A direção municipal do PCdoB, reunida no dia 07/07, discutiu os problemas da bancada de oposição na Câmara Municipal de Salvador e emite a seguinte posição:
1 - PCdoB e PT estiveram juntos na eleição de 2008 em oposição clara ao projeto do prefeito João Henrique, e assim nos posicionamos diante da população da cidade.
2 - O PCdoB foi o primeiro partido de esquerda a romper com a gestão atual, com grande antecedência do pleito eleitoral, por entender que um projeto popular, democrático e progressista fora inviabilizado por uma gestão autoritária, elitista e incompetente, absolutamente comprometida com interesses de poderosos grupos econômicos.
3 - Os dois partidos são aliados históricos na luta por transformações sociais na Bahia e no Brasil, mas necessariamente não comungam das mesmas opiniões sobre diversos temas. Essa aliança histórica, em prol do país, deve ser mantida e aprofundada, mas não significa que estaremos juntos em todos os pleitos eleitorais e nas lutas dos movimentos sociais do povo brasileiro. Nossas eventuais divergências devem ser tratadas com serenidade e companheirismo, sempre em defesa dos interesses da maioria do povo.
4 - Temos opinião clara de que a bancada da oposição na Câmara Municipal deve se comportar enquanto tal, pois fomos eleitos nessa condição. O prefeito João Henrique, que já circulou por vários partidos, sempre em defesa de interesses menores, mesmo momentaneamente estando na base do governo Wagner e Dilma, não merece a confiança de nenhuma força política organizada, pois, a depender das circunstâncias, muda de lado e rompe com o aliado. João Henrique não tem ideologia, não tem posição política clara, não tem projeto para a cidade e governa ao sabor dos acontecimentos. A cidade está à beira do colapso, vítima de uma gestão desastrosa e pouco comprometida com valores éticos e morais.
5 - Portanto, a bancada de oposição na Câmara deve ser um contraponto a esse estado de coisas. Não deve ser uma oposição irresponsável, despolitizada, mas firme na denúncia dessa situação lastimável em que João Henrique deixou a cidade.
6 - Eventuais divergências na interpretação do papel da oposição devem ser tratadas com responsabilidade e bom senso, mas sempre levando em conta que a população de Salvador espera que a oposição esteja ao seu lado, já que o prefeito a abandonou desde o primeiro mandato, para obedecer a interesses de especuladores e empreiteiros.
7 - O PCdoB reafirma que sua postura oposicionista na Câmara Municipal não guarda nenhum tipo de relação com o pleito do ano que vem. A nossa relação política com o PT, sempre fraternal, será mantida, mas não significa que nos submeteremos a posições com as quais não concordamos.
9 - Não concordamos com a tese de que "não se pode fazer com João Henrique o que se fez com Lídice da Mata". São situações completamente distintas, por termos no governo da Bahia e do Brasil Wagner e Dilma, políticos que jamais concordariam com o aquele criminoso cerco empreendido por FHC/ACM . A nossa oposição é de cunho político, de projeto, e não de perseguição mesquinha e irresponsável. Nosso compromisso é com a cidade, especialmente com a maioria de sua população.
10 - O nosso apelo é para que o PT se mantenha conosco na oposição ao descalabro administrativo que é a gestão de João Henrique. Caso esse partido opte por outro caminho, respeitaremos suas posições, mas o PCdoB, com sua autonomia e presença política na cidade, se manterá firme na denúncia desse modelo autoritário e elitista.
11 - Enquanto integrantes da bancada de oposição junto com o PT, achamos que devemos ser ouvidos e consultados sobre eventuais orientações vindas da direção estadual do PT, e não apenas sermos informados por notícias em jornais.
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