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A abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2011 aconteceu na última sexta-feira (14), em Guadalajara, no México. Sede da competição esportiva mais importante do continente, a cidade deve permanecer em festa até 30 de outubro, quando terminam as disputas. O evento serve de preparação para as Olimpíadas, e o público, além de acompanhar o desempenho de atletas consagrados, tem a chance também de conhecer e saber mais sobre alguns dos novos talentos que devem brilhar nas Jogos de 2012, em Londres, na Inglaterra.

Os brasileiros podem, assim, além de conhecer os estreantes, acompanhar o desempenho de atletas experientes que já conquistaram medalhas importantes para o País. É o caso, só para citar alguns dos principais destaques, do nadador César Cielo, que tem 11 medalhas de ouro no currículo; das saltadoras Maureen Maggi e Fabiana Murer; das estrelas da ginástica olímpica Diego e Daniela Hypólito, e Daiane dos Santos; das duplas de vôlei de praia Juliana e Larissa, e Alison e Emanuel; do velejador Bruno Fontes; do patinador Marcel Stümer; do tenista de mesa Hugo Hoyama; e do judoca Leandro Cunha.


Aliás, não é só nos estádios e ginásios que há atletas consagrados. O time da “Record” no México também conta com nomes conhecidos do esporte nacional. Entre os comentaristas estão atletas que fizeram história defendendo o Brasil nas principais competições do planeta, como Magic Paula, Robson Caetano, Oscar Schmidt e Romário. Isso sem falar dos comentaristas experientes, como Álvaro José.
“Todos os esportes trarão emoção com as medalhas que o Brasil pode conseguir, mas há alguns que têm mais vibração, como o futebol. O vôlei e o basquete também são bastante apreciados pelos brasileiros. As performances da natação e do atletismo costumam ser emocionantes. E a cobertura que vamos dar é digna de Olimpíada, com imagens de todas as arenas”, aposta Álvaro José, que acompanha a Olimpíada desde a de 1980, em Moscou, na Rússia.
Entre os atletas, mesmo quem já participou várias vezes da competição demonstra empolgação com o Pan de Guadalajara. “É meu sétimo Pan, mas é como se fosse o primeiro. Estou feliz e motivado para lutar e mais uma vez trazer a medalha para o Brasil”, disse à “Record” o tenista de mesa Hugo Hoyama, dono de nove ouros conquistados em seis edições.
Representantes de diferentes modalidades estão animados. O campeão mundial de vôlei de praia e atleta da década, Emanuel Fernando Scheffer Rego, por exemplo, acredita que o País será imbatível na areia. “O vôlei de praia brasileiro evoluiu muito nos últimos anos. Com as facilidades geográficas do País, podemos treinar o tempo todo, diferentemente dos outros países, o que fez com que nos profissionalizássemos mais. Esse é nosso segredo”, contou, em entrevista à Folha Universal.


Além de entretenimento, a transmissão de jogos como o Pan e as Olimpíadas levam inspiração e sonhos para o País. “O legado que os jogos deixam é muito importante. Criam a cultura da prática do esporte, servindo de modelo para as pessoas se exercitarem. Os Jogos Pan-Americanos são as Olimpíadas das Américas, funcionam como um teste para os atletas, que avaliarão seu desempenho e poderão corrigir eventuais falhas até o mundial”, explica Flávio Delmanto, coordenador do curso de Educação Física do Complexo Educacional FMU e presidente do Conselho Regional de Educação Física.

Para o educador físico Carlos Souza, desde que o Brasil sediou o Pan, a relação do País com o evento mudou. “Antes, não dávamos muita atenção ao Pan. Depois da edição carioca, em 2007, passamos a ver os jogos como mais uma chance de mostrar que fazemos um bom trabalho com nossos atletas. Além disso, o povo passou a enxergar o Pan como Olimpíadas, a torcer e a se envolver. Esta edição de 2011 será muito agradável de acompanhar”, acredita.
Para alcançar os resultados almejados, os atletas brasileiros dependerão não apenas dos treinos físicos. “A preparação de um atleta vai além do físico, deve-se trabalhar também o emocional. Quando vejo um atleta falhando em momentos decisivos, como na disputa por uma medalha, vejo que faltou trabalho psicológico. Nossos atletas são muito bem preparados, mas nem todas as equipes contam com psicólogos que cuidam deste aspecto”, observa o psicólogo do esporte João Ricardo, presidente de Associação Paulista da Psicologia do Esporte.

Guadalajara pronta para ficar na história
Após sucesso da edição no Rio de Janeiro, México sedia Jogos pela terceira vez. Cidade está em festa.

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