O então sindicalista narra sua decepção, mas também admiração pelo líder comunista
Wanderley Preite Sobrinho, do R7
Julia Chequer
Com duas pastas, Luís Carlos Prestes é o dono de um dos maiores arquivos no Dops de Santos
Agência Estado
De olho na imensa popularidade do “Cavaleiro da Esperança” em Santos, Lula continuou com o bate e assopra:“Como foi recusado, ele saiu por aí criticando o PT e fui obrigado a dizer que ele era o Jânio Quadros da esquerda, mas o seu apoio e o que ele disse do PT foi a coisa que mais me deixou orgulhoso desde a fundação do partido.”
A cientista política da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) Maria do Socorro afirmou ao R7 que a intenção de Prestes de ingressar no PT é uma informação surpreendente.
- Não havia histórico de declaração de Prestes dizendo que ele queria entrar no PT. A tendência de quem foi do Partidão [o PCB] era ficar dentro do PMDB para chegar ao poder utilizando sua estrutura partidária, já espalhada por todo o Brasil.
Ela diz que Lula conseguia verbalizar os anseios de um outro tipo de esquerda que nascia das ideias e mobilização de religiosos, estudantes, intelectuais e sindicalistas.
Reconhecido pelo próprio Lula como a principal figura de esquerda até então, Prestes foi naturalmente cedendo seu lugar ao petista, de acordo com a professora.
- No processo de redemocratização, o Prestes não tem essa disposição - ele estava mais velho, sem a mesma agilidade que nas décadas de 30 e 40. A esquerda que surge com o Lula é diferente. Ele [Lula] nunca se disse socialista.
Essa diferença é marcada por outro discurso de Lula sobre o futuro PT anotado pelos espiões do Dops em agosto de 1979 em Cubatão. No pronunciamento, ele teria dito “que o PT realmente será a grande força política do Brasil e conquistará o poder através do voto livre e democraticamente”.
(FONTE: R7 - Vídeo no R7)
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