A Bahia festejou neste sábado, dia 02 de julho, os 188 anos de independência do estado. Dia de muita alegria, a população foi às ruas comemorar. A data representa a mais importante luta travada pelos baianos em toda a sua rica história. Por isto, 02 de julho é a data maior do calendário cívico da Bahia.
Em função da importância da data e dos acontecimentos de então é que o governo da Bahia pretende, com sobradas razões históricas, que o 02 de julho seja inscrito no calendário cívico nacional. E luta para que o Aeroporto Internacional de Salvador volte a se chamar 02 de Julho. O que deve ser uma luta de todos os brasileiros.
Com efeito, em 02 de julho de 1823, quase um ano depois do Grito do Ipiranga de 07 de setembro de 1822, o povo da Bahia conseguia expulsar definitivamente os colonizadores portugueses ali entrincheirados.
Até a data de 02 de julho, ao contrário do que acontecera com a praticamente tranqüila posse de Dom Pedro I, como Imperador do Brasil, milhares de pessoas morreram lutando para que a Bahia se livrasse dos julgo dos colonizadores.
Neste dia, tropas do Exército e da Marinha do Brasil entraram triunfalmente em Salvador expulsando definitivamente os portugueses que, apesar da declaração da Independência do Brasil, teimavam em resistir através de tropas em algumas províncias.
Nas comemorações deste sábado, da qual participei e pude sentiri o orgulho dos baianos pelo significado da data, o governador Jacques Wagner esteve pessoalmente integrado ao desfile pelas ruas de Salvador.
O mais significativo dessa especial lembrança festiva patrocinada pelos baianos foi observar que o povo ainda guarda, com um carinho e respeito extraordinários, essa página da história do Brasil, com destaque especial para a Bahia.
Isto nos leva a defender a necessidade de o Brasil conhecer mais a sua própria história, especialmente, no caso da Independência, as lutas que foram travadas pelo país afora, distante do eixo Sul-Sudeste.
Resgatar a participação das províncias contra a dominação portuguesa tem, a nosso ver, enorme significado para a nacionalidade, para o sentimento de brasilidade. Em várias partes do país, como no Nordeste, muita luta foi travada pela Independência, com milhares de mortes e instante de forte nativismo.
Ao fazer este registro aqui na tribuna da Câmara dos Deputados quero incluir os nomes de três mulheres que se destacaram no processo de independência da Bahia: Maria Quitéria, Joana Angélica (a freira) e Maria Felipa.
São heroínas que a Nação precisa conhecer a fim de que os brasileiros possam tomar conhecimento do papel de destaque que a mulher teve na história do Brasil, sem que se dê ao fato a dimensão que realmente teve.
As lutas pela independência da Bahia, portanto, tiveram a participação popular e feminina para muito mais além daquela onde somente aparecem Dom Pedro I, efetivamente importante, mas, que, toma uma dimensão maior com a entrada em cena do povo brasileiro.
Grandiosa nas comemorações baianas é a homenagem prestada pelo povo às figuras do caboclo e da cabocla, frutos da miscigenação fantástica ocorrida no país, desde o seu descobrimento, e que importaram, e muito, nas lutas pela Independência do Brasil.
Por tudo isto é que reafirmo a necessidade de se incluir, com mais destaque, essas lutas efetivadas nas províncias em favor da independência brasileira. Uma luta muito bem representada no episódio baiano que, com tanto fervor, é comemorado debaixo de muita alegria e civismo pelo povo baiano.
Josias Gomes, deputado federal PT/Bahia (http://www.josiasgomes.com.br/site/)
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