma pessoa muito decente, muito honesta, muito trabalhadora. Uma pessoa que sofre tanta discriminação como homossexual, negro, para chegar aonde chegou. Imagine. Tem que merecer de nós todo o respeito. É evidente que, quando o vereador Isnard o chamou para participar de uma agremiação que não olha opção sexual, eu só tenho que parabenizá-lo por isso, porque consegue compreender que o partido é aberto para todas as pessoas, independente de opção sexual ou religiosa. Certamente, se eu tivesse a oportunidade de ter a Léo Krét no PRB, teria. O problema é que ele não quis sair de lá, mas se ele quisesse vir para o PRB, as portas estariam abertas para ele, porém não veio porque já tem dois vereadores. O pessoal acha que vai vir e não vai conseguir se reeleger.
BN - Não foi pela matemática dos votos, não, deputado?
MM - Não foi a matemática em relação a alguma figura do PRB. Eu acho que foi a preocupação dele mesmo de vir para o PRB e não conseguir se reeleger. A gente tem que respeitar esse posicionamento. Por nós, não foi. Só se foi por ele, essa matemática, porque se ele viesse, as portas estariam abertas.

BN - Vamos voltar à sua candidatura. O senhor já tem um plano do que deverá ser seu foco? Do que você acha que Salvador está precisando melhorar no momento?
MM - Do que Salvador está precisando melhorar... De quase tudo, na verdade. A gente está criando agora a Fundação Republicana. Essa fundação vai ter um objetivo importante, terá o nome de José Alencar. Nós estaremos dentro dessa fundação com profissionais que estarão, efetivamente, em um projeto que possa realmente fazer as pessoas acreditarem nessa cidade. Os moradores dessa cidade estão desacreditados. Essa é uma realidade. Não sou eu que estou falando. Às vezes, as pessoas falam assim: “O senhor está falando por demagogia ou porque é período eleitoral”. Vá falar com o pipoqueiro, com o guardador de carro. Converse com as pessoas nas ruas que você vai ver que as pessoas estão desacreditadas. Não adianta a gente vir com projetos mirabolantes. Eu acho que as pessoas têm que ver no prefeito essa vontade que a gente não vê no [atual] prefeito de lutar por essa cidade. A gente precisa formar uma equipe importante para formar um projeto viável para Salvador que possa levantar a autoestima das pessoas que estão desacreditadas.

BN - Mas, Bispo Marinho, o PRB faz parte da base do prefeito João Henrique. O senhor acredita que o partido teria uma postura dificultada em relação às críticas na campanha? Outro dia, [o vereador] Pintangueira, saiu do partido agora, mas era o vice-líder do governo pelo PRB. O senhor não acha que seria uma incoerência do partido?
MM - Não, porque hoje nossa postura de apoiar os projetos do prefeito na Câmara é por entender que o objetivo do PRB não é fazer oposição ao prefeito. Tudo aquilo que chega lá e é importante para a cidade nós vamos aprovar. Quando Pintangueira foi para a liderança do prefeito João Henrique, nós não fomos consultados, mas também não fizemos nenhuma observação. Foi uma atitude isolada dele, mas que o partido abençoou. Quando você fala que faz parte da base, eu não considero isso base. Eu considero base quando você tem um secretário e ajuda na administração, na condução da cidade, quando você é consultado. Se você me perguntar o dia que o prefeito consultou a mim ou ao PRB municipal para tomar algumas decisões, não existiu. Não considero que faço parte dessa administração. No período eleitoral, se for questionado porque o partido faz parte, com a maior tranquilidade, afirmarei que o partido não faz parte da administração do prefeito João Henrique.

BN - Ainda sobre o PRB na Bahia, fora Salvador, o partido vai lançar um candidato forte em Lauro de Freitas. Qual a meta do partido em relação às eleições de 2012? Vai tentar expandir mesmo para ter prefeitos e um grande número de vereadores aqui na Bahia ou o plano vai ser focar em Salvador para tentar fazer a sua candidatura mais forte? 
MM - A gente está passando, na Bahia, por uma reformulação política muito grande. Eu mesmo que tenho andado bastante no interior do estado. Nós fizemos aquisições muito grandes de lideranças políticas, ex-prefeitos, ex-presidente de Câmara, ex-vereadores, pessoas envolvidas no meio empresarial, que vieram para o PRB. Hoje nós temos candidaturas importantes me Salvador, Ilhéus, Itabuna, no oeste da Bahia. Temos [pré-]candidatos a prefeito em Coaraci, Itagibá, Buerarema, Ilhéus, Itabuna, como disse. Então, veja que temos vários candidatos a prefeitos que são lideranças reconhecidas e aprovadas pelas cidades onde eles vivem. Certamente, o partido que tem três prefeitos, o objetivo nosso e pelo que estamos vendo, deveremos chegar a 30 prefeitos eleitos e hoje temos quase 100 vereadores. A gente deve dobrar, pelo menos, o número de vereadores, chegando a 200. Estamos hoje em quase todos os municípios do estado, então, não tem como o PRB, em 2012, sair com esse mesmo tamanho. Até porque temos um volume de trabalho 20 vezes maior do que foi em 2008. E todos da base do governo, porque nós entendemos que não basta somente ter uma prefeitura, queremos fazer um trabalho de excelência, de forma que possamos levar os serviços do governo do estado e federal a essas prefeituras que estão em uma decadência muito grande.
BN - O PRB faz parte da gestão do governo Wagner. Tem a secretaria de Justiça e Direitos Humanos com Almiro Sena, que foi indicado pelo partido. Está satisfeito com o espaço dentro da administração estadual?
MM - Estou satisfeito. Até porque tem um ditado que diz que o combinado não sai caro. Foi feita uma combinação e o governador é uma pessoa de muito respeito, digna, que atendeu ao partido. Veja que o nosso partido foi na primeira eleição estadual e já saiu com uma secretaria, com espaço. Existem partidos que já estão na estrada há anos e não conseguiram alcançar o espaço que a gente alcançou. Eu acho que há uma relação bilateral. Veja que o PRB, em todo o período de campanha do governador, esteve presente. Eu estive presente e as lideranças do partido também. É evidente que, quando o governador abre um espaço desse considerável para o partido, é o reconhecimento de que realmente o partido é um parceiro dele. Nós estamos felizes e trabalhando diuturnamente para que esse governo continue dando certo e que nós possamos, em 2014, fazer uma sucessão dele muito tranquila e positiva.

BN - A Universal, todo mundo sabe, é ligada à Rede Record de Televisão e agora a gente teve um embate entre a Globo e a Record em relação aos Jogos Panamericanos. No meio disso tudo, o ministro do Esporte, Orlando Silva, foi acusado de irregularidades na pasta em que, muita gente do PCdoB, que também é parceiro do governo como o PRB, acusou uma orquestração de perseguição ao ex-ministro, tanto pela Fifa quanto pela CBF e também pela Globo e pela Editora Abril, que são os veículos oficiais da Copa do Mundo. A Record tem essa briga histórica com a Globo. O senhor acha que teve motivação política da Globo em relação ao Orlando Silva e isso também foi uma forma de a Record revidar a questão da transmissão do Pan pelo fato de não ter repercutido tanto assim essa questão do Orlando Silva, foi uma resposta da Record a isso?
MM - Eu confesso a você que eu não me atentei muito a esse período porque estive envolvido diretamente com a questão do partido no estado da Bahia, onde a gente viajou muito. Se você me perguntar se eu parei para ver o Pan, nem parei, por conta de muita coisa para fazer. É evidente que são duas emissoras grandes, disputando espaço. Sempre haverá essa disputa, uma não querendo perder o primeiro lugar e outra que está em segundo querendo assumir o primeiro. Acho que a disputa é importante e quem ganha, na verdade, acaba sendo os telespectadores, porque cada um tem que aproveitar e colocar uma programação de qualidade. Quanto à questão do ex-ministro Orlando Silva, que foi acusado, ainda não ficou nada definido na verdade... Está ainda em processo de apuração. Eu não posso fazer nenhum juízo de valor com relação a Orlando Silva. Se ele cometeu alguma irregularidade ou deixou de cometer, as investigações que irão apontar o que houve ou deixou de haver. Agora, a gente sabe que existe por trás disso tudo uma disputa muito grande, onde as pessoas vão para o terreno mais baixo, mais podre, mais imundo que existe. Por exemplo, isso eu notei e qualquer brasileiro notou: a Seleção Brasileira que foi para o Pan foi horrível. Ninguém ficou satisfeito. Não menosprezando os jogadores, mas quando você vai para um Pan desse, onde você vai batalhar, acho que era um momento que deveria ser também para o futebol. Jogadores, que, muitos deles, você nem conhecia e nem eu também. E os profissionais que deveriam estar lá, jogando futebol, mostrando o melhor que nós temos, ficaram de fora. O que é isso? Será que se fosse na Globo esses jogadores não iriam? O que houve? Porque não houve ninguém renomado na Seleção. Qual foi a motivação que teve de impedimento para que eles não fossem? Alguma coisa há. Eu não sei o que houve, mas quem viu os jogos, viu uma Seleção completamente desconhecida. Os melhores ficaram. Será que não tinha interesse do Brasil em fazer um bom Panamericano? Então, eu acho que alguma coisa houve, mas não posso fazer juízo de valor. Porém, há disputa de espaço de quem vai ser a primeira e a segunda, não tenha dúvida disso. A gente faz voto de que a Record seja a primeira.

BN - Inclusive, se fala que tem uma inveja da Globo em relação à posse [de Dilma], porque no dia da posse, depois que Dilma Rousseff falou com todo o staff que estava lá, presidentes de outros países e tal, o último grupo a cumprimentá-la foi o grupo da Rede Record. Inclusive, a primeira entrevista coletiva dela após a posse foi também para emissora. A Globo agora estaria tentando revidar essa questão costurando coisas para enfraquecer o governo. O senhor tem essa visão disso? Já que o senhor não acompanhou nessa semana, desses episódios mais anteriores assim, teve isso mesmo, da Globo ter inveja e estar querendo estancar o governo por causa disso?
MM - Eu acho que a presidenta Dilma é “de maior” e sabe, com tranquilidade, onde ela é bem recebida, onde ela tem mais afinidade e onde deixa de ter. Eu acho que é evidente que, quando ela toma uma atitude dessa, de ser entrevistada prioritariamente pela Record, ela tem mais afinidade com a Record. Tem gente que não consegue entender que o país passa por uma mudança e essa mudança é visível. Não adianta a gente viver com a glória do passado. Eles que só tinham eles na frente, que não tinham ninguém para competir com eles e vem a Record com essa estrutura, com essa condição toda de estar se estendendo pelo Brasil, por toda a Europa, fazendo de repente ruir esse império que existia, que as pessoas tinham um medo danado. Hoje, eles têm que conviver com isso, porque não têm só eles mais. Tem a Record que está do lado deles. Certamente irá lutar e alcançar o espaço que ela quer e vai ocupar. Mais cedo ou mais tarde, ela vai ocupar. A gente sabe que de saber onde ela vai falar em A ou B, isso a Globo que tem que perguntar. Perguntar por que ela escolheu a Record para fazer a entrevista.
BN - O PRB também tem esse plano de chegar à liderança?
MM - Você não tenha dúvida. Nós só temos cinco anos de fundação do PRB e nós já estamos bem estruturados e expandidos no Brasil todo. É evidente que nós vamos chegar a ser um dos principais partidos do Brasil. Com muita humildade e tranquilidade a gente fala isso. As lideranças do PRB são comprometidas com o povo e com a faixa etária de 40 a 45 anos, então, com tempo suficiente para ter tranquilidade para trabalhar e crescer com base.

BN - Não tem medo de que, da mesma forma que houve uma campanha que foi acusada de ser difamatória, a gente não tem prova de se foi ou não, em relação ao ministro do Esporte, haja também uma campanha difamatória da Globo por causa dessa audiência aos políticos do PRB e também aos pastores, retomando aquele episódio, de que lançaram até série, falando do Bispo Edir Macêdo e tudo? Não teme o partido para ter um plano para se blindar de ataques desse tipo?
MM - Eu acho que eles não vão por esse, não. Até porque isso já foi uma matéria exaustivamente batida e esclarecida também. Agora, certamente, eles não vão querer criar dificuldade com o povo evangélico. Você pode ter certeza disso, porque hoje [os evangélicos] crescem demais. Eu não tenho nenhuma dificuldade se eles retomarem isso aí e a gente responder à altura deles.

BN - Bispo Marinho não tem nenhum tipo de ponto frágil que eles possam abordar?
MM - Não tenho. Às vezes, as pessoas temem fazer alguma coisa porque a consciência o acusa. A gente não tem nada que nos acuse na nossa consciência, por isso que nós estamos tranquilos em relação à nossa pré-candidatura. Sabemos com o que estamos lidando e as pessoas com quem estamos lidando. Certamente, nossa consciência, que é o árbitro da nossa vida, diz que a gente tem tranquilidade para tocar a campanha até o final.

BN - Nessa briga de Globo com Record, ACM Neto e Bispo Marinho, união nunca mais?
MM - Na política, nada é para nunca mais. Nesse momento, estamos em campos opostos. O povo nos colocou em campos opostos e, certamente, até o término do nosso mandato, vamos estar em campos opostos. Em nível estadual e federal, estou na base do governador Jaques Wagner e na da presidente Dilma e em nível municipal, estou com a pré-candidatura e vou com ela até o final.

(Bahia Notícias)