terça-feira, 5 de julho de 2011

Josias Gomes diz que vitória de Graziano foi também vitória da diplomacia petista

Os países emergentes ainda comemoram a vitória do brasileiro José Graziano da Silva para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Apadrinhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidenta Dilma Roussef, Graziano leva àquele importante organismo internacional a experiência brasileira de combate à fome, hoje admirada em todo o mundo.
Sobre o novo dirigente, os brasileiros conhecem muito bem sua história mais recente. Quando Lula assumiu o governo brasileiro em 2003, diante de um quadro de extremas desigualdades regionais e pessoais, trouxe consigo Luiz Graziano para tomar conta de uma área em que o novo presidente queria agir com o maior rigor e determinação: a do combate à fome e à miséria no Brasil.
Com formação em Agronomia – curso que com muito orgulho conclui e exerci durante todo o tempo anterior à minha investidura no também honroso cargo de deputado federal pela Bahia – José Graziano levou ao setor de combate à fome inaugurado por Lula sua experiência e conhecimentos de doutor em estudos latino-americanos obtido na Universidade da Califórnia. Em poucos anos, o Brasil começou a mudar sua realidade.
Isto foi feito com a implementação do programa Fome Zero ainda no primeiro governo Lula. O Fome Zero foi criado para combater a fome e as suas causas estruturais, que geram a exclusão social e para garantir a segurança alimentar de todos os brasileiros e brasileiras em três frentes: um conjunto de políticas públicas; a construção participativa de uma Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; e um grande mutirão contra a fome, envolvendo as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) e todos os ministérios.  
Pelo bem da verdade, ao lançar o Fome Zero o programa de Lula foi recebido internacionalmente com ceticismo. Entretanto, a comunidade e os organismos internacionais rapidamente tiveram que revisar conceitos e admitir, à medida que o programa ganhava corpo no Brasil, que era preciso copiá-lo. Foi assim que ocorreu com entidades do porte do FMI, antes absolutamente incrédula com iniciativas desse tipo, mas, que passou a defender projetos de redistribuição de renda pelo mundo afora.
A vitória de Graziano, agora, com o apoio de 92 países, derrotando o candidato espanhol, coroa essa política adotada por Lula e continuada pela presidenta Dilma Roussef. Neste sentido, a vitória de Graziano é ao mesmo tempo uma vitória do Brasil e dos governos Lula e Dilma, que apresentaram o candidato e terminaram emplacando-o na direção da FAO.
O que mais esperamos nesse momento, uma vez que o novo dirigente da FAO apenas vai tomar posse em janeiro do próximo ano, é que a ONU, até aquela data, empreste ao organismo de combate à fome mundial cada vez mais importância. Não é possível que a humanidade continue assistindo ao aprofundamento da fome no mundo, condenando populações de dezenas de países à morte.
Prevê-se para os próximos anos, inclusive, um aprofundamento da crise mundial de alimentos. Por uma feliz e determinada combinação de políticas públicas e econômicas, o Brasil vai se transformar, nesse período, numa potência mundial exatamente na produção de alimentos. Isto fará com que o país, juntamente com o seu representante na FAO, ganhe ainda mais destaque na solução desse problema angustiante, em escala planetária, que é o da fome.
Apenas a lamentar duas atitudes um tanto inexplicáveis, diante da importância do fato: a insuficiente cobertura da imprensa, dando ao fato a dimensão que ele verdadeiramente tem, e das oposições, que não tiveram a dignidade de elogiar essa importante vitória do governo brasileiro e da política petista de superação das imensas desigualdades pessoais e regionais. Nada, contudo, que tenha conseguido desmerecer a conquista brasileira.
Enfim, quero transmitir a José Graziano, ao ex-presidente Lula, e à presidenta Dilma Roussef, a minha alegria em sentir que a luta que empreendemos, desde a fundação do PT, no final da década de 70, tenha, agora, uma consagração internacional tão grandiosa. (http://www.josiasgomes.com.br/site/)

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