terça-feira, 16 de agosto de 2011

Wagner prega unidade da base a aliados


Lilian Machado

As articulações políticas para as eleições municipais de 2012, o balanço do governo no início do segundo mandato e as metas até 2014 foram algumas das questões tratadas ontem pelo governador Jaques Wagner (PT) com as principais lideranças dos oito partidos que compõem a base de seu governo.
Em reunião com o conselho político, formado pelo secretário de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, pelos dirigentes partidários do PT, PP, PDT, PCdoB, PRB, PHS e PSB e líderes de cada sigla na Assembleia Legislativa, o grande apelo do governador foi para que haja um esforço das lideranças em torno da unidade da base nas disputas eleitorais do próximo ano.
Segundo os líderes partidários, mais uma vez o governador ratificou a “legitimidade” das pré-candidaturas das legendas que integram a aliança, porém, ele também teria reforçado que “o caminho para 2014 passa pela unidade em 2012”. O cenário mais emblemático nessa conjuntura seria a capital baiana, onde os principais partidos da aliança já anunciaram postulações.
 Além do PT que tem como principal nome o deputado federal Nelson Pelegrino, o PCdoB já sinalizou que ingressará na disputa com a deputa Alice Portugal, o PP com o secretário da Casa Civil João Leão, o PDT com o deputado federal Marcos Medrado e o PTB com o vice-prefeito Edvaldo Brito. Correm por fora as pré-candidaturas do PSB, que apresenta como nomes a senadora Lídice da Mata, o deputado Capitão Tadeu, João Jorge e Sérgio Gaudenzi.

Petistas minimizam Negromonte

De acordo com o presidente do PT, Jonas Paulo, o governador apenas “afinou” o discurso de ajustamento das forças da base. “É aquilo que eu tenho dito de que devemos estar atentos à unidade, dialogar e discutir nas 30 principais cidades”, afirmou. Segundo ele, o PT só vai discutir candidatura no próximo ano. “Primeiro teremos o congresso nacional em setembro que definirá o calendário político eleitoral”, citou.
 Dirigente estadual do PCdoB, o deputado Daniel Almeida ressaltou que foi um “encontro positivo”. “Houve um clima mútuo entre os partidos, onde todos reafirmaram o compromisso com o momento que a Bahia está vivendo”, enfatizou.
 Conforme o líder comunista, em cidades de dois turnos, Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, o projeto pode exigir que a unidade em torno de uma só candidatura aconteça somente no segundo turno, “mas nas demais cidades a reflexão é diferenciada”. O secretário geral do PP, Jabes Ribeiro que representou o partido na reunião, disse que o encontro fortaleceu os partidos.
De olho no projeto de conquista do Palácio Thomé de Souza em 2012, os petistas encararam com naturalidade a afirmação do líder estadual do Partido Progressista, ministro das Cidades, Mário Negromonte, de que “ninguém pode impedir nenhum partido de se lançar”.
Em entrevista à Tribuna, o presidente do PP deixou claro o desejo da sigla em lançar na disputa para prefeitura de Salvador o secretário da Casa Civil do município, João Leão, e ratificou ainda que deve haver “respeito” no diálogo dentro da base.
O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Jonas Paulo, disse que não há problemas na declaração do líder progressista. “Ele demonstrou que tem seguido o nosso mesmo discurso de unidade nas principais cidades, inclusive frisou que ainda não é candidatura (de João Leão), mas simpatia. Fez um discurso moderado de buscar o caminho”, afirmou.

No mesmo caminho, o deputado federal Nelson Pelegrino, pré-candidato do PT à prefeitura de Salvador em 2012, disse que “o sentimento de pré-candidatura é legítimo”. Apesar de ter rejeitado a hipótese de que o seu partido tenha pressionado para que os partidos da base desistam das postulações, Pelegrino disse que o mais importante nesse momento é unificar a aliança em torno do governador Jaques Wagner. 
“Qualquer partido tem direito, agora, nosso compromisso é com a unidade”, mandou recado aos progressistas. (LM) (Tribuna da Bahia)

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