terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Brasil de olho no Pan

Competição esportiva mais importante do continente começa, e brasileiros têm chance de ultrapassar argentinos no ranking geral. Transmitida com exclusividade pela "Record", disputa por medalhas empolga o País

Kátia Mello
katia.mello@folhauniversal.com.br


A abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2011 aconteceu na última sexta-feira (14), em Guadalajara, no México. Sede da competição esportiva mais importante do continente, a cidade deve permanecer em festa até 30 de outubro, quando terminam as disputas. O evento serve de preparação para as Olimpíadas, e o público, além de acompanhar o desempenho de atletas consagrados, tem a chance também de conhecer e saber mais sobre alguns dos novos talentos que devem brilhar nas Jogos de 2012, em Londres, na Inglaterra.

Com 522 atletas e a terceira maior delegação da competição, o Brasil terá chances de conquistar medalhas em boa parte das 36 modalidades e submodalidades, e ultrapassar a Argentina no ranking geral do Pan. Para que os brasileiros não percam nenhum detalhe das disputas, a “Rede Record”, detentora dos direitos de transmissão no Brasil, organizou um esquema de cobertura caprichado. Nada menos do que 230 profissionais foram enviados para o México, e os jogos serão acompanhados em detalhe por 12 equipes de reportagem. Além da transmissão exclusiva dos principais eventos na tevê aberta em três horários diferentes – à tarde, às 20h e às 23h –, o público também pode acompanhar a transmissão ao vivo 22 horas por dia na “Record News”, e por 12 horas por dia no portal “R7”.

Os brasileiros podem, assim, além de conhecer os estreantes,  acompanhar o desempenho  de atletas experientes que já conquistaram medalhas importantes para o País. É o caso, só para citar alguns dos principais destaques, do nadador César Cielo, que tem 11 medalhas de ouro no currículo; das saltadoras Maureen Maggi e Fabiana Murer; das estrelas da ginástica olímpica Diego e Daniela Hypólito, e Daiane dos Santos; das duplas de vôlei de praia Juliana e Larissa, e Alison e Emanuel; do velejador Bruno Fontes; do patinador Marcel Stümer; do tenista de mesa Hugo Hoyama; e do judoca Leandro Cunha.



“A nossa meta é tentar bater medalhas do Pan do Rio. Eu vou defender os meus dois títulos e melhorar os revezamentos no ranking. Não temos um bloco de semanas para um trabalho mais completo, mas pretendo fazer um tempo bem próximo ou melhor do que fiz no Mundial”, disse o nadador Cielo ao portal “R7”, que preparou uma cobertura  especial dos detalhes da disputa.

 Aliás, não é só nos estádios e ginásios que há atletas consagrados. O time da “Record” no México também conta com nomes conhecidos do esporte nacional. Entre os comentaristas estão atletas que fizeram história defendendo o Brasil nas principais competições do planeta, como Magic Paula, Robson Caetano, Oscar Schmidt e Romário. Isso sem falar dos comentaristas experientes, como Álvaro José.

“Todos os esportes trarão emoção com as medalhas que o Brasil pode conseguir, mas há alguns que têm mais vibração, como o futebol. O vôlei e o basquete também são bastante apreciados pelos brasileiros. As performances da natação e do atletismo costumam ser emocionantes. E a cobertura que vamos dar é digna de Olimpíada, com imagens de todas as arenas”, aposta Álvaro José, que acompanha a Olimpíada desde a de 1980, em Moscou, na Rússia.

 Entre os atletas, mesmo quem já participou várias vezes da competição demonstra empolgação com o Pan de Guadalajara. “É meu sétimo Pan, mas é como se fosse o primeiro. Estou feliz e motivado para lutar e mais uma vez trazer a medalha para o Brasil”, disse à “Record” o tenista de mesa Hugo Hoyama, dono de nove ouros conquistados em seis edições.

Representantes de diferentes modalidades estão animados. O campeão mundial de vôlei de praia e atleta da década, Emanuel Fernando Scheffer Rego, por exemplo, acredita que o País será imbatível na areia. “O vôlei de praia brasileiro evoluiu muito nos últimos anos. Com as facilidades geográficas do País, podemos treinar o tempo todo, diferentemente dos outros países, o que fez com que nos profissionalizássemos mais. Esse é nosso segredo”, contou, em entrevista à Folha Universal.



O futebol levará o time Sub-20 aos gramados mexicanos. O treinador Ney Franco convocou o artilheiro Henrique, do São Paulo Futebol Clube, e o meio-campista Felipe Anderson, do Santos, entre outros nomes que estão despontando no cenário nacional. E, se depender do técnico, o público pode aguardar bons resultados. “Estou muito entusiasmado. Desde criança sonho em disputar o Pan. Sou formado em educação física e sempre vi Pan e Olimpíada com aquela vontade de estar presente. Queria muito essa experiência. Tomara que dê tudo certo”, disse Ney, entusiamado, na coletiva de convocação dos jogadores.

Além de entretenimento, a transmissão de jogos como o Pan e as Olimpíadas levam inspiração e sonhos para o País. “O legado que os jogos deixam é muito importante. Criam a cultura da prática do esporte, servindo de modelo para as pessoas se exercitarem. Os Jogos Pan-Americanos são as Olimpíadas das Américas, funcionam como um teste para os atletas, que avaliarão seu desempenho e poderão corrigir eventuais falhas até o mundial”, explica Flávio Delmanto, coordenador do curso de Educação Física do Complexo Educacional FMU e presidente do Conselho Regional de Educação Física.



Para o educador físico Carlos Souza, desde que o Brasil sediou o Pan, a relação do País com o evento mudou. “Antes, não dávamos muita atenção ao Pan. Depois da edição carioca, em 2007, passamos a ver os jogos como mais uma chance de mostrar que fazemos um bom trabalho com nossos atletas. Além disso, o povo passou a enxergar o Pan como Olimpíadas, a torcer e a se envolver.  Esta edição de 2011 será muito agradável de acompanhar”, acredita.

Para alcançar os resultados almejados, os atletas brasileiros dependerão não apenas dos treinos físicos. “A preparação de um atleta vai além do físico, deve-se trabalhar também o emocional. Quando vejo um atleta falhando em momentos decisivos, como na disputa por uma medalha, vejo que faltou trabalho psicológico. Nossos atletas são muito bem preparados, mas nem todas as equipes contam com psicólogos que cuidam deste aspecto”, observa o psicólogo do esporte João Ricardo, presidente de Associação Paulista da Psicologia do Esporte.



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