Brasília - A ministra chefe da SEPPIR, Luiza Bairros, encontrou uma maneira inusitada de responder matéria postada em Afropress, de que deverá ser sacada na reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer em fevereiro do próximo ano: divulgou Nota desmentindo não a Afropress, mas o Jornal Folha de S. Paulo, que divulgou a mesma informação, garantindo “nunca ter manifestado desejo de deixar a SEPPIR”.
Na Nota, Bairros diz já ter expressado “publicamente suas críticas a uma visão simplista que limita complexidades relacionadas à promoção da igualdade racial ao volume de recursos orçamentários disponíveis”, sem mencionar a que se refere.
Antes de ser divulgada, a assessora de imprensa, Juci Machado, ligou na manhã desta segunda-feira (10/10) para o editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira, informando sobre a Nota, sem antecipar o seu teor.
Sinais trocados
Extranhamente, porém, ao invés de se referir a matéria com a avaliação do Planalto de que a ministra tem atuação considerada apagada e deve sair na reforma ministerial, faz menção a reportagem com o mesmo teor, assinada pela repórter Ana Flor, do Jornal Folha de S. Paulo, edição também de domingo.
Na matéria “Reforma ameaça ministra mulheres”, a repórter revela que o Planalto pretende substituí-la em razão de sua atuação considerada apagada embora com trânsito no setor", numa alusão aos setores do movimento negro que lhe dão apoio político.
“Ao contrário do que especula a reportagem da Folha de S. Paulo (edição de 09-10-2011, pag A10), a ministra Luiza Bairros, que não foi ouvida pela repórter Ana Flor, nunca manifestou desejo de deixar a SEPPIR, e já expressou publicamente suas críticas a uma visão simplista que limita complexidades relacionadas à promoção da igualdade racial ao volume de recursos orçamentários disponíveis“.
A matéria revela que, além de Bairros, a Presidente deve substituir as ministras Iriny Lopes, da Secretaria das Mulheres, e Maria do Rosário, da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.
Desgaste
Segundo fontes ouvidas por Afropress, a avaliação do Planalto vem levando em conta que, embora com o apoio de um grupo de ONG´s sobre as quais tem ascendência, em especial no movimento de mulheres, Luiza Bairros teria se fechado no seu círculo restrito de apoiadores, cercou-se de assessores na sua maioria da Bahia, e criou atritos com setores do PT, ao tentar desconstruir as gestões dos seus antecessores - a ex-ministra Matilde Ribeiro, o deputado Edson Santos e o atual presidente da Fundação Palmares, Elói Ferreira de Araújo.
Além da postura fechada, Afropress apurou junto a analistas com trânsito na Esplanada dos Ministérios, que o estilo de Bairros é visto como distante do papel de um ministro de Estado - a quem cabe conciliar as tarefas técnicas e a gestão política. (Google Imagens / AFROPRESS - leia carta enviada pela Ascom SEPPIR na página do Afropress www.afropress.com)
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