Em 1976, plena ditadura militar, a baiana Eliana Calmon dá parecer favorável a um mandado de segurança dos estudantes contra a invasão da UnB por policiais.
O então procurador-geral da República, Henrique Fonseca de Araújo, inverte o conteúdo para agradar ao regime.
Calmon não aceita e larga a Procuradoria: “Se o senhor quiser assinar, o senhor assine. Eu não assino”, reagiu Calmon. Saiu da sala dele e pensou: “Basta!”. Passou em quarto lugar no primeiro concurso de juiz que surgiu e deu a guinada que a tornaria, anos depois, ministra do Superior Tribunal de Justiça, a segunda mulher numa corte superior.
Atual corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que investiga o Judiciário, ela causou polêmica no Supremo Tribunal Federal ao dizer que há “bandidos atrás das togas”.
Mas foi defendida por entidades e cidadãos. Um dos apoios foi nos bastidores do Planalto, dominado por um trio feminino. Ao ler as declarações de Calmon, a presidenta Dilma Rousseff sorriu: “Essa é das minhas”. A personalidade forte, a rebeldia e a mania de falar tudo o que pensa vêm de longe para a soteropolitana Eliana Calmon, 65.
(Tribuna da Bahia)
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