A professora Marinalva Nunes é uma das coordenadoras da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), entidade que reúne 15 organizações do funcionalismo público. Marinalva participou das negociações com os deputados que culminou na flexibilização do Fator Moderador no projeto aprovado na Assembleia Legislativa. Em conversa com o Bocão News, a dirigente sindical critica o governador Jaques Wagner, os parlamentares da oposição. Prega a unidade dos trabalhadores como única forma de conquistar mais direitos. Confira:
Bocão News: Os trabalhadores se posicionaram contrários ao projeto aprovado. No entanto, a Fetrab sentou-se à mesa e negociou. Algo de positivo pode ser tirado destas conversas?
Marinalva Nunes: O mais importante foi a gente ter barrado o trator do governo. O governador Jaques Wagner estava com o trator muito veloz, passando por cima das entidades sindicais e do conselho do Planserv. Portanto, a gente ter suspendido a tal da situação de urgência urgentíssima para ganhar uma semana de debate e discussão foi muito importante.
A ampliação do número de representantes dos servidores no Conselho do Planserv, que saiu de três para cinco foi uma vitória?
Agora, o conselho ficou paritário. Nós ganhamos mais poder no conselho. Isto serviu para nós recuperarmos a nossa condição, pois éramos para ser majoritários. O plano (Planserv) quem subsidia somos nós servidores. Até 5% da folha, que é o percentual investido pelo governo, está na constituição que deve ser colocado lá mesmo.
Antes de partimos para outro assunto, gostaria de saber como foi a conversa com os deputados da oposição. Já que historicamente os caminhos sempre foram outros?
Eu até bati boca com Paulo Azi (DEM) sobre isso. Ele disse que na época não estava aqui, mas ele representa as ideias daqueles que acabaram com o Instituto de Assistência e Previdência dos Servidores da Bahia (Iapseb). Nós (servidores) temos saudades do Iapseb porque além de um plano de assistência, ele era um instituto de assistência e previdência. Ao separar, nós perdemos a assistência em saúde bocal. Nós perdemos a intervenção em habitação também. O Iapseb que construiu grandes conjuntos de apartamentos bem acomodados no Jardim Baiano e em Brotas para os servidores. Nós tínhamos um patrimônio extraordinário que consta no relatório da deputada Alice Portugal (PCdoB) quando estava na Assembleia Legislativa. Agora é que a gente recuperou este relatório e pretendemos usá-lo no conselho do Planserv. Portanto, estes deputados não têm credibilidade junto ao movimento sindical. Porque naquela época muitos estavam aqui, como o próprio Reinaldo Braga (PR). Foram eles que liquidaram com o Planserv. O outdoor que eles colocaram dizendo que o Planserv é vida, nós fizemos um do mesmo tamanho à época dizendo: não deixe o meu Iapseb acabar e eles não nos deram ouvido.
Como é a relação com o governador Jaques Wagner?
Não é boa. O governador construiu um Sistema de Negociação Permanente no primeiro ano de governo, que fez um aniversário e depois acabou (2007 a 2008). Depois de tocar tanto foguete porque criou o sistema, ele detonou e decidiu que não precisava mais. Wagner resolveu atropelar todas as entidades sindicais. Hoje, o governador está padecendo disso e está tendo que ir aos programas justificar os seus projetos que mexem com a vida dos trabalhadores. Vai ter que se explicar um bocado mesmo, porque a unidade dos trabalhadores vai vigorar de novo para a gente poder conquistar a URV, entre outras questões que estão na pauta.
Como está a questão da URV?
O governador liberou o seu secretário de administração, Manuel Vitório, que já recebeu a sua URV pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud). Agora, está dizendo que a URV é uma miragem. Ele tem a cara de pau de dizer para nós, que somos da administração direta, que é uma miragem quando ele já recebeu. No mínimo isto é uma desonestidade. Então, nós vamos continuar a labuta para conquistar a URV.
Por que o movimento sindical tem perdido contato com os próprios trabalhadores. Pesquisas recentes apontam para um distanciamento, principalmente, dos mais jovens das entidades de classe? Qual a autocrítica e o que pode ser feito para recuperar a participação?
Este é um episódio contemporâneo. Desta situação de ter elegido companheiros ex-sindicalistas para os governos, muita gente compreendeu que ao chegar ao governo tomou o poder e isso não é verdade. Chegar ao governo é uma coisa enquanto alterar a correlação de forças para chegar ao poder é outra totalmente diferente. Acho também que houve uma acomodação. Penso que daqui para frente as oportunidades serão de retomar a luta, de reorganizar o movimento social dentro do funcionalismo público, buscar a unidade destes trabalhadores. A gente precisa urgentemente reverter a opinião da sociedade com relação às suas instituições dos trabalhadores.
Quais são as principais lutas dentro funcionalismo público?
Primeiro, temos que buscar uma unidade. Acabar com esta pulverização. Porque divididos nós não alcançamos as conquistas. Esta foi uma batalha. Agora, precisamos nos concentrar para lutar pela URV. Vamos promover as assembleias por ramo de atividades para decidir os próximos passos e desembocar numa assembleia geral. (Bocão News)
Bocão News: Os trabalhadores se posicionaram contrários ao projeto aprovado. No entanto, a Fetrab sentou-se à mesa e negociou. Algo de positivo pode ser tirado destas conversas?
Marinalva Nunes: O mais importante foi a gente ter barrado o trator do governo. O governador Jaques Wagner estava com o trator muito veloz, passando por cima das entidades sindicais e do conselho do Planserv. Portanto, a gente ter suspendido a tal da situação de urgência urgentíssima para ganhar uma semana de debate e discussão foi muito importante.
A ampliação do número de representantes dos servidores no Conselho do Planserv, que saiu de três para cinco foi uma vitória?
Agora, o conselho ficou paritário. Nós ganhamos mais poder no conselho. Isto serviu para nós recuperarmos a nossa condição, pois éramos para ser majoritários. O plano (Planserv) quem subsidia somos nós servidores. Até 5% da folha, que é o percentual investido pelo governo, está na constituição que deve ser colocado lá mesmo.
Antes de partimos para outro assunto, gostaria de saber como foi a conversa com os deputados da oposição. Já que historicamente os caminhos sempre foram outros?
Eu até bati boca com Paulo Azi (DEM) sobre isso. Ele disse que na época não estava aqui, mas ele representa as ideias daqueles que acabaram com o Instituto de Assistência e Previdência dos Servidores da Bahia (Iapseb). Nós (servidores) temos saudades do Iapseb porque além de um plano de assistência, ele era um instituto de assistência e previdência. Ao separar, nós perdemos a assistência em saúde bocal. Nós perdemos a intervenção em habitação também. O Iapseb que construiu grandes conjuntos de apartamentos bem acomodados no Jardim Baiano e em Brotas para os servidores. Nós tínhamos um patrimônio extraordinário que consta no relatório da deputada Alice Portugal (PCdoB) quando estava na Assembleia Legislativa. Agora é que a gente recuperou este relatório e pretendemos usá-lo no conselho do Planserv. Portanto, estes deputados não têm credibilidade junto ao movimento sindical. Porque naquela época muitos estavam aqui, como o próprio Reinaldo Braga (PR). Foram eles que liquidaram com o Planserv. O outdoor que eles colocaram dizendo que o Planserv é vida, nós fizemos um do mesmo tamanho à época dizendo: não deixe o meu Iapseb acabar e eles não nos deram ouvido.
Como é a relação com o governador Jaques Wagner?
Não é boa. O governador construiu um Sistema de Negociação Permanente no primeiro ano de governo, que fez um aniversário e depois acabou (2007 a 2008). Depois de tocar tanto foguete porque criou o sistema, ele detonou e decidiu que não precisava mais. Wagner resolveu atropelar todas as entidades sindicais. Hoje, o governador está padecendo disso e está tendo que ir aos programas justificar os seus projetos que mexem com a vida dos trabalhadores. Vai ter que se explicar um bocado mesmo, porque a unidade dos trabalhadores vai vigorar de novo para a gente poder conquistar a URV, entre outras questões que estão na pauta.
Como está a questão da URV?
O governador liberou o seu secretário de administração, Manuel Vitório, que já recebeu a sua URV pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud). Agora, está dizendo que a URV é uma miragem. Ele tem a cara de pau de dizer para nós, que somos da administração direta, que é uma miragem quando ele já recebeu. No mínimo isto é uma desonestidade. Então, nós vamos continuar a labuta para conquistar a URV.
Por que o movimento sindical tem perdido contato com os próprios trabalhadores. Pesquisas recentes apontam para um distanciamento, principalmente, dos mais jovens das entidades de classe? Qual a autocrítica e o que pode ser feito para recuperar a participação?
Este é um episódio contemporâneo. Desta situação de ter elegido companheiros ex-sindicalistas para os governos, muita gente compreendeu que ao chegar ao governo tomou o poder e isso não é verdade. Chegar ao governo é uma coisa enquanto alterar a correlação de forças para chegar ao poder é outra totalmente diferente. Acho também que houve uma acomodação. Penso que daqui para frente as oportunidades serão de retomar a luta, de reorganizar o movimento social dentro do funcionalismo público, buscar a unidade destes trabalhadores. A gente precisa urgentemente reverter a opinião da sociedade com relação às suas instituições dos trabalhadores.
Quais são as principais lutas dentro funcionalismo público?
Primeiro, temos que buscar uma unidade. Acabar com esta pulverização. Porque divididos nós não alcançamos as conquistas. Esta foi uma batalha. Agora, precisamos nos concentrar para lutar pela URV. Vamos promover as assembleias por ramo de atividades para decidir os próximos passos e desembocar numa assembleia geral. (Bocão News)
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