quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Zé Dirceu entrevista Marta Suplicy

Marta: "Orçamento tem de estar a serviço da população"
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Marta Suplicy
“O Centro da Capital paulista - área que tinha programa e recursos previstos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) - está abandonado. E apesar de a cidade de São Paulo dispor de um superávit perto de R$ 10 bi em caixa, nenhum dos 350 km de corredores de ônibus  planejados no início dos anos 2000 saíram do papel”. Essas e outras críticas à administração de Gilberto Kassab, são feitas pela ex-prefeita e senadora, Marta Suplicy se (PT-SP) na série de entrevistas que este blog publica com os pré-candidatos do PT à prefeitura paulistana. Marta defende um maior diálogo com a classe média, uma política de alianças com várias forças, e a identificação das vocações de cada região da cidade para pautar o seu desenvolvimento. E propõe a sua candidatura à sucessão a Gilberto Kassab, no embate com José Serra, provável concorrente ao posto pelo PSDB nas eleições municipais de 2012.

Por que você quer ser candidata à prefeitura no próximo ano?

[ Marta Suplicy ] Os paulistanos - inclusive eu, que amo São Paulo, nasci aqui e já trabalhei tanto pelo seu desenvolvimento e combate à pobreza – estamos cansados de pessoas que prometem e não executam. A população está insatisfeita e cobra respostas do poder público local na educação, saúde, transporte etc. Minha gestão produziu respostas e deixou um planejamento, hoje reconhecidamente abandonado. Ela foi cumprida com a participação de todas as tendências do PT e ampliada com os demais setores da sociedade. Resultou em ações democráticas e inovadoras como o Orçamento Participativo, a descentralização do poder, por meio das subprefeituras, CEUs, Bilhete Único, telecentros, mais unidades de saúde, hospitais... Entretanto, diversas ações que aconteciam foram esvaziadas. A cidade se apequenou; não aproveitou os bons ventos da economia que decolou nos dois governos do presidente Lula e que continua bem com a presidenta Dilma. O jeito de governar faz diferença. E, hoje, São Paulo nota isso. A militância do PT reconhece quem esteve à frente desses trabalhos. Daí, a simpatia e entusiasmo que sinto em relação à minha candidatura em todos os diretórios zonais que tenho ido.

Qual a diferença das eleições do ano que vem em relação às anteriores em termos de conjuntura política?

[ Marta ] Acredito que a provável candidatura adversária à minha será a do Serra. A comparação entre nós será direta. E poderei disputar com ele muito melhor do que qualquer outra candidatura. Na campanha, diferentemente da prática, os discursos se aproximam, mas o importante é que a população agora tem elementos para diferenciar bem os dois projetos.

Como o PT poderá avançar para além dos tradicionais 30% nas intenções de voto na capital paulista?

[ Marta ] Temos, entre outros aspectos, de mostrar à classe média os projetos que podem melhorar a vida na cidade: mobilidade urbana, transporte coletivo, educação, mais creches, saúde, manutenção e planejamento da cidade para o futuro – a nossa visão estratégica de governo. Conta para ampliarmos as intenções de voto, também, ampliar apoios, isto é, uma boa política de alianças. A ampliação de sucessivos projetos que beneficiam a classe média, no governo da Presidenta Dilma, trará frutos para a candidatura petista. Acabei de participar da cerimônia do Supersimples, no Palácio do Planalto, e saio com a percepção de que milhares de brasileiros irão se beneficiar com o aumento de R$ 36 mil para R$ 60 mil o teto da receita bruta anual do empreendedor individual. Uma medida que terá um forte impacto no segmento. Essa política de menos impostos e simplificação tributária vai beneficiar o PT não apenas em São Paulo, mas em todas as capitais.

Quais os principais desafios da cidade de São Paulo hoje? O que você sugere para enfrentá-los?

[ Marta ] O Orçamento tem de estar a serviço da população: CEUs, escolas, unidades de saúde, solução para o viário. São Paulo, hoje, tem, curiosamente, superávit (cerca de R$ 10 bi). Nenhum dos 350 km de corredores de ônibus que deixei planejados para implantação, a partir de 2005, saíram do papel. O Centro da cidade, área que tinha programa e recursos previstos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), está abandonado. A Zona Leste já deveria estar, hoje, mais desenvolvida e com menos gente apertada nos ônibus e no metrô para chegar onde existe emprego. A prioridade é retomar os investimentos na cidade, ampliar os caminhos para o desenvolvimento, desenvolver a Zona Leste e pensar e agir em cada região de acordo com sua vocação, descentralizar, desconcentrar para que a gente viva numa cidade melhor. (www.zedirceu.com.br)

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