Por Marcio Zonta
Da Página do MST
Da Página do MST
As aproximadamente 300 famílias do acampamento Darci Ribeiro foram despertadas a base de gritos e insultos dos cerca de 150 homens do efetivo da Polícia Militar de Marabá, na manhã desta quinta-feira (11/8).
O governo do Estado do Pará realizou o despejo do acampamento, que estava há três anos estabelecido em parte da fazenda Piquizeiro, no município de Marabá.
Segundo Alberto Lima, dirigente estadual do MST no Pará, as famílias já tinham uma série de benfeitorias, como hortas e plantações, que agora se perde. “Terra improdutiva, grilada, sem função social, era isso que tínhamos aqui... e agora parece que o governo paraense quer essa situação novamente, em vez de avançar desapropriando a terra, regride”, protesta.
Ainda não se sabe para onde as famílias irão. O acampamento Darci Ribeiro já havia sofrido em junho passado um ataque de dois pistoleiros, alvejando um acampado, que ficou cego do olho esquerdo.
Marambaia
O acampamento Frei Henry, às margens da PA-150, que liga Marabá ao município de Parauapebas, completou um ano dia 8 de agosto. Hoje, cerca de 600 famílias ocupam parte da fazenda Marambaia, que é uma terra grilada e improdutiva, de acordo com vistoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Após um ano, o Incra ainda não mexeu uma palha para desapropriar área”, reclama Lima.
A região é conhecida por grandes extensões de terras griladas, cujos seus donos já articularam uma série de assassinatos contra trabalhadores rurais nos últimos tempos no sudeste paraense.
“Existe uma corja de fazendeiros que se unem para matar lideranças camponesas. Foi assim com Doutor e Fusquinha, lideranças do MST assassinadas há quase vinte anos por esse mesmo grupo que segue agindo”, revela Charles Trocate, dirigente do MST no Pará.
Trocate lembra o episódio de um ano antes, quando foi realizada uma marcha das famílias para ocupação da frente da fazenda Marambaia. “Fomos recebidos a bala. Por sorte ninguém se feriu e rapidamente a tropa de choque chegou. Se não seria um novo massacre de trabalhadores, como ocorreu em Eldorado dos Carajás”, afirma.
As famílias que antes passavam dificuldades na cidade, com o acampamento Frei Henry vivem hoje da subsistência e da venda dos produtos para as feiras de Parauapebas. “Há um ano nada disso existia e hoje, sendo apenas um acampamento, já dá sobrevivência a muita gente”, saliente Lima.
Diante do despejo das famílias do acampamento Darci Ribeiro, Lima deixa um recado: “queremos essas terras improdutivas griladas para os trabalhadores rurais trabalharem, tirarem o alimento dos seus filhos e levar uma comida saudável para a mesa dos brasileiros”, finaliza. (www.mst.org.br)
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