quarta-feira, 28 de setembro de 2011

UFPB: Urna clonada em mochila da Juventude Democrata

Em 2005, o Brasil assistiu impressionado o escândalo do Mensalão do PT, com denúncias de compras de parlamentares iniciada a partir de estruturas do governo, como os Correios. Ninguém esquece as imagens lamentáveis do diretor dos Correios recebendo a propina, retransmtitidas em nível nacional por todos os telejornais do país. Tal escândalo provocou uma crise enorme no governo Lula, levando a queda do todo-poderoso Zé Dirceu, então ministro chefe da Casa Civil, além de outras figuras de destaque do governo Lula naquele momento, como José Genoíno, Luiz Gushiken, Delúbio Soares e tantos outros. No entanto, o Mensalão do PT ficou no imaginário popular com o episódio do dinheiro encontrado nas cuecas de um assessor parlamentar de um deputado estadual do PT/CE, irmão de José Genoíno. Esse ficou sendo um símbolo da corrupção nos tempos petistas no governo: dinheiro na cueca.
              Em 2009, outro escândalo semelhante provocou igual revolta no povo brasileiro, particularmente na população de Brasília. Era o Mensalão dos Democratas, ocorrido durante o governo de José Roberto Arruda. Imagens gravadas pelo secretário de governo, Durval Barbosa, mostravam farta distribuição de dinheiro para vários políticos do Distrito federal, desde o próprio governador, até a deputados distritais. Neste escândalo, surgiu também um novo símbolo da corrupção. Um dos deputados distritais escondeu o dinheiro recebido do então secretário em suas meias.
               Quando pensamos que o arsenal de criatividade da corrupção se esgotara, eis que a realidade sempre nos surpreende. Na recente eleição do DCE UFPB, ocorrida nos dias 20 e 21 de setembro deste ano, disputaram a direção da entidade 4 chapas. Uma delas, "Juntos Somos Mais", identificada como a chapa dos Democratas, foi impugnada antes da apuração dos votos por conta da descoberta de uma fraude eleitoral sem precedentes na história do movimento estudantil da UFPB.
            Um dos membros da Comissão Eleitoral desconfiou da série de telefonemas dado em menos de uma hora por Lucas Pereira, membro da chapa acima citada para uma pessoa da referida Comissão por conta da presença de sua mochila na sala de apuração dos votos, para que ninguém tocasse nesta. Assim, desconfiado, este membro da Comissão Eleitoral pediu que fosse aberta a mochila para que todos vissem o que havia nela. Quando esta foi aberta, a surpresa: havia em seu interior uma urna recheada de votos para o curso de Odontologia, onde a chapa "Juntos Somos Mais" foi fragorosamente derrotada pela chapa 3, que acabou sendo vitoriosa na eleição. Estava criado mais um símbolo da corrupção, a mochila.
          Vamos esclarecer algumas coisas aqui para todos entenderem o caso. A Comissão Eleitoral do DCE UFPB é, segundo o estatuto da entidade, composta por um estudante indicado pelo COEB (Conselho de Entidades de Base) mais um indicado pelas chapas disputantes. Assim, esta tinha 5 membros na sua composição. O membro que denunciou e exigiu a abertura da mochila de Lucas Pereira (membro da chapa "Juntos Somos Mais", do Democratas) foi o companheiro Baiano, da chapa "O Novo Pede Passagem", da ANEL e independentes.
            Lucas Pereira pertence aos quadros do Democratas e já foi presidente do DCE UFPB e agora tentava voltar à entidade. Foi candidato a deputado estadual nas eleições passadas e teve a ridícula votação de 1.655 votos (0,08% do total). É essa a grande liderança jovem  do Democratas na UFPB? Acho que deveriam repensar nisso. Principalmente após esse episódio lamentável da "mochila grávida de votos" descoberta na eleição do DCE UFPB. Para uma suposta liderança jovem, é um péssimo exemplo e que deve ser denunciada em todos os locais, dentro e fora da UFPB. Porque é papel daqueles e daquelas que têm compromisso com os/as trabalhadores/as e a juventude defender as entidades do movimento de todo tipo de oportunistas e golpistas que tentam utilizar-se destas em defesa de seus interesses próprios em detrimento do coletivo, apesar de publicamente afirmarem o contrário, como lobos em pele de cordeiros que são.         

Postado por ANTONIO RADICAL

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