Em seu seu principal editorial desta 4ª feira (ontem), Dia de Finados, publicado sob o título "Cortar para investir" a Folha de S.Paulo chora sobre o de sempre. Lamenta que "a alta exorbitante dos impostos não se traduziu em elevação dos investimentos do governo, o que trava o crescimento do país".
Alta de impostos ou de alíquotas tributárias onde? No Brasil é que não foi. Já destaquei e mostrei à exaustão várias vezes aqui no blog que não houve alta de impostos, nem elevação de alíquotas nos governos do PT.
A cada vez que os jornais exploram e, com a má fé habitual, associam o aumento da arrecadação à carga tributária lembro que a arrecadação maior vem de contribuição à Previdência Social, resultante da geração de emprego. Este é um dinheiro que não pode ir para investimentos, mas deve ir para a nossa rede de segurança e defesa social, para o pagamento de aposentadorias, pensões e demais benefícios.
Arrecadação maior cobre rede de defesa e proteção social
O que a Folha, mais uma vez, perdeu a oportunidade de dizer é que os investimentos no país aumentaram. Não passavam de R$ 10 bi durante todo o governo FHC e nos dois primeiros anos do ex-presidente e Lula já chegaram a R$ 50 bi. E isso, fora os programas de investimentos da Petrobras e da Eletrobrás, de R$ 400 bi e R$ 100 bi respectivamente até 2014.
A Folha não sabe do que fala. Não houve aumento de impostos nos governos Lula e Dilma. Pelo contrário, houve desoneração das exportações, dos investimentos e de importantes setores da economia.
Houve seriedade nesse campo para nos defender da guerra cambial e comercial e (desonerações) como medida de política industrial, para aumentar a produtividade e competitividade da nossa indústria. Dizer o que disse o jornal é pura e simplesmente esquecer os programas sociais e a Previdência, o apoio ao agronegócio e à agricultura familiar e à retomada dos investimentos na infraestrutura.
Houve desoneração de fato - viu Folhão! - em setores atingidos pelo dumping chinês e nos de ponta como TI. Assim, chorar sobre a carga tributária é desconsiderar, insisto, que a maior parte dela vai para nossa rede de segurança social, para os serviços públicos essenciais como saúde, educação e justiça.
São os juros, Folhão, que consomem nosso orçamento!
O que a Folha não disse é que são os juros altos que consomem nosso orçamento - vão consumir mais de R$ 200 bi só neste ano, quase 6% do PIB. Assim, o que precisamos é baixar os juros a 3% ao ano, pelo menos.
Daí, poderemos até fazer uma reforma tributária não para diminuir a carga total de tributos, mas para torná-la justa, cobrando mais de quem ganha mais, e não de quem ganha menos. Só aí teremos uma carga tributária direta e progressiva e não como hoje indireta e regressiva.
(Foto : Google Imagens / Matéria Blog do Zé Dirceu)
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