sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dilma ordena auditoria informal no Ministério do Esporte

A presidente Dilma Rousseff vai acompanhar pelos próximos dias a situação do ministro do Esporte, Orlando Silva, para então definir seu futuro. Sua permanência no cargo é considerada "difícil" por integrantes do Palácio.
Na avaliação da equipe palaciana, Orlando teria se inviabilizado politicamente ao ser alvo de suspeita. Na decisão, pesa menos o teor das denúncias e mais a viabilidade de ter um "executivo da Copa" enfraquecido. O delator do ministro, o policial João Dias, ainda não apresentou provas.
Para embasar sua decisão, a Folha apurou que o Planalto pediu ontem à CGU (Controladoria-Geral da União) uma varredura nas ações e contratos da pasta que foram alvo de denúncias. Dilma decidirá o futuro do auxiliar após receber o levantamento.
Ela reuniu por mais de duas horas sua equipe no Palácio do Alvorada ontem à noite assim que chegou da África. Os ministros presentes fizeram um diagnóstico pessimista do noticiário.
Mesmo assim, o governo quer identificar ele próprio a situação no ministério e checar se há esquemas de corrupção na pasta, como denunciam os jornais. Em seguida, será feita uma avaliação minuciosa para identificar a extensão real das supostas irregularidades e das condições políticas de Orlando Silva conduzir a organização da Copa.

Daniel Marenco - 15.out.2011/Folhapress
O ministro Orlando Silva chega para dar entrevista coletiva em hotel, em Guadalajara
Permanência de Orlando é difícil por ser alvo de suspeitas

Esses dois fatores são decisivos para determinar se o ministro sai e quando ele sai.
ENTENDA O CASO
Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam Orlando de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista "Veja".
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que irá investigar as acusações.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
Colaboraram ANDRÉIA SADI e BRENO COSTA, de Brasília  (Folha de São Paulo)

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