Um dos pré-candidatos das oposições à Prefeitura de Salvador, o deputado federal ACM Neto (DEM) será forçado a afastar-se definitivamente do governo do prefeito João Henrique (PP) se quiser disputar em condições de igualdade o apoio das demais legendas que atuam no mesmo espectro político que ele.
Numa reunião em Brasília, representantes do PPS, do PR, do PMDB e do PSDB teriam avaliado as candidaturas disponíveis no grupo e discutido com simpatia a possibilidade de apoio ao nome do democrata, desde que ele, na visão dos participantes da reunião, adote uma postura e um discurso claros com relação à Prefeitura.
O assunto teria vindo à tona depois de um debate do qual ACM Neto participou em Salvador na semana passada com o deputado federal Nelson Pelegrino, pré-candidato do PT a prefeito, no qual o democrata foi considerado “muito suave” com relação a João Henrique. Para completar, no dia seguinte, o prefeito queixou-se apenas da postura do petista, dando a impressão de que gostara do tom do democrata no confronto.
“ACM Neto não pode pleitear a candidatura à Prefeitura no campo das oposições se continuar com esta postura dúbia, em que morde e assopra o governo de João Henrique”, disse ao Política Livre uma fonte de um dos partidos do grupo que pediu para não ser identificada.
Segundo o mesmo quadro, o democrata não consegue adotar um tom verdadeiramente oposicionista em relação à administração de Salvador porque possui vários cargos no governo municipal e, inclusive, nas empresas terceirizadas da Prefeitura.
O deputado do DEM nega a acusação, mas seus companheiros de campo oposicionista dizem ter certeza de que ele continua dando as cartas em várias áreas da administração municipal.
Além de ACM Neto, disputam neste momento a cabeça de uma eventual chapa das oposições à Prefeitura, na hipótese de uma ampla aliança, o deputado federal Antonio Imbassahy, do PSDB, o deputado federal Maurício Trindade, do PR, e o PMDB, que tenta convencer o radialista Mário Kertész a disputar a sucessão de João Henrique.
A situação não impede, entretanto, que também o PPS venha a se apresentar com um pré-candidato à Prefeitura nas próximas semanas. A idéia do grupo é trabalhar um projeto de unidade que unifique em torno de um único nome todos os cinco partidos.
A estratégia parte do pressuposto de que as forças ligadas Jaques Wagner (PT) irão se fracionar, sobretudo com a possibilidade de consolidação da candidatura da deputada federal Alice Portugal (PCdoB) à Prefeitura, e que as oposições ao governador terão mais chances de vitória se partirem para a disputa com um único nome. (http://www.politicalivre.com.br/) (Foto: Law Araújo)
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