Se ainda tinha político duvidando, agora tem certeza. A ampla divulgação que o radialista Mário Kertész mandou fazer para uma entrevista que tem marcada com o jornalista baiano Sebastião Nery, no próximo dia 23, às 18h, está sendo considerada nos meios políticos a prova de que, apesar de permanecer negando qualquer projeto eleitoral, ele quer pelo menos manter seu nome em evidência para algum lance futuro na sucessão do prefeito João Henrique (PP).
Para dar publicidade ao evento, Kertész espalhou pela cidade vários outdoors – considerado um dos mais eficientes veículos de comunicação em Salvador -, estampando a sua imagem e convidando os ouvintes a assistirem a transmissão, que será realizada do Hotel Fiesta, e ainda contará com a participação do escritor e ex-deputado federal Joaci Góes e da jornalista Eliane Catanhêde, da Folha de S. Paulo, ambos comentaristas da Rádio Metrópole, de propriedade do apresentador.
O fato de, na visão dos políticos, não haver nada de especial que justifique o evento com Nery, que vem com alguma frequência à Bahia, seria outro elemento que comprovaria, para eles, que o objetivo da entrevista é fazer com que Kertész bote literalmente a cara na rua. Na verdade, o evento faz parte de um projeto denominado “MKEntrevista”, através do qual o radialista pretende entrevistar várias personalidades, segundo a página da Metrópole na internet.
De acordo com o texto, que não revela o nome dos próximos entrevistados, o projeto conta com o apoio da Petrobras e o patrocínio das empresas Revita, Terra Forte e Agogô. “É muito curioso que Mário Kertész resolva colocar a cara na tela neste momento em que se inicia o debate eleitoral e começam a ser feitas as primeiras pesquisas de campo sobre o movimento do eleitorado”, diz um quadro importante do PT, partido do deputado federal Nelson Pelegrino.
Como Pelegrino já foi candidato a prefeito outras vezes mas, para o próximo pleito, conta com o apoio explícito do governador Jaques Wagner (PT), sua candidatura é considerada a mais definitiva entre todas as colocadas – incluindo as de oposição e situação – até o momento na capital baiana. Por este motivo, está no partido do governador o maior foco de preocupação com a possibilidade de Kertész vir a disputar a Prefeitura de Salvador.
“A gente pode dizer que, mesmo sem ele estar filiado ao PMDB ainda, o surgimento do nome de Mário virou um verdadeiro pesadelo para o partido”, revela um vereador do PT, sem dar maiores detalhes sobre o motivo de tanto temor. A atenção especial com o nome de Kertész não existe, entretanto, apenas no PT. No DEM, partido do deputado federal ACM Neto, que aparece liderando as pesquisas às eleições municipais, Kertész é tratado como uma “invenção de Geddel” que pode gerar ainda muita dor de cabeça.
“Temos certeza de que Kertész não se lançaria numa aventura de sair sozinho à Prefeitura, sem o apoio do DEM e do PSDB, por exemplo, mas seu nome claramente colocou o PMDB, do ex-ministro Geddel (Vieira Lima), que saiu muito enfraquecido destas eleições na Bahia, no meio das discussões sobre as alianças para 2012″, afirma um ex-deputado democrata que diz atuar no momento como importante conselheiro no partido para a próxima sucessão. (Política Livre)
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