Quem conversa com o deputado Jhonatan de Jesus logo percebe que não dá para generalizar com a frase feita de que os jovens não querem saber de nada. Dividindo uma rotina massacrante de estudante de medicina e de deputado federal pela primeira vez, o parlamentar é uma das novas faces da política nacional: comprometida com a ética e com as mudanças. Por isso, batalha para que, nas próximas eleições, o jeito 10 de fazer política do PRB ganhe mais espaço, principalmente entre os jovens, pois, como diz Jhonatan: “Essa é a eleição da juventude.”
1 - Como anda o processo de filiação em seu estado?
Jhonatan de Jesus - Estamos com um grande movimento de filiação em andamento. Para isso, temos contado também com a mobilização de nossos pré-candidatos a vereador e prefeito. Isso para atendermos às nossas expectativas. Nas últimas eleições, ficamos em quarto lugar como partido mais votado, concorrendo com candidatos a deputado federal e estadual. Nestas, queremos, pelo menos, tornar o PRB o segundo maior partido dentro do estado. Para isso, pretendemos lançar candidaturas em no mínimo cinco prefeituras, dos 15 municípios que nós temos. Temos ainda uma meta de eleger em cada Câmara de vereadores pelo menos dois correligionários. Se levarmos em conta que são nove em cada um desses municípios, podemos ver como nossa proposta é ambiciosa, mas acima de tudo exequível. É ousadia, mas nossa ousadia é ver o PRB crescendo cada vez mais.
2 - Mas dá para um partido crescer e ter metas ousadas como essa diante de um quadro de tamanho descrédito com a classe política?
Jhonatan de Jesus - Há uma visão generalizada da classe política como corrupta, com acesso liberado ao poder e capaz de resolver todos os problemas individuais. Acho que andaram lendo muito “O Príncipe”, de Maquiavel e deixaram a nobreza dos princípios de lado. De repente, vários políticos começaram a fazer a política do pão e circo. Mas não podemos generalizar. Temos, sem dúvida, que fazer uma política voltada para as necessidades da população. Meu mandato é fruto da vontade popular. Ele não pode se dissociar dessa vontade, sob o risco de me afastar cada vez mais do cidadão. Eu venho de uma tradição, iniciada por meu pai, que tem um olhar político voltado para o coletivo, mas a partir da visão da população local, que vivencia e enfrenta os problemas e sabe o que se deve melhorar naquela localidade. Na nossa região – o sul do estado –, essa política já é conhecida. Nós nos damos as mãos, e a população, os políticos locais, estaduais e federais se unem em prol do desenvolvimento de nossas cidades. Sabemos que um vereador pode realizar menos em termos de propostas legislativas e tem menos acesso a recursos que um deputado estadual ou federal. Mas ele, o vereador, está mais próximo da população. O sistema funciona, mais ou menos, como uma caixa de ressonância da sociedade. Se o vereador cumprir bem o seu papel, o cidadão se perceberá representado, os políticos estaduais e federais receberão os subsídios demandados pela população, a engrenagem funcionará melhor e o descrédito político vigente tenderá a diminuir.
3 - Esse é o seu primeiro mandato como deputado federal. Ainda há muito a cumprir na legislatura, mas como está sendo essa experiência?
Jhonatan de Jesus - Quando cheguei a Boa Vista para ser candidato, eu me surpreendi com a receptividade, não ao nome de Jhonathan de Jesus, mas com a expectativa para com meu pai. Como, por motivos políticos, ele acabou desistindo da candidatura, eu tive meu nome lançado. Mesmo desconhecido, em pouco tempo estava entre os quatro preferidos da população. Assim que eu cheguei à Câmara, com muita humildade e vontade de trabalhar, pude aprender o que havia de proveitoso em favor de Roraima. Ao mesmo tempo, fiquei triste com algumas coisas que acontecem no Congresso, como, por exemplo, a quantidade de projetos que não são votados, em razão dos atropelos pela sucessiva edição de Medidas Provisórias que trancam a pauta. Para se ter uma ideia, há projetos de lei parados há 20 anos. Meu trabalho nesses oito meses de mandato foi fixado nos meus compromissos de campanha. Hoje, graças a Deus, já temos trabalhos em andamento, como o projeto do FGTS vinculado à educação, outros já vitoriosos, como o projeto que garante casas adaptadas para os portadores de necessidades especiais e vários outros.
4 - Nas últimas eleições, o senhor concorreu em uma aliança ampla, com nove ou dez partidos. O senhor acha que nas próximas eleições esse arco de alianças vai se repetir?
Jhonatan de Jesus - Nas eleições passadas, montamos um grupo, alcunhado de G8, que depois virou G10, em alusão ao grupo que reúne as potências econômicas mundiais, com o objetivo de mudar a cara da política no estado, elegendo novos nomes. E conseguimos realizar nossa meta de eleger dois candidatos. Desde que os partidos estejam juntos nessa proposta de fazer uma nova política, não vejo nenhum problema em repetirmos essas alianças.
5 - Quais seriam as condições hoje para que um partido se coligasse ao PRB no estado, ou que viesse a fazer parte dessa aliança?
Jhonatan de Jesus - O G10 foi criado em um determinado momento das eleições. Foi uma conjuntura que pode até vir a se repetir, até porque alianças são muito bem-vindas e fundamentais na política. Mas não podemos garantir que essa configuração possa se repetir. Vamos lutar para reunirmos pessoas com um perfil atuante, que se enquadrem na tradição política que estamos consolidando em nosso estado.
6 - Em um estado que podemos considerar novo, como o senhor avalia a receptividade a um partido também novo, como o PRB?
Jhonatan de Jesus - A política em Roraima ainda está presa a velhos modelos. É uma política assistencialista e podemos dizer também fisiológica. Mas o povo está tomando consciência e por isso tem apostado em novas formas do fazer político, que bem se traduz no nosso partido – o PRB. Somos oposição ao atual governo. O governador sofreu processos junto ao TRE, que inclusive decidiu por sua cassação, processo que se encontra em fase recursal. Tenho certeza de que, em quatro anos, nosso grupo vai assumir o governo do estado, que acreditamos tem tudo para crescer. Para que isso seja possível, nosso grupo já está agindo, com o planejamento de curso de qualificação para nossos candidatos, em áreas como gestão pública, ética, legislação eleitoral, de forma a não só ter mais candidatos, mas, sim, ter quadros cada vez mais preparados para o desempenho de cargos tão importantes quanto os que demandam a política. Esse curso deve acontecer no final deste ano.
7 - O senhor, como um político jovem, acha que é possível trazer o jovem para a política?
Jhonatan de Jesus - Eu sou fã dos caras-pintadas. No passado, foi a juventude que modificou a história do País e trouxe o oxigênio necessário para as mudanças ocorridas. Foi essa juventude que conseguiu o impeachment de um presidente. Não acho que seja verdade que o jovem está alienado. Hoje temos mais de 30 parlamentares com menos de 35 anos na Câmara dos Deputados. É um percentual razoável. É compromisso do nosso partido aumentar esse número. Queremos convocar a juventude a participar de nosso programa e descobrir novos líderes nas classes estudantis. Essa é a hora de a juventude mostrar a sua cara e participar do processo político. Essa vai ser a eleição dos jovens. Chega de jogar a responsabilidade nos outros. Está na hora de darmos o impulso e a energia, inerentes à juventude, de que o País precisa para mudar.
Por Paulo Gusmão/ PRB Nacional
1 - Como anda o processo de filiação em seu estado?
Jhonatan de Jesus - Estamos com um grande movimento de filiação em andamento. Para isso, temos contado também com a mobilização de nossos pré-candidatos a vereador e prefeito. Isso para atendermos às nossas expectativas. Nas últimas eleições, ficamos em quarto lugar como partido mais votado, concorrendo com candidatos a deputado federal e estadual. Nestas, queremos, pelo menos, tornar o PRB o segundo maior partido dentro do estado. Para isso, pretendemos lançar candidaturas em no mínimo cinco prefeituras, dos 15 municípios que nós temos. Temos ainda uma meta de eleger em cada Câmara de vereadores pelo menos dois correligionários. Se levarmos em conta que são nove em cada um desses municípios, podemos ver como nossa proposta é ambiciosa, mas acima de tudo exequível. É ousadia, mas nossa ousadia é ver o PRB crescendo cada vez mais.
2 - Mas dá para um partido crescer e ter metas ousadas como essa diante de um quadro de tamanho descrédito com a classe política?
Jhonatan de Jesus - Há uma visão generalizada da classe política como corrupta, com acesso liberado ao poder e capaz de resolver todos os problemas individuais. Acho que andaram lendo muito “O Príncipe”, de Maquiavel e deixaram a nobreza dos princípios de lado. De repente, vários políticos começaram a fazer a política do pão e circo. Mas não podemos generalizar. Temos, sem dúvida, que fazer uma política voltada para as necessidades da população. Meu mandato é fruto da vontade popular. Ele não pode se dissociar dessa vontade, sob o risco de me afastar cada vez mais do cidadão. Eu venho de uma tradição, iniciada por meu pai, que tem um olhar político voltado para o coletivo, mas a partir da visão da população local, que vivencia e enfrenta os problemas e sabe o que se deve melhorar naquela localidade. Na nossa região – o sul do estado –, essa política já é conhecida. Nós nos damos as mãos, e a população, os políticos locais, estaduais e federais se unem em prol do desenvolvimento de nossas cidades. Sabemos que um vereador pode realizar menos em termos de propostas legislativas e tem menos acesso a recursos que um deputado estadual ou federal. Mas ele, o vereador, está mais próximo da população. O sistema funciona, mais ou menos, como uma caixa de ressonância da sociedade. Se o vereador cumprir bem o seu papel, o cidadão se perceberá representado, os políticos estaduais e federais receberão os subsídios demandados pela população, a engrenagem funcionará melhor e o descrédito político vigente tenderá a diminuir.
3 - Esse é o seu primeiro mandato como deputado federal. Ainda há muito a cumprir na legislatura, mas como está sendo essa experiência?
Jhonatan de Jesus - Quando cheguei a Boa Vista para ser candidato, eu me surpreendi com a receptividade, não ao nome de Jhonathan de Jesus, mas com a expectativa para com meu pai. Como, por motivos políticos, ele acabou desistindo da candidatura, eu tive meu nome lançado. Mesmo desconhecido, em pouco tempo estava entre os quatro preferidos da população. Assim que eu cheguei à Câmara, com muita humildade e vontade de trabalhar, pude aprender o que havia de proveitoso em favor de Roraima. Ao mesmo tempo, fiquei triste com algumas coisas que acontecem no Congresso, como, por exemplo, a quantidade de projetos que não são votados, em razão dos atropelos pela sucessiva edição de Medidas Provisórias que trancam a pauta. Para se ter uma ideia, há projetos de lei parados há 20 anos. Meu trabalho nesses oito meses de mandato foi fixado nos meus compromissos de campanha. Hoje, graças a Deus, já temos trabalhos em andamento, como o projeto do FGTS vinculado à educação, outros já vitoriosos, como o projeto que garante casas adaptadas para os portadores de necessidades especiais e vários outros.
4 - Nas últimas eleições, o senhor concorreu em uma aliança ampla, com nove ou dez partidos. O senhor acha que nas próximas eleições esse arco de alianças vai se repetir?
Jhonatan de Jesus - Nas eleições passadas, montamos um grupo, alcunhado de G8, que depois virou G10, em alusão ao grupo que reúne as potências econômicas mundiais, com o objetivo de mudar a cara da política no estado, elegendo novos nomes. E conseguimos realizar nossa meta de eleger dois candidatos. Desde que os partidos estejam juntos nessa proposta de fazer uma nova política, não vejo nenhum problema em repetirmos essas alianças.
5 - Quais seriam as condições hoje para que um partido se coligasse ao PRB no estado, ou que viesse a fazer parte dessa aliança?
Jhonatan de Jesus - O G10 foi criado em um determinado momento das eleições. Foi uma conjuntura que pode até vir a se repetir, até porque alianças são muito bem-vindas e fundamentais na política. Mas não podemos garantir que essa configuração possa se repetir. Vamos lutar para reunirmos pessoas com um perfil atuante, que se enquadrem na tradição política que estamos consolidando em nosso estado.
6 - Em um estado que podemos considerar novo, como o senhor avalia a receptividade a um partido também novo, como o PRB?
Jhonatan de Jesus - A política em Roraima ainda está presa a velhos modelos. É uma política assistencialista e podemos dizer também fisiológica. Mas o povo está tomando consciência e por isso tem apostado em novas formas do fazer político, que bem se traduz no nosso partido – o PRB. Somos oposição ao atual governo. O governador sofreu processos junto ao TRE, que inclusive decidiu por sua cassação, processo que se encontra em fase recursal. Tenho certeza de que, em quatro anos, nosso grupo vai assumir o governo do estado, que acreditamos tem tudo para crescer. Para que isso seja possível, nosso grupo já está agindo, com o planejamento de curso de qualificação para nossos candidatos, em áreas como gestão pública, ética, legislação eleitoral, de forma a não só ter mais candidatos, mas, sim, ter quadros cada vez mais preparados para o desempenho de cargos tão importantes quanto os que demandam a política. Esse curso deve acontecer no final deste ano.
7 - O senhor, como um político jovem, acha que é possível trazer o jovem para a política?
Jhonatan de Jesus - Eu sou fã dos caras-pintadas. No passado, foi a juventude que modificou a história do País e trouxe o oxigênio necessário para as mudanças ocorridas. Foi essa juventude que conseguiu o impeachment de um presidente. Não acho que seja verdade que o jovem está alienado. Hoje temos mais de 30 parlamentares com menos de 35 anos na Câmara dos Deputados. É um percentual razoável. É compromisso do nosso partido aumentar esse número. Queremos convocar a juventude a participar de nosso programa e descobrir novos líderes nas classes estudantis. Essa é a hora de a juventude mostrar a sua cara e participar do processo político. Essa vai ser a eleição dos jovens. Chega de jogar a responsabilidade nos outros. Está na hora de darmos o impulso e a energia, inerentes à juventude, de que o País precisa para mudar.
Por Paulo Gusmão/ PRB Nacional
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