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Os atletas brasileiros deram um show nos Jogos Pan-Americanos de 2011, realizados em Guadalajara, no México, conquistando medalhas importantes e batendo rivais tradicionais. Com a transmissão completa da “Record” e da “Record News”, o público pôde torcer e acompanhar em detalhes as derrotas da forte seleção cubana de vôlei femino e da enjoada seleção argentina de handebol. Pôde ver o nadador Thiago Pereira ratificar o título de Mister Pan, com a conquista impressionante de nada menos do que 12 medalhas de ouro, marca que o torna o atleta brasileiro que mais vezes subiu no lugar mais alto do pódio.
E pôde ver também o número de medalhas disparar. Na segunda-feira (24), com a medalha de prata de Cruz Nonata da Silva no atletismo, o Brasil ultrapassou a marca de mil medalhas, somadas as conquistas de todas edições dos jogos. É o que faltava para o País entrar no seleto clube de potências do esporte, do qual fazem parte Estados Unidos, Cuba e Canadá, na ordem, os maiores vencedores da história do Pan.
Tal disparada em Guadalajara é ainda mais significativa, se considerado que os atletas foram ainda mais exigidos em função das características ambientas. A cidade fica a mais de 1.500 metros do nível do mar. Em função da altitude, as vitórias nesse Pan do México tiveram um gostinho especial.
O “efeito Guadalajara” foi lembrado ao final de cada prova na natação. Os atletas sentiram mais dificuldade para recuperar o fôlego entre as disputas durante as classificatórias e as provas que de fato valiam medalhas. “Tem um gosto especial pela dificuldade da altitude e porque o momento após uma prova não é fácil, já que a recuperação demora”, enfatizou Cesar Cielo após conquistar um de seus quatro ouros. Thiago Pereira também admitiu que a altitude fazia o esforço físico necessário para nadar “doer mais” e descreveu que sentiu dificuldades para respirar. Isso não o impediu de conquistar oito medalhadas, sendo seis de ouro, e se consagrar como o atleta brasileiro com mais medalhas douradas em jogos pan-americanos, 12 no total. Duas a mais do que o mesa-tenista Hugo Hoyama, que conquistou sua 10ª medalha de ouro na disputa por equipes do tênis de mesa.
A maratonista Adriana da Silva também protagonizou um momento marcante desse Pan ao cruzar exausta, implorando por água, a linha de chegada, depois de superar todas as adversárias na maratona feminina. A prova foi classificada pelo técnico da atleta como “quase desumana”, mas a Adriana conseguiu passar de forma espetacular a mexicana favorita da prova e ainda quebrou o recorde Pan-Americano. “A boca ficava seca o tempo todo, foi uma prova extremamente desgastante”, declarou, já com o ouro no peito.
O vôlei feminino também conquistou o primeiro lugar no pódio depois de uma campanha sem nenhuma derrota. Para isso, a equipe precisou superar a perda da ponteira Jaqueline, uma das principais jogadoras do elenco, depois que ela se chocou com a líbero Fabi, ao tentar salvar uma bola. Jaqueline fraturou a coluna cervical e, além de ficar de fora da campanha vitoriosa no Pan, não poderá disputar o Mundial de Vôlei, campeonato que classifica para os próximos Jogos Olímpicos, em Londres, em 2012.
Apesar de ser o tricampeão do Pan, o ouro conquistado em Guadalajara foi inédito para todas as jogadoras e para o técnico José Roberto Guimarães. A equipe feminina de vôlei não ganhava o Pan deste 1997, em Winipeg, e foi para o México querendo apagar o mau resultado da edição de 2007, quando o time perdeu para Cuba, em pleno Rio de Janeiro. Dessa vez, a final foi novamente contra as cubanas, mas o resultado lavou a alma da equipe.
“Colocamos o coração ali dentro da quadra. A gente sofre pressão, somos um grande time, só a gente sabe o que passa. O meu choro é de alegria, de superação”, afirmou a líbero Fabi, após a partida decisiva.
As meninas do handebol mostraram superioridade contra todas as adversárias e massacraram a grande rival e “catimbeira” seleção argentina na final. “Elas provocam, agridem e xingam o tempo todo. Mas terão que nos aturar, pois somos as melhores das Américas”, desabafou a goleira Chana.
A vitória tem gostinho especial porque, além da conquista do ouro, garantiu a participação da equipe nas próximas Olimpíadas. Ao todo, 100 atletas ou equipes já carimbaram o passaporte.
Decepção total no futebol
A seleção de futebol decepcionou e foi eliminada na primeira fase. O time foi formado por garotos com menos de 20 anos e nem os titulares, campeões do último Mundial Sub-20, foram convocados. O vexame está relacionado à posição da Confederação Brasileira de Futebol, que não fez nada para que o Brasil fosse representado por um time mais forte. “O ‘catado’ que o Ricardo Teixeira permitiu que Ney Franco convocasse foi mesmo para perder. Não havia interesse dele na medalha de ouro. A rede de televisão que mais mostrou denúncias contra ele tem a exclusividade do Pan. Por que transformar o futebol em atração?”, analisa o comentarista esportivo do “R7”, Cosme Rímoli. (Folha Universal)
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