A prefeitura de Salvador enviou à Câmara projeto de lei que prevê anistia fiscal e outros benefícios tributários à indivíduos com pendências com o município. Salvo algumas críticas pontuais, a iniciativa goza da simpatia da maior parte dos vereadores. Inclusive, desde a semana passada existe acordo com a oposição para que a matéria seja votada. “Não há polêmica e nem impedimento político. É mais uma chance para que pessoas de baixa renda possam quitar suas dívidas e regularizar a situação de suas moradias”, destacou a líder da minoria, Vânia Galvão (PT).
Apesar da boa vontade daqueles que (teoricamente) deveriam “dificultar a vida” do Executivo, a bancada governista mostra sinais de que não vai votar o projeto de anistia e que a relação com o Thomé de Souza está bastante desgastada. Para piorar a situação, um grupo de 14 vereadores teve um encontro nada agradável com o chefe da Casa Civil, João Leão. Na segunda (19), pelo menos 14 “caciques” da Câmara forçaram uma audiência com o secretário. Mas, não foram atendidos no gabinete. Leão estava de saída e recebeu a comitiva enquanto se dirigia para a garagem. Na oportunidade, disse que tinha uma viagem marcada e não poderia perder tempo. Mesmo assim, cobrou a aprovação do projeto.
“Foi uma situação constrangedora. Ele foi muito desrespeitoso conosco. E olha que não é a primeira vez. A verdade é que o prefeito João Henrique não tem ninguém que mantenha um diálogo respeitoso com o Legislativo. Assim, fica difícil votar qualquer coisa. Não somos submissos e eles vão ter que entender isso”, esbravejou Adriano Meireles (PSC).
Quem também mostrou insatisfação foi o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Everaldo Bispo (PMDB). “Não vejo ilegalidade nenhuma no texto. Aliás, é uma ferramenta importante para melhorar a arrecadação e reduzir a inadimplência. Mas, à princípio fica inviável por conta de tudo que tem acontecido. Não dá para vereador ficar tomando puxão de orelha na porta da prefeitura, né”.
O líder do governo na Câmara, Téo Senna (PTC), reconhece as dificuldades, mas ainda espera que o projeto passe pelo crivo da Casa na sessão desta quarta (21). “Sempre tem um ponto divergente, mas a gente trabalha para minimizar os problemas. O acordo com a oposição está mantido. Só resta mesmo um entendimento maior da base. O mais importante é que com o refinanciamento a cidade vai ganhar mais R$ 20 ou R$ 30 milhões para serem aplicados em áreas como saúde e educação”.
Ao que parece, o líder do Thomé de Souza vai ter que "suar" a camisa se quiser contar com uma “mãozinha” dos colegas de bancada.
Fotos: Edson Ruiz, Bob Viava e Gilberto Júnior/ Bocão News
(Bocão News)
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