segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Deputado Bruno Reis defende candidatura de ACM Neto a prefeito e diz que governo JW é bom para políticos e ruim para o povo

por David Mendes e Evilásio Júnior
Fotos: Tiago Melo / Bahia Notícias

Bahia Notícias - Na polêmica votação da semana passada, que permitiu o governo da Bahia contrair um empréstimo de R$ 1 bilhão, você votou a favor. Foi um erro de procedimento ou a sua consciência o traiu?
 
Bruno Reis - Em hipótese alguma. Neste dia, eu discursei no grande expediente depois do tempo da representação partidária, discuti dois projetos, fiz diversos apartes, diversas questões de ordem e já no final do dia, depois de usar a palavra por mais de uma hora e meia. Com certeza, fui o deputado que mais falou neste dia. Estava claro e latente o meu posicionamento contrário à aprovação do projeto que permite o governo do Estado contrair um financiamento de mais de R$ 1 bilhão. E no calor de orientar a bancada, acabou que cometi um equívoco, uma falha. Todos nós somos seres humanos e ninguém é infalível, mas foi imediatamente comunicado e superado esse erro de procedimento.
 
BN - Você retificou o voto?
 
BR - Sim, o voto computa, porém fica registrado em ata que eu votei contrário.

BN - A oposição sofreu algumas perdas nesta legislatura, principalmente com o surgimento do PSD, que abrigará muitos políticos que se tornaram governistas. A gente sente que a oposição está ainda um pouco perdida na Casa. Inclusive ela é conduzida pelo deputado Reinaldo Braga, que até o ano passado era do governo. Você, enquanto um dos integrantes que mais têm desempenhado o papel de oposicionista na Casa, qual a percepção que tem hoje da sua bancada? Ela está desarticulada mesmo, está sem rumo? O que está acontece lá entre os deputados da oposição?

BR - Discordo desta avaliação. Tem gente até que diz que não há oposição na Bahia. Não é verdade. Há uma oposição reduzida em números, porém com bastante qualidade. Temos deputados experientes. O mais experiente da Casa é o líder Reinaldo Braga, que já votou contra o governo Wagner. É verdade que ele fez parte no governo passado de sua base de sustentação, mas já nesta última eleição apoiou o então candidato Geddel Vieira Lima. É um deputado de oito mandatos que, se for esperar grandes discursos ou defesas com grandes retóricas, não é o perfil dele, nunca foi e não será. Mas ele conhece o regimento da Casa como ninguém. E a gente alia a experiência de alguns deputados como a de Paulo Azi e de Luciano Simões, com a renovação de muitos novos que chegaram, como eu, Adolfo Viana e Tom, deputados novos no mandato e na idade. Então, eu acho que a oposição tem cumprido o seu papel. Não há mais o que fazer do que nós temos feito. Achar que teremos número para ganhar alguma votação lá, não teremos. Pode ser que ao longo dos quatro anos, à medida em que haja contornos políticos a partir de 2012, isso possa ocorrer, mas no momento não há. Agora, obstrução, discussão, apresentação de emendas e denúncias, isso sim. Nós já ingressamos com diversas ações na Justiça, ações contra a Embasa, contra a Reforma Administrativa e o Fundo Planserv. Então, tudo que a oposição pode fazer vem sendo feito, utilizando constantemente os sites, as rádios e os jornais. E esta oposição é natural em um país subdesenvolvido como o Brasil e em um estado com muitas carências que é a Bahia. A tendência de se acompanhar o poder é natural. Foi assim no passado e agora no presente. Estes deputados que migraram para a base do governo é porque não conseguem fazer um trabalho de oposição e, até mesmo, às vezes, muitos não têm o perfil para desenvolvê-lo. Mas os que estão aí fazem muito bem.
 

BN – Então, mesmo sem ser uma voz tão ativa na Casa, sem o perfil que você citou anteriormente, o desempenho do deputado Reinaldo Braga como líder da oposição é satisfatório para os membros do colegiado?

BR – Com certeza. Até porque o líder Reinaldo Braga distribui as tarefas, orienta, dá os caminhos e não toma qualquer decisão sem consultar a bancada. Ele não dispensa uma formalidade e não assina qualquer documento sem consultar, respeitando os seus liderados. Ele exerce uma liderança compartilhada. E aí dá margem para que eu, que sou líder de um bloco, por exemplo, defenda e sustente um determinado posicionamento. Em cada fato político se apresenta um deputado e eu posso citar vários. No caso da Embasa eu apareci, na Reforma Administrativa foi o próprio líder e no Planserv já foi o deputado Paulo Azi. Isso dá margem para que todos os deputados possam desenvolver o seu trabalho naturalmente.

BN – Entre os oposicionistas você é o que tem um maior relacionamento com a imprensa. Inclusive, você já foi assessor parlamentar e sabe os caminhos da legislatura. Você não pretende ser o próximo líder da banca de oposição, já que hoje o mandato de maior destaque da minoria na Casa é o seu?

BR - Não é um projeto pessoal nosso. Eu acho que liderança é algo natural e você não impõe: ela é conquistada com o tempo. Se esse trabalho que nós estamos fazendo nos credenciá para ser o líder, para mim será uma honra. Mas também se não for no próximo ano, eu cheguei agora. Ainda tenho quatro anos de mandato pela frente e a tendência é que isso ocorra no decorrer do nosso mandato, até por não termos muitas opções. Tem deputados que ocupam cargo na Mesa, outros que presidem comissões e outros que têm perfil de plenário, do debate, e eu me encaixo neste perfil. Então, é uma tendência, porém não é um projeto pessoal nosso.

BN – É prazeroso fazer política em um parlamento em que o Executivo conta com 49 deputados dos 63 eleitos? Qual a avaliação que você faz dessa hegemonia do governo do PT na Bahia?

BR - Eu vejo essa hegemonia com naturalidade. É natural de quem é poder e nós já fomos mais hegemônicos no passado. Perdemos as eleições quando tínhamos que perder, quando chegou a um processo de saturação e de cansaço. E olhe que nos sustentávamos dentro de um projeto administrativo como, por exemplo, o desbravamento do oeste e do Litoral Norte. Industrializar e interiorizar a indústria na Bahia, a exemplo de grandes fábricas que trouxemos, não só no Polo Petroquímico, mas também muitas para o interior. Mas chega um momento que o povo quer mudar. E a mudança também chegará para os governantes do momento, até porque os resultados, e acho que essa será a tônica da política do futuro, serão de quem dá mais quando é poder. Se nós formos comparar o período em que nós governamos com o que o PT governa você verá que nós somos infinitamente superiores. Eu não tenho dúvida que a saturação chegará logo, até porque o PT no poder está rasgando a sua história. (O governador) Jaques Wagner era contra os pedágios e hoje a Bahia conta com 13 praças de pedágio. Jaques Wagner era contra a limitação do Planserv e toda a sua base votou a favor. Jaques Wagner era um defensor ferrenho do funcionalismo público e nunca se adotou tantas medidas contrárias aos servidores como nesse governo. Então, com o tempo, os baianos darão a resposta. É fácil encarar isso? Não! É difícil, porque, como um deputado de oposição, você fica mais angustiado porque se tem demandas diárias que não consegue solucioná-las com rapidez. Mas, por outro lado, se você se preparar, estudar e fundamentar as suas posições, até porque os fatos existem e contra eles não há argumentos, todos os pronunciamentos nossos são em cima de fatos ou números. Então, a gente acaba tendo condições de expor o nosso ponto de vista e é isso que tem me dado mais motivação e estímulo para exercer uma função de deputado na oposição.

BN – A denúncia mais contundente que você fez contra o governo do Estado foi em relação à Embasa. A contratação da cantora Daniela Mercury, por exemplo, com o valor do cachê muito elevado que destoa do reajuste proposto pela empresa. Deu em alguma coisa esta denúncia? Em que pé está isso?

BR – A Embasa, nos primeiros quatro anos do governo Wagner, praticou reajustes que variam de 51% a 131%, segundo um estudo feito pelo IAF (Instituto dos Auditores Fiscais). A inflação do período ficou em 22,21%, então muito acima dos índices. Este ano praticou um aumento de 14%, já autorizado para os próximos anos, até 2015. No final do governo Wagner terão contas de água que aumentarão 180%, enquanto a inflação do período chegará a, no máximo, 30% a 35%. Nós tivemos conhecimento disso e aí, procurando defender o consumidor baiano, ingressamos na Justiça e conseguimos uma liminar no primeiro momento, mas depois essa decisão foi reformada pelo Tribunal de Justiça, nós recorremos e estamos travando as batalhas. E também discordamos da Embasa que precisa aumentar as contas para fazer investimentos no sistema de abastecimento de água, ou seja, levar água para quem não tem e, por outro lado, utiliza indevidamente os recursos. Desviam a finalidade dos recursos que são aplicados, como o patrocínio de shows, e foram diversos. Não estamos questionando o valor do cachê, mas é desnecessário em uma festa de 40 anos você realizar mais de dez shows, dois na capital e mais de dez no interior. Você distribuir relógios para todos os servidores e patrocinar camarotes particulares. Se você pegar os extratos dos patrocínios da Embasa no carnaval de Salvador você verá que tem patrocínio a camarotes pagos. Tem patrocínio até para “Marcha para Jesus”, como exemplo a de Feira de Santana, além de diversas micaretas. Essa não é a finalidade da Embasa. Existe a Bahiatursa e as Secretarias de Cultura e de Turismo que são responsáveis por isso. Os recursos que estão previstos para o orçamento destas pastas é que devem ser destinados para essa finalidade.
 

BN - Além desta questão da Embasa, o que mais você tem encontrado de incorreto no governo Jaques Wagner?

BR - O segundo governo Jaques Wagner ainda não começou. A herança maldita do primeiro governo para o segundo é muito maior do que a suposta herança maldita que eles alegam ter recebido. É um governo que tem obras que foram iniciadas no passado e estão paralisadas. E as obras que estão em andamento são através de recursos federais. Eu gostaria de saber onde estão os recursos frutos dos nossos impostos, os recursos próprios do governo do Estado. Não quero crer que estão sendo utilizados para pagar débito da campanha de Jaques Wagner. Ele fez um contingenciamento no início do ano de quase R$ 1 bilhão e, efetivamente, até hoje há empreiteiras e diversos fornecedores sem receber pagamento, fruto de compromissos assumidos ano passado. O governo Wagner precisa efetivamente começar para fazermos algumas avaliações. Agora, o fato é que na área de Segurança estamos observando os índices. Foram mais de três mil carros roubados este ano e morre praticamente quatro pessoas por dia na Bahia. Na Educação, a única escola que Wagner inaugurou, que nós tomamos conhecimento, foi a de Capela do Alto Alegre, que gastou mais com a propaganda para anunciar a inauguração, do que com a própria obra. O Topa (programa Todos pela Educação) é uma verdadeira enganação. Eles anunciam que alfabetizaram 750 mil pessoas e vem o IBGE e diz que só foram 332 mil pessoas. Quando você vai para a Saúde, eles ficam alardeando nos quatro cantos que inauguraram cinco hospitais em quatro anos. Desses cinco hospitais, o de Irecê só faltava a climatização para ser inaugurado, deixado pelo governo anterior. O hospital de Juazeiro eles encontraram na terceira laje e o de Santo Antonio de Jesus não tem um real do governo do Estado. Até a contrapartida foi depositada na época de Paulo Souto, também uma obra que estava para ser concluída. O governo efetivamente construiu o Hospital da Criança e o do Subúrbio, que não vem funcionando na sua plenitude, ou seja, utilizando todos os meios que estão disponíveis. Então, é uma administração que não tem o que se comemorar nestes nove meses. O que se tem desse governo é que ele é bom para os políticos e ruim para o povo. Todos os aliados estão satisfeitos com o governo Jaques Wagner. Tem partido que tem três secretarias, outro tem duas, uma. Todos os deputados da base têm diversos cargos para acomodar seus aliados políticos e, em muitos casos, até seus familiares. Então eles estão satisfeitos. Agora, ação concreta não tem. É um projeto político que se sustenta na política e não com ações administrativas. A grande obra do governo Wagner na Bahia é a Ferrovia Oeste Leste, que utiliza recurso federal e ainda está na terraplanagem. Temos que lembrar que já são nove anos de governo do PT no plano federal e cinco anos no plano estadual e eles só foram capazes de iniciar a terraplanagem. Eles ainda não têm a garantia de onde a ferrovia irá sair, porque o Porto Sul ainda não tem uma licença sequer. A ponte Salvador-Itaparica é uma ilusão, não tem nem projeto e não se sabe nem o valor real da obra. O povo baiano foi muito mais generoso com o PT do que o PT com os baianos. Eu digo sempre que nós nos contentamos com muito pouco na Bahia. Simplesmente é um estado que tem o maior número de Bolsas Famílias e foi isso que permitiu a Lula, na primeira e na segunda eleição, e Dilma tivessem sempre 70% dos votos na Bahia. Precisa-se efetivamente de projetos para o desenvolvimento do estado. Nenhuma grande indústria se instalou na Bahia. Todo dia nós vemos anúncios de estaleiros, de plataforma, de indústrias e nada acontece. O vizinho Pernambuco retomou a liderança no Nordeste. A Bahia, no auge do crescimento que foi ano passado, cresceu 7%. Pernambuco cresceu 15,8%. A previsão é que o ICMS de Pernambuco ultrapasse, já em 2016, a arrecadação da Bahia. Um estado com população bem inferior à da Bahia. Dê um pulo em Pernambuco e você vai ver o estado em um canteiro de obras. Estão concluindo a duplicação do Suape e já estão falando em Porto Norte. E a Bahia com um porto atrasado e estrangulado que nem sequer consegue fazer uma reforma. Então, infelizmente, não tem nenhum legado do governo Wagner na Bahia.

BN - Você está há nove meses no mandato, mas trabalhou dez anos como assessor parlamentar do deputado federal ACM Neto. Ele é o seu guru na política?

BR - Eu iniciei a caminhada política quando vim do interior da Bahia aqui para Salvador, já no movimento estudantil, tanto na época da escola quanto na universidade. Com dezenove anos me tornei estagiário do então vereador e hoje deputado estadual João Carlos Bacelar. Em 2001, me tornei assessor do deputado federal ACM Neto e trabalhei com ele por 10 anos. Rodei a Bahia, conheci os problemas de cada região, criei uma rede de relações no meio político e aprendi a fazer política. Tenho em ACM Neto um exemplo, uma referência. Neto me deu a régua e o compasso e me deu as condições de poder hoje ser deputado estadual com tão pouca idade. Até porque, não sou filho de família tradicional da Bahia e nem filho de família política. Quem é filho de família política acaba ajudando, haja vista outros colegas que nós temos na Assembleia que são filhos de políticos.
 
BN - Então, por que o PRP e não o DEM?
 
BR - O DEM, em um primeiro momento, os próprios deputados pediam que a nossa filiação fosse para o partido. Eles esperavam montar uma boa chapa para as eleições de deputado estadual. Só que para montar um partido na oposição não é fácil. As pessoas têm uma predisposição de disputar pelos partidos da base do governo. Se eu disputasse pelo DEM, e aí já no prazo final das filiações, os próprios deputados concordaram que era melhor não ser candidato pelo DEM porque iria disputar uma vaga com os nossos aliados. Por exemplo, se eu fosse deputado hoje pelo DEM, outro colega não seria. Como a gente já tinha um potencial de votos, eu fui disputar a eleição pelo PRP, que tinha na época dois deputados estaduais e os dois da base do governo, além de dois deputados do PTB que sempre coligam. Ou seja, quatro deputados, e me elegí no meio deles. Às vezes as pessoas falam que os deputados tiveram ciúmes da minha candidatura, mas isso não existe. Eu não disputei uma vaga com os nossos aliados, eu disputei com os nossos adversários. Se tiver alguém insatisfeito ou com ciúme pela nossa candidatura tem que ser um deputado da base do governo, que foi onde eu disputei. Ganhei as eleições, conseguimos trazer o partido para a oposição e estamos fazendo o nosso papel na Assembleia.

BN - Utilizando como base um jargão conhecido de um comercial aqui de Salvador, Neto já retou com o deputado estadual Bruno Reis?
 
BR - Quando eu era seu assessor, e acho que foi isso que até me credenciou para ter tido os espaços e oportunidades que ele me deu. Eu não fui trabalhar com ele porque era seu amigo. Ele me conheceu no meio de diversos jovens, identificou que a gente tinha um valor e foi polindo e dando condições de a gente fazer o trabalho. E, graças a Deus, eu fui crescendo. Durante o período que eu era assessor, por diversas vezes, nós discutimos porque eu defendo o meu ponto de vista. Pode ser contrário ao dele, mas fica lá registrado o meu ponto de vista. Depois como deputado, não só Neto, mas também o grupo político e os 55 mil eleitores que nos deram a honra de ser o seu representante na Assembleia Legislativa da Bahia, eu acho que estão satisfeitos com o nosso trabalho. Eu cheguei com uma expectativa e aos poucos eu venho consolidando essa expectativa que se tinha. Eu sou um jovem com experiência por ter trabalhado dez anos em uma assessoria parlamentar, então eu cheguei com o carro andando e tenho conseguido superar as expectativas dos nossos parceiros políticos e, imagino, a do deputado ACM Neto. Até porque, as pessoas quando vão até ele, são sempre para enaltecer o nosso trabalho. Isso não me envaidece, pelo contrário, só me dá mais força e coragem para enfrentar uma ampla base do governo na Casa, gente que historicamente militou na oposição e são bons de discurso e debate. Então, você precisa ter um pouco de coragem e eu acho que essa coragem todo jovem trás, todo mundo que está iniciando uma carreira é natural que venha um pouco destemido. E é isso que tenho feito.
 

 
BN - Dentro desta configuração, de uma possível união das oposições, há algum projeto político para o futuro?
 
BR - Sou um jovem de 34 anos que tive a honra de começar como deputado e sou um político que quer seguir a carreira na política, fazendo a boa política para ajudar a transformar as vidas das pessoas. Naturalmente, nós temos sonhos de um dia ser prefeito de Salvador, de ser o governador da Bahia, mas isso só acontece gradativamente. No momento, o nosso projeto é defender a candidatura a prefeito de Salvador do deputado federal ACM Neto. Acredito que existem outros grandes nomes da oposição, como o do ex-prefeito Mário Kertez, que é um nome de valor, que conhece a cidade e é importante a sua inserção neste processo político. Existe o nome do ex-prefeito Imbassahy, que governou duas vezes e foi um prefeito sempre muito bem avaliado. E são opções juntos com o nome do deputado ACM Neto e, ao final desta fase de pré-campanha, nós escolheremos o melhor nome para governar a cidade. Eu defendo a candidatura do deputado ACM Neto, porque é o primeiro nome que hoje apresenta maiores condições. Entre a oposição, reúne as condições para ganhar as eleições. Salvador precisa no momento de alguém com o perfil dele. Alguém arrojado, que exerça sua liderança, que planeje e possa projetar esta cidade para o futuro. E eu não tenho dúvida que, se ACM Neto tiver a oportunidade de ser prefeito, vai procurar fazer da sua gestão um portifólio para a sua carreira política. Para um dia realizar o sonho de poder ser governador e, quem sabe, até presidente da República. Eu não tenho dúvida que, se ele tiver a oportunidade de ser prefeito, entrará para a história da cidade como um dos maiores prefeitos que nós já tivemos.   
 
BN - Como é que você acha que haverá um entendimento entre as oposições, se você defende a candidatura de ACM Neto a prefeito de Salvador, os irmãos Vieira Lima defendem a do ex-prefeito Mário Kertész e o PSDB defende a do deputado Antonio Imbassahy?
 
BR - Nós temos que ter maturidade política, consciência para entender as dificuldades que é ser oposição e precisaremos nos unir para ter um candidatura única nas principais cidades da Bahia. Terão cidades que o nome mais forte é do Democratas e o PSDB e o PMDB apoiarão. Vão ter cidades que o nome mais forte é do PMDB e os outros irão apoiar. E terão cidades que o PSDB é mais forte e terá o apoio desses partidos que compõem a oposição. O importante é termos a consciência de que só há condições de derrotarmos o poder com a unidade. As conversas estão bem maduras, todos os pré-candidatos estão conscientes de que, no momento certo, sentaremos à mesa e definiremos o papel de cada um. Defendo duas teses: a primeira delas é que deveremos disputar com o melhor em cada lugar e a segunda tese é que, para compor a chapa, deve ser aquele também que apareça melhor nas pesquisas, ou seja, se um estiver melhor é o prefeito, o segundo melhor será o vice. Nós temos que ir com a força máxima, com os melhores. E aí, se nós ganharmos Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, que temos plenas condições, nós já estamos fortalecidos para o jogo sucessório em 2014.

BN - Só que aí se esbarra na conhecida fogueira das vaidades. O PMDB dá como certa a candidatura de Mário Kertész. Se isso for concretizado, o deputado ACM Neto já afirmou que não deixa a Câmara para disputar o cargo de vice-prefeito nas eleições do ano que vem. Imbassahy, da mesma forma. Se o nome de Bruno Reis for indicado pelo DEM para compor a chapa com Mário Kertész, você topa?

BR - Eu faço parte de um grupo e um projeto político que compõe as oposições. Para mim seria uma honra se tivesse a indicação de ACM Neto. Eu estou no primeiro mandato como deputado e ter esse reconhecimento já é uma grande vitória. Ele pode ter a certeza que me empenharei e darei o máximo de mim para poder tornar esse projeto viável. Estou à disposição do grupo e, nas oposições da Bahia, eu sou um soldado.

BN - Já se discutiu essa possibilidade?

BR – Não. Neste momento cada partido está trabalhando nas suas bases. Estamos fortalecendo os nossos partidos, cada um com as suas respectivas candidaturas de prefeito e vereador para, no momento certo, chegar a um entendimento, que dever ser após o carnaval do ano que vem. Não é um calendário definido, mas com base nas experiências de outras eleições, eu acredito que lá para março ou abril haverá a definição desses três nomes. Pode ser que amanhã só tenham dois, pode ser que em abril só tenha um nome. Então, os nomes são colocados para que os partidos possam agregar e se fortalecer. Qualquer um que decline agora em favor do outro é ruim para quem recebe o apoio e para quem deixa o processo. Temos que agregar lá na frente e ter juízo e consciência da importância dessa unidade.

(Bahia Notícias)

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