sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Deputado fala sobre legado de ACM em entrevista ao Correio

Principal herdeiro político do senador Antonio Carlos Magalhães, o deputado federal ACM Neto (DEM) tem a exata noção do caminho a percorrer para conseguir uma parcela do poder de atração que o avô exercia sobre as personalidades. Testemunha privilegiada de encontros e reuniões entre ACM e vips das mais variadas áreas, o parlamentar, líder do Democratas na Câmara, garantiu ao Correio nunca ter visto, mesmo na história recente da Bahia, um político com tamanho magnetismo sobre celebridades.
Correio - ACM se notabilizou pela capacidade de atrair um leque amplo de personalidades para a Bahia. Será que vai existir algum político com esse mesmo poder no estado?
ACM Neto - É muito difícil que isso aconteça novamente na Bahia. Hoje, nenhum outro político tem essa capacidade que ele tinha, de fazer com que (as personalidades) se sentissem tão atraídas por ele, como de fato acontecia. Além do mais, ele possuía uma envergadura nacional que o permitia estabelecer uma rede de articulações muito sólida, até internacionalmente. Repetir isso é uma tarefa complicada.

Correio - E o senhor, acha que vai conseguir?
ACM Neto - (risos) A gente trabalha para isso, mas é impossível fazer previsões. É claro que trabalhamos com esse objetivo, que não é só manter o que ele conseguiu ao longo da história, como também ampliar as conquistas. Mas, é evidente que o momento político agora é diferente do que ele viveu.

Correio - Além das articulações, que o permitiram ter um grau de visibilidade para fazer as coisas gravitarem em seu entorno, o que mais ACM possuía como característica, que possibilitava atrair tantas personalidades?
ACM Neto - Primeiro, uma liderança bem nítida. Segundo, um jeito muito próprio de ser. ACM era um sujeito que transpirava emoção. Por um lado isso, claro, gerava repulsa em alguns, mas na maioria provocava um forte sentimento de atração.

Correio - Há algum episódio que o senhor testemunhou sobre alguém que tenha abandonado a rejeição inicial ao senador?
ACM Neto - Olha, é difícil falar de algo específico, até por que havia muita gente com receio dele e que, depois de apenas um encontro, saía completamente seduzido. Aliás, sedução é a palavra mais correta no caso de ACM. Isso porque ouço relatos dos mais diversos a respeito dessa qualidade dele. Casos contados por gente com formação ideológica bastante distinta da que ACM tinha. Há dezenas de políticos, jornalistas, artistas, com quem tenho relações em Brasília e que sempre foram historicamente contrários a ele, mas acabaram completamente atraídos.

Correio - É o caso de Jorge Amado, cuja formação política sempre foi ligada à esquerda?
ACM Neto - Acho que, no caso de Jorge Amado, foi diferente. ACM teve uma relação com a cultura, a arte e os ícones baianos muito especial. Não teve nenhum político que valorizasse tanto isso quanto ele. Característica que acabou gerando uma simpatia recíproca entre ele e Jorge Amado. ACM reconhecia o talento e a importância do escritor, que por sua vez admirava publicamente a postura de ACM como homem público. Admiração que vai da geração dele até a de Ivete Sangalo. (Site deputado federal ACM Neto)

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