segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Driblando o Crack no Pacaembu


A Força Jovem Brasil promoveu, sábado, 24 de setembro, no estádio do Pacaembu, Zona 0este da capital paulista, uma partida de futebol beneficente e de conscientização contra as drogas. O evento “Driblando o crack” contou com a participação de artistas da Rede Record e autoridades políticas.
De um lado estava o time “Amigos do apresentador Britto Jr.”, formado por famosos como Edu Guedes, Celso Zucatelli, Mionzinho, Marquito, Dinei, Felipe Solari, Netinho e o próprio apresentador. Do outro, o time do Força Jovem, formado por bispos e pastores da IURD, que venceu a partida por 7 a 3.
Trinta mil pessoas lotaram o estádio. Para entrar, cada participante doou 3 quilos de alimentos não perecíveis. Foram arrecadadas 90 toneladas de donativos, que serão entregues à comunidades carentes e a mais de 30 orfanatos, asilos, casas de recuperação de dependentes químicos e abrigos de portadores do HIV (vírus da Aids), locais em que grupos de voluntários da IURD realizam projetos de apoio aos necessitados.
De acordo com o pastor Railson de Araújo, responsável pela Força Jovem de São Paulo e que cuidou da organização deste evento, milhares de integrantes não puderam comparecer, pois a direção do Estádio do Pacaembu limitou a quantidade de acesso para 30 mil, porém, o Driblando o Crack não se limitou a esta única partida de futebol.
O evento que já aconteceu em vários estados, foi realizado também no dia 24 no Acre, Paraná, Pernambuco e Rondônia.  Até o final de outubro será realizado nos estados do Amapá, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Apesar da derrota em campo, o ambiente foi de alegria e satisfação entre os artistas do time de Britto Jr.: ” Craque, só dentro do campo”, disse ele. “É uma luta que a gente tem que fazer sempre. Instruir o nosso jovem para o melhor”, completou Edu Guedes.
O humorista Tom Cavalcante e o jornalista Celso Cavalini, embora não tenham jogado, fizeram questão de marcar presença no evento. Entre as autoridades, o destaque foi para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que  parabenizou a iniciativa do grupo. “O crack é uma droga que deve ser combatida, e ações como essas são muito importantes”, ressaltou ele.
“Este evento é muito legal. Nós podemos contribuir. Não somos atletas e nem jogadores, mas procuramos fazer o possível e o impossível para ajudar essa juventude. Aliás, quando vinha pra cá, vi jovens caídos se drogando, se arrastando, e do outro lado vemos esta festa linda, feita pelos jovens com saúde, disposição e, acima de tudo, manifestando a fé. É muito importante a iniciativa do Força Jovem”, afirmou o bispo Marcelo Brayner, que já foi viciado e também entrou em campo nessa luta.
Outro que deu um drible no crack foi o bispo Sergio Correa, que já foi jogador de futebol profissional e deixou a carreira para fazer a Obra de Deus: “Este evento é importantíssimo, e mostra que a Igreja Universal é especialista na recuperação de viciados.”
Muitos dos jovens que estiveram presentes no evento são ex-dependentes químicos, outrora escravizados pelo crack,  viviam marginalizados e sem nenhuma perspectiva de vida. Mas, hoje se encontram completamente recuperados e inseridos novamente na sociedade.
É o caso do Jovem Renato Rosa de Souza, 20 anos, que se envolveu com as drogas aos 13 anos de idade, e aos 15 se tornou usuário de crack. Usou a droga até os 18 anos, quando chegou à Força Jovem Brasil. Entretanto, após 8 meses, se afastou, retornou ao vício e passou também a traficar. Preso por tráfico foi na prisão que Renato, mais uma vez, foi evangelizado e decidiu entregar sua vida nas mãos de Deus. Hoje, integrante da Força Jovem da região de Mogi das Cruzes, está totalmente transformado. Liberto das drogas, Renato trabalha para ajudar na recuperação de outros jovens. “Fui evangelizado dentro da cadeia, conheci Jesus e me converti de verdade dessa vez. Deus me tirou da cadeia, eu voltei para o trabalho da Força Jovem e hoje estou trabalhando para ajudar quem precisa de ajuda.”
Tranquilidade
Apesar da multidão, os agentes envolvidos na organização do evento se disseram admirados com tamanha harmonia em um jogo de futebol. “Nunca houve uma partida com tamanha tranquilidade. Parecia que todos os jovens estavam saindo de uma festa, ou então que eram de um único time vencedor; sem brigas e sem bagunça, todos em ordem, tanto na entrada das catracas como na saída”, comentou o engenheiro Norival Antenor Corrêa, que acompanhou o trabalho da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) durante toda a ação.
Para o secretário-geral da Comissão Mundial de Pugilismo, Jorge Marcelo Ramia, que viajou da Argentina para prestigiar o evento, a forma de trabalho dos jovens da Igreja Universal é algo a ser seguido: “Todos estão de parabéns com este trabalho social, que além de alertar sobre o perigo das drogas, também faz com que tantos jovens se mobilizem em prol do social. Quero aprender como ser também um voluntário da Força Jovem Brasil.”
O evento do Pacaembu foi uma continuação da campanha “Crack  - Tire essa pedra do seu caminho”, que levou milhares de jovens, em todos os estados do Brasil, às ruas, no início do ano, em passeata contra as drogas. E as ações da Força Jovem não param por aí. O próximo encontro já está marcado para o dia 22 de outubro, com o nome “O nocaute ao crack”, um campeonato de artes marciais que acontecerá em Valinhos (SP) e arrecadará materiais de higiene pessoal para casas de recuperação de jovens viciados e presidiários. Durante o evento, o campeão mundial Giovane Andrade disputará mais um título, ao lado de vários integrantes do grupo que praticam, através do projeto esportivo FJB, judô, jiu-jistu, karatê, tae kwon do, kung fu, entre outras modalidades.
Para o responsável da Força Jovem Brasil, pastor Jean Madeira,  o esporte é uma das maiores armas contra as drogas. Ele fez questão de finalizar o encontro deste sábado citando o jargão repetido em todo o País pelos participantes do grupo: “Para ou continua?” E uma multidão em festa respondeu: “Continua!”
Colaboração das jornalistas: Daniela Soares, Cintia Meibach e Jeane Vidal.

Fotos: Erik Teixeira (Fonte: Pr. Jean Madeira)

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